O Institute for Scientific Information (ISI) Web of Knowledge divulgou a listagem dos índices de impacto dos periódicos científicos referentes ao ano 2009. Apesar de acreditar que o índice de impacto não é o sistema adequado para análise da qualidade de artigos e periódicos, que esse sistema possui pouca transparência e algumas falhas, e que os artigos devam ser avaliados pelo seu próprio mérito e não pelo índice de impacto de onde ele foi publicado; acabamos de alguma forma influenciados por esses índices.
Um exemplo dessas “falhas de sistema” pode ser observada pela análise do índice de impacto da Acta Crystallographica - Section A, que este ano ocupa a segunda posição no ranking de publicações na área de ciências, desbancando o New England Journal of Medicine. Esta posição da Acta Crystallographica foi alcançada devido a publicação de um único artigo que obteve mais de 6600 citações em 2008. Isto fez com que a Acta Crystallographica saísse de um IF 2008 de 2,0 para um IF 2009 de 49.9.
Como podemos ver na tabela abaixo a área de imunologia não apresentou grandes alterações no desempenho das revistas avaliadas por este índice.
Na área de doenças infecciosas o periódico que apresentou maior aumento em relação a 2008 foi a Cell Host and Microbes passando a 13.
Gostaria de destacar o desempenho da centenária revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz que ultrapassou a barreira de dois pontos de fator de impacto, o que coloca a revista à frente de periódicos tradicionais como Experimental Parasitology, Parasitology Research, Parasitology, Journal of Parasitology, e da Annals of Tropical Medicine and Parasitology. A Memórias IOC tem como política o acesso gratuito da versão online na internet e tem passado por um grande esforço para internacionalizar o periódico, elevar a qualidade dos artigos nele publicados e de modernização, que inclui a submissão online de artigos e a digitalização integral de seu acervo desde o primeiro número de 1909.
Outro destaque na área de Open Access é a PloS ONE que esse ano passou a ser indexada pelo ISI e apresenta o primeiro índice de impacto de 4,3. Entretanto, a indexação no ISI na alterará a política editorial da revista de publicar todos os artigos baseados na originalidade, adequação da descrição dos resultados e no rigor científico, sem que haja julgamento quanto ao potencial impacto ou significância.
Veja como ficaram as 10 revistas brasileiras com maior IF:
ResponderExcluirREV BRAS FARMACOGN 3.462
MEM I OSWALDO CRUZ 2.097
CLINICS 1.591
J BRAZIL CHEM SOC 1.458
REV BRAS PSIQUIATR 1.391
J PEDIAT-BRAZIL 1.382
ARQ BRAS CARDIOL 1.316
PLANTA DANINHA 1.204
BRAZ J MED BIOL RES 1.075
AN ACAD BRAS CIENC 1.074
Sobre o "fenomeno" da Acta Crystallographica, eu postei algo no blog do laboratório: Um único pesquisador levou o Fator de Impacto de uma revista para o segundo lugar geral http://bit.ly/diZRaH