Fonte: Gerner et al., Immunity
Aug 2012.
Na última semana de novembro foi realizado no
NIH, o simpósio “Dendritic Cells in Health and
Disease: A Tribute to Ralph Steinman” patrocinado por “Cytokine
Interest and Immunology Interest Groups”. O Dr. Steinman descobriu as células
dendríticas (DCs) em 1973 e essa descoberta abriu um novo campo de estudos na
Imunologia: A biologia das DCs e o seu papel na regulação imune em situações
saudáveis e patológicas. O reconhecimento da importância dos estudos realizados
pelo Dr. Steinman culminou na concessão ao pesquisador do Prêmio Nobel de Medicina de 2011.
O simpósio contou com a participação de
pesquisadores que trabalharam diretamente com o Dr. Steinman, como o Dr. Michel
Nussensweig, Dr. Jacques Banchereau, Dra. Kristin Tarbell, dentre outros.
Paralelo à participação de pesquisadores seniors foram proferidas também palestras
por jovens pesquisadores que têm trabalhado em estudos sobre DCs, usando estratégias
inovadoras. Um dos pesquisadores desse grupo, é o Dr. Michael Y. Gerner da Lymphocyte
Biology Section, National Institute of Allergy and Infectious Diseases. O
pesquisador apresentou dados que foram publicados recentemente na edição de
agosto de 2012 na revista Immunity.
Neste estudo, ele propõe um método microscópico
analítico denominado histo-citometria que promove a visualização e quantificação
dos fenótipos de populações celulares complexas diretamente em seção de tecidos.
Eles testaram a tecnologia tanto em populações celulares participantes da
resposta imune inata quanto adaptativa. Ao analisar subregiões pré-definidas
de linfonodos murinos, os pesquisadores detectaram uma distribuição
diferenciada entre as subpopulações de DCs residentes ou migratórias. As DCs
residentes CD8+ localizavam-se preferencialmente na região de zona
T, enquanto DCs CD11b+ tinham sua localização principal nas regiões
linfáticas. Já as células dendríticas migratórias mostraram uma distribuição
mista entre as zonas de células T e interfoliculares e estavam praticamente
ausentes na região medular.
Esses achados confirmam e ampliam estudos prévios
que sugerem uma distribuição não aleatória para algumas subpopulações de DCs
nos tecidos linfóides. A abordagem descrita no artigo oferece a possibilidade
de se investigar em diferentes espécies por meio de sistemas biológicos distintos, interações entre subpopulações celulares e sua distribuição
anatômica, estados de diferenciação e ativação.
Referências
- Ecker, R.C., and Steiner, G.E.
(2004). Microscopy-based multicolor tissue cytometry at the single-cell level.
Cytometry A 59, 182–190.
- Gerner MY, Kastenmuller W, Ifrim I, Kabat J, Germain RN. Histo-cytometry:
a method for highly multiplex quantitative tissue imaging analysis applied to dendritic
cell subset microanatomy in lymph nodes. Immunity. 2012 Aug 24;37(2):364-76.
doi: 10.1016/j.immuni.2012.07.011.
- Kastenmuller, W., Torabi-Parizi, P., Subramanian, S., Lammermann, T., Germain,
R.N. (2012). A spatially-organized multicellular innate immune response
in the lymph node limits the systemic spread of tissue-invasive pathogens. Cell
151. http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2012.07.021.
Salve Dra Andrea,
ResponderExcluirUm dos dados que me intrigou nesse trabalho foi a comparação entre confocal e citometria para detecçao de DCs, com FACS sempre detectando menos DCs quando comparado ao confocal, fenômeno que eles atribuem a eficiência na digestão do tecido para extração e preparo da suspensão celular, que graças a "adesividade" das DCs nunca é 100%.
No mesmo volume da Immunity tambem tem trabalho do Bousso, com confocal, muito bom.