Diversos grupos de pesquisadores têm descrito a participação de diferentes populações linfóides, e.g. células T reguladoras, T auxiliares, B e NKT, na manutenção de órgãos transplantados. Mercedes Rodriguez Garcia e colaboradores apostaram então na investigação da contribuição de células de origem mielóide na manutenção do transplante cardiovascular (doi:10.1172/JCI41628).
Os pesquisadores enxertaram corações de camundongos doadores BALB/c em camundongos receptores C57BL/6, que adicionalmente receberam transfusão de esplenócitos (DST) vindos do doador e anticorpos anti-CD40L (MR1) para que tolerância fosse induzida. Com a utilização de receptores transgênicos, como por exemplo os camundongos DTR (receptor da toxina diftérica) sob os promotores CD11b ou CD11c, anticorpos monoclonais e outros reagentes usados para depleção de monócitos, macrófagos e neutrófilos, os autores identificaram uma população de monócitos que inibe a resposta imune contra o enxerto.
A população supressora foi identificada como expressando os marcadores de superfície CD11b, CD115 e Gr1, e a utilização de animais deficientes de CCR2 indicou que estas células precisam ser mobilizadas da medula óssea para o sangue para que a indução da tolerância aconteça. Num próximo passo, os cientistas mostraram que se a migração destas células for interrompida, de maneira que elas não alcancem o órgão transplantado, a tolerância não acontece. Além disto, as células CD11b+CD115+Gr1+ exerce sua capacidade supressora através do receptor de IFN-gama. Finalmente, com a transferência adotiva de diferentes precursores mielóides (precursor comum de macrófagos e células dendríticas (MDP) e precursor comum de células dendríticas (CDP)), os autores conseguiram a manutenção do coração nos animais receptores por mais de 100 dias após o transplante ser realizado, nos deixando a esperança de que a manipulação desta subpopulação de monócitos possa ser usada como abordagem terapêutica para a intolerância a transplantes.
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