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segunda-feira, 26 de julho de 2010

É dos carecas que as NK gostam mais…


Recentemente a Nature divulgou um trabalho no qual o grupo por Angela Christiano (Columbia University, NY), cujo CV on line mostra uma foto um tanto interessante, fez uma análise usando a tecnologia Genome-wide e mostrou associação entre a alopecia areata e a imunidade inata e adaptativa.


A Alopecia areata é uma das doenças autoimunes mais prevalentes, e pode acarretar em perda capilar devido ao colapso do sitio imunoprivilegiado do folículo capilar, com conseqüente imunopatologia. A base genética desta doença é desconhecida. Para esclarecer um pouco mais os mecanismos imunológicos envolvidos na patogênese desta doença, os pesquisadores realizaram um Genome-Wide association study em uma amostra de 1.054 casos e 3.278 controles. Neste estudo de caso-controle, eles encontraram 139 polimorfismos (SNP) associados de maneira significante com a ocorrência da doença (p < 5 x 10-7). Os autores descrevem ainda associações entre regiões genômicas contendo vários genes envolvidos no controle da ativação e proliferação de células T regulatórias, da expressão da molécula CTLA4, IL-2, IL-21, receptor de IL-2 (CD25) e Eos (Ikaros family zinc finger 4; IKZF4), assim como o a região do HLA. Em seguida, os autores também mostram a associação entre a doença e expressão de clusters de genes mais especificamente ativos no folículo capilar (genes PRDX5 e STX17).


Uma região de associação muito forte residiu em um cluster genético (ULBP) envolvido na produção de ligantes ativadores do receptor das Celulas NK (NKG2D), que até então, segundo os autores, não tinham sido implicados na patogênese de doenças autoimunes.


Até então eu não tinha entendido porque este paper estava na Nature. Aí os autores mostram que pacientes com Alopecia areata apresentam um aumento da expressão de genes do cluster ULBP nos folículos pilosos de regiões onde há lesão (área carequinha), durante a doença ativa (figura mostrada acima).


A novidade do artigo fica na identificação deste cluster ULBP, relacionando provavelmente este mecanismo com a ativação de Células NK e a conseqüente imunopatologia.


O uso de ferramentas como o genome-wide array já foi discutido aqui no SBlogI em um post anterior. Uma coisa é certa: Independente da contribuição real dos achados para a ciênia, os papers que usam estas técnicas high-throughput são bastante coloridos.


Fonte: Nature 466, 113-117 (1 July 2010) doi:10.1038/nature09114.

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Um comentário:

  1. Oi Bruno..
    Quanto tempo.. Como vc está? Por onde andas?
    Estou ecrevendo para dizer que achei muito interessante esse seu texto e que irei usá-lo em uma prova que estou fazendo para os meus alunos. Estou dando aula de Imunologia para graduandos de Ciências Biológicas.
    Só tenho teu email da fiocruz, você ainda continua acessando ele?
    Beijos e parabéns pelo sucesso e pelos textos interessantes..
    Evelyn

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