Desde Janeiro de 2011 a PLOS ONE publicou 700 trabalhos na área de doenças tropicais, doenças negligenciadas e malária. Neste mês de setembro, a revista destacou oito trabalhos que receberam maior atenção. Entre
eles, dois trabalhos se destacaram pela relevância científica para o tratamento
e diagnostico de doenças infecciosas e parasitárias.
A excelente
notícia é que o Brasil está muito bem representado entre os países responsáveis
pela produção científica na área de medicina tropical. Os outros países são Colômbia,
Etiópia, França, Holanda, Papua Nova Guine, Espanha, Sri Lanka, Suíça, Reino
Unido, e Estados Unidos.
Um dos destaques foi o trabalho do trio de pesquisadores mineiros formado por
Guilherme Oliveira, Martin Enk e Nilton Barnabe Rodrigues que inventou um novo
método para diagnosticar a infecção por Schistosoma mansoni, o parasito
causador da esquistossomose. O método é capaz de detectar DNA do parasito na
urina do paciente com uma sensibilidade infinitamente maior e a um custo menor
do que os exames tradicionais.
“The
diagnostic parameters revealed a sensitivity of 100%, a specificity of 91.20%,
positive and negative predictive values of 86.25% and 100%, respectively, and a
test accuracy of 94.33%”.
A clássica
metodologia Kato-Katz, amplamente utilizada para o diagnóstico da esquistossomose, consiste na identificação de ovos do parasito nas fezes do
paciente. Uma grande limitação da metodologia (além do fato de se ter que enfiar a mão na m...) é que a infecção só pode ser
diagnosticada mais tardiamente quando o parasito já está na fase de ovoposição.
Esse obstáculo torna-se ainda maior em regiões de baixa endemicidade.
A nova
técnica desenvolvida pelo grupo quando aplicada em um modelo de infecção de camundongos permitiu o diagnóstico
em até uma semana após a penetração da cercária, um feito extraordinário e sem
precedentes.
Assim, a PCR
do DNA do parasito na urina mostrou ser uma ferramenta simples e poderosa no
diagnostico da esquistossomose e abre novas perspectivas para o manejo e
tratamento de pacientes em fases iniciais da infecção.
Parabéns ao
trio.
Sensacional ter nosso trabalho reconhecido e divulgado! Muito obrigado. Grande abraço.
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