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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Férias, uma ótima oportunidade para dormir bem... e manter o peso



Já faz algumas décadas que pesquisadores relacionam desordens do sono com o risco de obesidade em humanos e camundongos. Tratando-se de obesidade, o papel do tecido adiposo em estocar energia, liberá-la e “informar” ao sistema nervoso central (pela liberação de hormônios) que há energia estocada, já é bem conhecido. Nessa linha de evidências, foi publicado um interessante artigo da Nature Medicine (PASCHOS  et al., 2012) mostrando a relação, até então desconhecida, entre o ciclo circadiano e a manutenção da homeostase da energia.

No trabalho, foram utilizados camundongos com células adiposas deficientes da proteína Arntl (Ad-Arntl-/-), responsável pela regulação do ciclo circadiano ou “relógio biológico”. Os resultados mostraram que esses animais, diferentes dos controles WT, passam a não mais se comportar como roedores de hábitos noturnos apresentando maior consumo de alimentos durante a luz do dia. Essa alteração no período da alimentação dos camundongos nocautes leva a obesidade mesmo que a quantidade diária de calorias ingerida seja igual a dos animais WT.

Além da liberação de hormônios como a leptina, as células adiposas também regulam o apetite e a ingestão de alimentos através da liberação de ácidos graxos poliinsaturados. Tais substâncias cruzam a barreira hemato-encefálica e são incorporadas a neurônios que regulam o apetite de forma que, em modelo de ratos, menor concentração desses ácidos graxos no hipotálamo está associada com aumento na ingestão de alimentos. De acordo com esse fato, a concentração de ácidos graxos poliinsaturados no plasma e hipotálamo de camundongos Ad-Arntl-/-, quanto comparada aos controles WT, é mais baixa durante o dia (exatamente o período em que esses animais apresentam maior consumo de alimento), e a reposição de ácidos graxos nos animais nocautes faz com que eles voltem a se alimentar no período noturno e não apresentem elevado ganho de peso.

Levando-se em consideração que a alteração no período da alimentação (da noite para o dia) causou obesidade nos camundongos em estudo, é possível relacionar os animais Ad-Arntl-/- aos humanos com a “síndrome da fome noturna”, que é mais prevalente em pessoas obesas e cujo um dos sintomas é o distúrbio do sono. Sendo assim, vamos aproveitar as férias para deixar de lado as longas noites de estudo (sempre acompanhadas de muita comilança) e aproveitar para dormir bem, comer na hora certa e manter o peso.     

Bom final de ano e bom descanso a todos!


Post de Maria Cláudia da Silva. FMRP- Iba

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Um comentário:

  1. Uma media simples mas que melhorou minha noite de sono foi mudar a cama. Procurei em lojas de colchão e descobri o certo para meu biotipo. Isso, alinhado com uma boa alimentação, me fez nova em folha. Recomendo!

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