quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O desafio
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Mycobacterium leprae, lições de um casamento quase perfeito
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Entrevistas ImunoFoz 2011 - Craig Roy
Dr. Craig R. Roy
Yale U. School of Medicine, EUA
Palestrante da mesa-redonda 'Innate Immune Receptors in Pathogen Recognition and Inflammation' (16/10/2011)
Roy, C.R. - That pathogens typically use specialized secretion systems to manipulate the host and that innate immune sensors can recognize these pathogens based on the activities of theses secretion systems.
SBlogI - Any suggestions for background reading?
1: Case CL, Roy CR. Asc Modulates the Function of NLRC4 in Response to Infection
of Macrophages by Legionella pneumophila. MBio. 2011 Sep 1;2(4). pii: e00117-11.
2: Shin S, Case CL, Archer KA, Nogueira CV, Kobayashi KS, Flavell RA, Roy CR,
Zamboni DS. Type IV secretion-dependent activation of host MAP kinases induces an
increased proinflammatory cytokine response to Legionella pneumophila. PLoS
Pathog. 2008 Nov;4(11):e1000220.
3: Vance RE, Isberg RR, Portnoy DA. Patterns of pathogenesis: discrimination of
pathogenic and nonpathogenic microbes by the innate immune system. Cell Host
Microbe. 2009 Jul 23;6(1):10-21.
Entrevistas ImunoFoz 2011 - Koichi Kobayachi
Dr. Koichi S. Kobayashi
Harvard Medical School, EUA
Palestrante da mesa-redonda 'Innate Immune Receptors in Pathogen Recognition and Inflammation' (16/10/2011)
Kobayashi, K.S. - CIITA, another NLR protein, has been known as an MHC class II transactivator. We have identified NLRC5 as the transactivator of MHC class I.
Kobayashi, K.S. - NLRC5 was proposed to be an inhibitor of TLR and RLR signaling by interacting with IKK and RIG-I. Our and other groups’ data did not support it.
sábado, 27 de agosto de 2011
Células dendríticas plasmocitóides (pDCs)
As pDCs foram descritas pela primeira vez na década de 1950, como células T plasmocitóides e/ou monócitos plasmocitóides, baseado em sua morfologia e na presença de marcadores como, por exemplo, CD4, MHC de classe II, CD36 e CD68. Na década de 1980, estas células foram denominadas células dendríticas plasmocitóides, pois quando estimuladas com IL-3 + CD40L, adquiriam uma morfologia semelhante às células dendríticas convencionais, além da capacidade de apresentar antígenos e estimular a resposta de células T CD4 e T CD8. Devido à sua capacidade na produção de IFN do tipo I e apresentação de antígenos para células T, as pDCs são consideradas como principais células na imunidade antiviral.
A revista Nature Immunology de agosto, promoveu uma entrevista com grandes nomes na área de células dendríticas, tomando como tema, o papel das pDCs em todo o contexto do sistema imune. Os pesquisadores foram questionados sobre a relação entre pDCs e cDCs, além de sua ativação por receptores Toll-like, sua influência na ativação de células T e no desenvolvimento de doenças auto-imunes.
Também tem sido destacado na entrevista, a dificuldade na geração de camundongos deficientes de pDCs, pois muitos anticorpos que depletam essas células, demonstram reação cruzada, levando a exclusão adicional de outros tipos celulares. Entretanto, Marco Colonna et. al. (2010) conseguiram descrever o papel das pDCs na resposta antiviral contra citomegalovírus murino (MCMV) e vírus da estomatite vesicular (VSV), utilizando um camundongo transgênico expressando o receptor da toxina diftérica humana (DTR), sob o controle do promotor do gene BDCA-2, que é um gene de assinatura das pDCs. Com isso, o tratamento dos animais transgênicos com toxina diftérica, leva a uma deleção específica das pDCs nesses animais.
Outro aspecto interessante das pDCs mencionado na entrevista, e que foi descrito no trabalho publicado por Hiroyuki Tezuka et. al. (2011), é a capacidade destas células em auxiliar a produção de IgA em tecidos linfóides associados à mucosa (GALT). O trabalho mostra que as pDCs presentes nos linfonodos mesentéricos (MLN) expressam receptores para IFN do tipo I em seu estado basal. Nesse microambiente os IFNs são produzidos pelas células estromais sob estímulo da microbiota comensal ali presente. Sob influência dessas citocinas, as pDCs, em um processo contato dependente, são capazes de ativar linfócitos B naive policlonais, estimulando sua troca de cadeia pesada, para a produção de IgA.
As IgAs produzidas possuem baixa afinidade e estão relacionadas com a manutenção da homeostase junto à microbiota comensal. O estudo abre caminho para a utilização dessas células no aperfeiçoamento de estratégias de vacinação e tratamento de desordens relacionadas às mucosas. Além disso, apresenta uma nova função destas células que, até um passado recente, eram conhecidas apenas pela sua capacidade de produzir interferons.
Post de Eduardo Crosara, Thiago Malardo e Thaís Bertolini.
Referências:
1- Plasmacytoid dendritic cells: one-trick ponies or workhorses of the immune system? Boris Reizis, Marco Colonna, Giorgio Trinchieri, Franck Barrat and Michel Gilliet. Nat Rev Immunol. 2011 Jul 22;11(8):558-65.
2- Plasmacytoid dendritic cell ablation impacts early interferon responses and antiviral NK and CD8(+) T cell accrual. Swiecki M, Gilfillan S, Vermi W, Wang Y, Colonna M. Immunity 33, 955–966, December 22, 2010.
3- Prominent Role for Plasmacytoid Dendritic Cells in Mucosal T Cell-Independent IgA Induction. Hiroyuki Tezuka, Yukiko Abe, Jumpei Asano, Taku Sato, Jiajia Liu, Makoto Iwata and Toshiaki Ohteki. Immunity 34, 247–257, February 25, 2011.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
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Sobre a educação
Tenho a sorte de pertencer a uma Instituição que, mesmo não estando imune aos problemas ligados a essas questões, é um Oásis na realidade Nacional, Sul-Americana e do Hemisfério Sul. Uma história singela, entretanto, vivida durante a travessia da temporada de minha candidatura, me impressionou de maneira tão marcante, que fez nascer em mim o desejo de tratar do tema que acho que esteja por trás dela.
Dias depois, encontraria um dos funcionários na entrada do prédio. Saudou-me e disse que havia sido chamado pelo seu superior que lhe havia mostrado a minha carta e o elogiado. Confessou-me que, apesar de ter trabalhado com o mesmo afinco e dedicação na Fiocruz todos os dias dos últimos muitos anos, nunca havia recebido uma carta de elogio, e que aquele era, sem dúvidas, o dia mais feliz da vida dele. Assim que fui eleito e experimentei uma emoção sem precedentes pensei em nossas felicidades, a minha e a de meu colega Luciano Faceiro, competente e dedicado funcionário dos jardins, vivenciadas em um dos dias (para dizer o mínimo) mais felizes de nossas vidas.
Penso que esta sucessão inimaginável de acontecimentos que, como dezenas de outros que ocorrem a cada dia em nosso entorno, pode ser tomada como exemplo, revela de forma caricatural a ausência de limites por parte dos diferentes protagonistas do episódio, a falta de respeito mais basal às regras de conduta e civilidade, o desprezo pela vida, e as deficiências graves na estrutura de uma Instituição que deveria ser o baluarte da disciplina, da ética e da moralidade.
Refiro-me agora a um outro aspecto da antropologia, na qual dizer que “o homem é o único animal inteiramente dependente de sua cultura” é um lugar comum. Aludo ao capítulo que se convencionou chamar de “as crianças selvagens” que, abandonadas, acabaram vivendo privadas do convívio com adultos da nossa espécie, às vezes com animais. Surpreendeu-me sobremaneira concluir que nem o caráter ou comportamento bipedal, para o qual desenvolvemos, por cerca de sete milhões de anos, uma estrutura óssea adequada, é instintivo o bastante para prescindir do componente educativo do convívio com adultos da espécie organizado em sociedade. As irmãs Amala e Kamala, perdidas em muito tenra idade na Índia do início do século passado e encontradas vivendo com cães selvagens, se deslocavam de quatro!
Os Senhores já sabem onde quero chegar: o homem precisa aprender até para ser humano, ao contrário das abelhas, ou dos lobos, que nascem sabendo praticamente o que tem que fazer, mas não farão mais do que isso. Podem até aprender pela observação, mas não ensinam o que aprendem. Só o homem transmite a cultura. Nada é, portanto, mais importante e vital para ele do que o que chamamos de sua educação. Assim, costumo dizer que “organizarmo-nos em sociedade é nosso maior atributo e também nosso maior requisito”. A educação transforma o animal Homo sapiens no homem, é a interface entre nossa animalidade e nossa humanidade,
Quando o visitei, o Acadêmico Pedro Sampaio perguntou-me: - “Você acha, como Rousseau, que o homem é bom e a Sociedade o corrompe ou, como Kant, que ele é mau ou rude e a Sociedade o detém?” Acho, Acadêmico Sampaio, que o homem é, em seu estado primitivo inicial, um animal que carece do contato com indivíduos adultos de sua espécie para desenvolver sua humanidade. Tanto Victor, o menino selvagem, na França, Kaspar Hauser, o da Alemanha, as meninas lobas Kamala e Amala, da Índia e até a mocinha encontrada recentemente em uma floresta na Tailândia, mesmo recolocados em um ambiente social e familiar revelaram-se incapazes de desenvolver pensamento abstrato e expressar sentimentos.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Concordar em discordar
Companheiro,
Sobre Galileo, lembra? Que a ciência não nasceu quando ele virou seu telescópio para o céu e viu as luas de Júpiter. Nem quando ele publicou estes resultados. Nem quando as pessoas leram estes resultados. Mas, sim, quando seguiram o que Galileo dizia: "Não acreditem em mim: vejam vocês mesmos, olhem vocês mesmos!" E quando gente influente seguiu este conselho, olhou e viu e se convenceu de que havia algo ali e decidiram melhorar os telescópios e as condições de observação astronômica. A ciência nasceu pela coordenação consensual de condutas recursivas, nasceu pelo linguagear humano (Barry McMullin, In “Biology Language, Cognition and Society. International Symposium on Autopoiesis”. UFMG, Belo Horizonte, Novmbro 1997). Quando a gente concorda em discordar, em ouvir o outro, está praticando a melhor parte da prática dita científica, seu lado democrático. Na realidade, praticando o que nos faz humanos. Isto é o avesso da discórdia.
Nossa discordância sobre a atividade imunológica é elementar e, por isto mesmo, profunda. Discordamos sobre a definição de "conhecer", de "cognição". E quando achamos que há uma forma de "reconhecimento" nos linfócitos que se assemelha, de algum modo, ao que se passa quando nós, humanos, "conhecemos" alguma coisa ou fenômeno, podemos incorrer em vários enganos. Um deles é a “falácia merológica"; merologia é a parte da filosofia que estuda as relações entre partes e todos. Não deveríamos confundir o que fazem os linfócitos com o que faz o organismo inteiro. Há um livro (grande e complexo, mas muito importante), que discute isto em detalhe: "Bennett, M.R. and Hacker, P.M.S. (2003) Philosophical Foundations of Neuroscience. Blackwell, Oxford." Outro engano, é a "falácia da univocidade", supor que as reações imunológicas são unívocas (bi-unívocas) e se dão na base um-a-um: um antígeno (epitopo), um anticorpo (paratopo); ou, como no lema burnetiano: "uma célula, um anticorpo". Não se passa assim, as relações são "mutlívocas" sempre plurais, sempre muitos a muitos, sempre talvez, sempre mais ou menos; como lembra o Chico: para sempre é sempre por um triz (em Beatriz). Outra ainda, e mais básica, é a falácia das interações "instrutivas": a idéia de que, em suas mudanças, os sistemas seguem as interações com o meio, obedecem; a suposição de que o sistema é estimulado e responde; a crença de que o que acontece com o sistema determina (especifica) o que acontece no sistema. OS sistemas não obedecem ao meio em que operam. Esta é a falácia, o engano, que guia o neo-Darwnismo, a idéia de “adaptação” (o adaptacinismo: Gould, S.J. and Lewontin, R.C. (1979) The spandrels of San Marco and the Panglossian paradigm: a critique of the adaptationist programme. . Proc. R Soc. Lond. B 21, 581–598.) Esta crença, este engano, remove toda a autonomia do sistema. O sistema imune não é “adaptativo” porque ele está sempre adaptado ao seu meio, isto é, inserido no organismo do qual ele é parte; quando perde esta inserção, ele se desintegra (perde sua integridade, sua inteireza, seu conjunto - se deconjunta; partes (oligoclonais) do sistema se expandem sozinhas e geram o que chamamos doenças -infeciosas, alérgicas e autoimunes).
Há outras falácias mais. Mas, se agente continuar concordando em discordar, vai construindo um acordo, pouco a pouco, não é? Olha o sabiá cantando! É agosto e vai amanhecendo.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
O que os receptores de quimiocinas podem fazer por sua memória
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Celebrando o aniversário de 25 anos do NF-kB!
Fonte: Baltimore, D. NF-kB is 25. Nature Immunology, 12 (8); 683-685
Sen & Baltimore 1986. Multiple nuclear factorsinteract with the immunoglobulin enhancer sequences. Cell 46: 705-716.
Sen & Baltimore 1986. Cell 47: 921-928.
Baltimore D 2011. Nature Immunology 12 (8): 683-685.
Sen R 2011. The origins of NF-κB. Nature Immunology 12 (8): 686 - 688
Smale, ST 2011. Hierarchies of NF-κB target-gene regulation. Nature Immunology 12 (8): 689 – 694
Oeckinghaus A, Hayden MS, Gosh S 2011. Crosstalk in NF-κB signaling pathways. Nature Immunology 12 (8): 695 – 708.
Ruland J 2011. Return to homeostasis: downregulation of NF-κB responses. Nature Immunology 12 (8): 709 – 714.
Ben-Neriah Y & Karin M 2011. Inflammation meets cancer, with NF-κB as the matchmaker. Nature Immunology 12 (8): 715 – 723.