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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Controle da ploidia em células tumorais pelo sistema imune



A calreticulina (CRT) é uma proteína multifuncional encontrada principalmente no interior de organelas como o retículo endoplasmático. A CRT liga-se a determinados oligossacarideos comumente encontrados em proteínas recém-sintetizadas e funciona como uma chaperona molecular que pode desempenhar um papel no dobramento de proteínas ou na retenção e degradação de proteínas deformadas. Além disso, a CRT participa no armazenamento de cálcio e funciona como uma molécula de sinalização intracelular dependente  que pode regular a homeostase do cálcio. A CRT é reconhecida como um marcador associado com uma melhor resposta de tumores à quimioterapia.

Um artigo publicado na Science por Senovilla L e colegas chamou minha atenção, pois demonstra que o sistema imune controla ativamente a carga cromossômica, o que teria um papel crucial no controle da carcinogênese.
Com isso em mente, fui ver o que o artigo demonstra. Os autores inocularam células tumorais em hospedeiros imunocompetentes ou com diferentes deficiências no sistema imune. Alem de usar o camundongo rag-/-, os autores usaram ifn-g-/-, ifn-ar-/-, e tratamentos com anti-CD4 ou anti-CD8. A carga cromossômica das células tumorais está inversamente relacionada com a atividade do sistema imune. 


Ainda, quando as células tumorais foram transfectadas para expressarem a CRT na membrana, havia um comportamento mais agressivo do tumor em camundongos imunocomprometidos, mas não em imunocompetentes.

Quando analisadas as células de tumores de mama extraídos de 60 pacientes com diferente resposta a quimioterapia, foi encontrada a mesma relação entre carga cromossômica, indução de resposta de células T CD8, e indução de estresse do retículo endoplásmico, com uma melhor resposta.
Isso demonstra que o sistema imune controla de alguma forma a carga cromossômica em diferentes tipos de células tumorais, o que está relacionado com o estresse do retículo endoplásmico, e consequentemente com a expressão aumentada de CRT na membrana.

Fica a pergunta: qual é o mecanismo que desencadeia esta resposta? Por acaso vem ai mais um inflamassoma? 

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Um comentário:

  1. Oi Freddy, gostei do post. Essa coisa da aneuploidia e cancer, olha, numero cromossomico instavel é hiper comum em tumores - e pra mim o Guido Kroemer exagerou um pouco a coisa da calreticulina ser o mecanismo principal. Tem all sorts of things going on em celulas aneuploides, ou hiperploides, e o sistema imune provavelmente reconhece essas anormalidades de varias maneiras. Assim como estresse de reticulo gera resposta imune de maneiras diferentes. Mas enfim. Pelo menos chamou atenção pro controle do cancer pelo sistema imune! and that is good news! bjo pra vc.

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