Todo ano, a revista The-Scientist faz uma relação das melhores instituições (não comerciais) de pesquisa para se trabalhar como post-doc.
Neste mês de abril, a revista publicou a relação dos melhores lugares para se trabalhar como Post-doc em 2012. Veja aqui.
A pesquisa foi realizada a partir de formulário online disponibilizado entre os dia 05 de Setembro a 16 de Dezembro de 2011. Um total de 1521 foram selecionadas (excluindo-se as duplicidades de respostas e autores que não se identificaram como post-docs).
Foram considerados critérios como:
- Qualidade do treinamento e supervisão;
- Oportunidades de desenvolvimento de carreira e de redes de colaborações;
- Qualidade de comunicação;
- Como o candidato avalia a experiência como post-doc;
- Infraestrutura e equipamentos;
- Financiamento disponível;
- Equidade;
- Salario e benefícios (plano de saúde, auxílio instalação e mudança);
- Qualidade de vida pessoal e familiar.
A 1a colocação ficou com o "Champalimaud Centre for the Unknown" em Portugal (foto), entre os melhores lugares para se trabalhar. Criado há apenas 2 anos, o centro tem como principais focos de pesquisa a neurociência e o estudo do câncer e seu novíssimo e primoroso campus ocupa uma posição privilegiada com uma bela vista para o rio Tagus em Lisboa.
Não é a primeira vez que Portugal ranqueia entre os melhores lugares do mundo para trabalhar. Durante dois anos consecutivos, o Instituto Gulbenkian de Ciência ficou entre os 10 melhores posições. Veja aqui.
Ná época, lembro-me de ter lido que, mesmo com a crise do Euro, o governo de Portugal priorizou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Pelo que tudo indica, a estratégia está dando frutos.
Fica a dica pra quem quer associar um bom trabalho com qualidade de vida.
Ótima dica Bernardo!!! Existem excelentes grupos de pesquisa no Instituto Gulbenkian, além de um bom lugar pra fazer pos-doc é também um bom centro de pesquisas pra colaborar!
ResponderExcluirOlá Kelly,
ExcluirVc tem razão. Por exemplo, pra quem é da área de malária, o grupo do Miguel Soares tá publicando muito bem por lá.
Eu quase fui pra lá (inclusive pra trabalhar com o Miguel). Só que quando surgiu a possibilidade de trabalhar com o Eicke eu não pensei duas vezes.
Abração pra vc.
E quando será que o Brasil vai entrar nessa lista?
ResponderExcluirOi Cris,
ExcluirOlha, infelizmente eu acho q ainda vai demorar um pouco, viu? Vamos ver...
Pois é, acho que infelizmente vai demorar é muito. A idéia de pos-doc no Brasil é bem diferente do pos-doc nos centros de pesquisa de excelencia no exterior. Não sei porque, mas de forma geral e com algumas exceções, no Brasil o trabalho dos pos-docs não é como dos pos-docs no exterior. No Brasil, o trabalho do pos-doc vai se aproximando um pouco do que um professor ou pesquisador faz, no sentido de ter alunos de iniciação científica que irão efetivamente conduzir na bancada os experimentos. Já no exterior, os pos-docs é que conduzem de maneira mais direta a pesquisa.
ExcluirSem falar na valorização, não é Kelly?
ExcluirNa grande maioria das instituições no exterior, um post-doc é um employee com direito a férias, plano de saúde e vários outros benefícios. O salário é sempre em dia e compatível com o nivel de vida na cidade. E o post-doc consegue manter uma família de um ou até 2 filhos sem precisar q o marido ou a esposa precise trabalhar.
No Brasil, o post-doc é um bolsista. E aí não é preciso dazer comparação algumar, né?
Exatamente Bernardo, as diferenças entre os pos-docs em instituições do exterior e no Brasil são inúmeras, e vão desde a visão ideológica e prática da pesquisa, até a questão da valorização.
ExcluirMas olha que em alguns lugares, como sao paulo por exemplo, os pos-docs ganham até consideravelmente bem. Um bolsista pos-doc Fapesp recebe R$ 5.578,80.
Oi Kelly,
ExcluirPois é. Ouvi mesmo falar disso. Mas mesmo sendo uma excelente bolsa a da FAPESP, o post-doc ainda se encaixa na categoria de bolsista. Vc sabe se eles tem benefícios? Direitos trabalhistas, etc?
Temos isso no exterior. Temos inclusive que fazer o taxes no fim do ano e ainda recebemos de volta uma quantia do que foi descontado durante o ano. Aqui na Alemanha, pra se ter uma idéia, existe até mesmo plano de aposentadoria, que o post-doc (mesmo que estando aqui por 2 ou 3 anos) poderá usufruir no futuro. Mesmo se tiver retornado ao país de origem.
É muito diferente. Ainda estamos longe, longe...