quinta-feira, 31 de março de 2011
Sobre a constância*
2011-MAR-20
“Change proposes constancy: What is the ongoing entity of which we can
say that it has assumed a new form?” Mary Catherine Bateson
De acordo a Biologia do Conhecer (Maturana, 2002), dizemos em um texto recente:
”As entidades que distinguimos em nosso viver diário são de uma constância ilusória que oculta o turbilhão que as constitui. Nossa realidade é construída com objetos estáveis e eventos previsíveis e a Biologia, o estudo dos seres vivos, não poderia ser diferente: está interessada em descobrir os elementos que constituem os organismos e lhe conferem sua forma e propriedades. Nesta maneira de ver, os processos do viver são secundários às coisas em si (Vaz e Ramos, 2011).
Paradoxalmente, ao falar de mudança, falamos de algo que se conserva, algo que assumiu uma nova forma. Nossa cultura valoriza a mudança e a inovação, está menos atenta para aquilo que se conserva. Mas só podemos falar da variação de algo que, até então, permanecia. É impossível descrever a história de eventos ao acaso.
Segundo Maturana (2002):
“Processos históricos ocorrem momento a momento seguindo um trajeto constituído a cada instante na conservação de algo que conecta os momentos sucessivos, e à volta do qual, todo o resto pode mudar.”
e
“dizer que “sistemas vivos são sistemas históricos, é dizer precisamente que eles existem como entidades singulares em um fluxo contínuo de mudanças estruturais em torno da conservação da autopoiese e da adaptação.”
Os sistemas vivos mudam continuamente de estrutura mas não mudam sua organização como uma rede fechada de produções moleculares que estabelece seus próprios limites com as moléculas que constituem o meio, também molecular, no qual esse viver ocorre. Mudam mas não mudam sua maneira de mudar. Este é o conceito de organização autopoiética (auto-criadora/mantenedora).
Ainda Maturana (2002):
“De acordo com isso, não é a mudança que torna a evolução biológica um processo histórico: é a conservação ontogenética e filogenética contínuas da autopoiese e da adaptação, como aquilo em torno do qual, todo o resto pode variar. Nessas circunstâncias, o que é primariamente conservado na história dos sistemas vivos é o viver (autopoiese e adaptação).”
É preciso atentar para aquilo que é conservado naquilo que muda.
Entendemos hoje bastante bem os mecanismos genéticos e epigenéticos que fazem com que os seres vivos mudem em sua reprodução e seu viver. O que não entendemos, porque não atentamos para isso, é sobre o que é conservado na filogênese. Por que certas estruturas e certas relações não mudam e permanecem as mesmas face a tantas possibilidades de variação? Segundo Gregory Bateson, esta é a pergunta fundamental da cibernética (Bateson, 1967).
Segundo Maturana, quando compreendemos que “...o que é primariamente conservado na história dos sistemas vivos é o viver (autopoiese e adaptação), podemos compreender que isso também dá lugar a
“...formas diferentes de realização do viver através da conservação reprodutiva de diferentes maneiras de realização da autopoiese na conservação da adaptação..”
Constância na atividade imunológica
São ainda raras as indagações sobre o que se mantém constante na atividade imunológica. O trabalho de Adolfo Firmino da Silva Neto em sua tese de mestrado (Silva Neto, 2002) com os immunoblots desenvolvidos por Nóbrega et al. (Panamá blot) (Nóbrega et al., 2002) tem aspectos que ilustram bem este problema da constância em meio à variação. Adolfo estudou imunoglobulinas equinas e mostrou que as IgM em soros de cavalos hiperimunizados com toxinas bacterianas, venenos ofídicos e de escorpiões, exibem perfis de reatividade com extratos de tecidos equinos e de E. coli que não diferem significativamente dos perfis observados no soro de potros normais. Com as IgG, a situação é muito similar, embora surjam diferenças significativas em alguns soros (por exemplo, anti-escorpião). A constância (invariância) de perfis de reatividade de IgM, e em parte, também das IgG, com a idade, tem sido mencionada tanto na análise de camundongos quanto de humanos (Lacroix-Desmazes et al., 1995; Vani et al., 2008). Em conversas, Nóbrega também mencionou esta invariância em soros de animais imunizados, mas não sei onde isto está publicado.
Este seria um modelo adequado para abordar uma entidade global invariante que sabemos composta por elementos variáveis, ou seja, immunoblots que não variam de um soro a outro, embora estes soros difiram muito em atividade específica. Talvez agora, com o progresso no conhecimento com os micro-arrays de proteínas de Cohen e colaboradores (Madi et al., 2011), já seja possível entender melhor o que se passa.
Há um texto de John Stewart que critica os immunoblots argumentando que sua suposta invariância é um artefato. É preciso discutir este trabalho (Brissac et al., 1999), segundo o qual, com base em uma curva de calibração é possível avaliar a diversidade clonal de uma mistura de anticorpos através da medida de certos parâmetros. O texto conclui que a diversidade funcional das IgM naturais estaria em torno de 16 mil clones.
*inclui texto de 2004-JAN-10
- Bateson, G. (1967) Cybernetic explanation. American Behavioral Scientist 10, 29-32. Reprinted in Steps to an Ecology of Mind, New York, Balantine Books, pp 399-410, 1973.
- Brissac, C., Nobrega, A and Stewart, J. (1999). "Functional diversity of natural IgM." Int Immunol 11(9): 1501-1507.
- Lacroix-Desmazes, S., Mouthon, L., Coutinho, A. and Kazatchkine, M.D. (1995) Analysis of the human natural IgG antibody repertoire: life-long stability of reactivities toward self-antigens contrasts with age-dependent diversification of reactivities against bacterial antigens. Eur.J.Immunol. 25, 2598-2564.
- Maturana, H. (2002) Autopoiesis, structural coupling and cognition: a history of these and other notions in the biology of cognition. Cybernetics & Human Knowing 9, 5-34.
- Nobrega, A., Stransky, B., Nicolas, N. and Coutinho, A. (2002) Regeneration of natural antibody repertoire after massive ablation of lymphoid system: robust selection mechanisms preserve antigen binding specificities. J Immunol 169, 2971-2978.
- Silva Neto, A.F.d. (2000) Desenvolvimento ontogenético do repertório de anticorpos no modelo equino. In: Departamento de Bioquímica e Imunologia. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
- Vani, J., Elluru, S., Negi, V.-S., Lacroix-Desmazes, S., Kazatchkine, M.D., Bayary, J. and Kaveri, S.V. (2008) Role of natural antibodies in immune homeostasis: IVIg perspective. Autoimmunity Reviews 7 440–444.
- Vaz, N.M. e Ramos, G.C. (2011) O que permanece naquilo que muda – Considerações sobre a mudança e a constância nos fenômenos imunológicos. EmEl HAni, C et al. “Darwin na Bahia” (no prelo).
quarta-feira, 30 de março de 2011
A nova ordem científica
China ultrapassará EUA e será líder de pesquisa em 2013. Brasil é potência emergente.
Inventora da bússola, da pólvora e do papel, a China está decidida a reassumir a vanguarda do conhecimento. Um relatório global apresentado ontem pela Royal Society britânica revela o salto do país em 20 anos. A China pulou da sexta posição para a vice-liderança no ranking da produção científica global, desbancando o Japão. E a previsão é que passará os EUA em 2013, tornando-se a líder mundial da ciência. Brasil e Índia também mereceram destaque no relatório - a Royal Society estima que, até o início da próxima década, eles terão produção científica maior do que França e Japão.
O crescimento das nações emergentes já é acompanhado pela queda da produção científica de EUA e Europa. Mas, diferentemente de outros países em desenvolvimento, que destinam mais recursos às engenharias, o Brasil prioriza investimentos em biociências e agropecuária.
- É, de certa forma, uma nova ordem mundial - explica Carlos Henrique de Brito, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). - Os países que se estabeleceram primeiro como centros científicos estão perdendo posição para outros que chegaram mais recentemente a esta atividade e buscam se desenvolver.
Os EUA ainda publicam quase o dobro de pesquisas da China (320 mil contra 163 mil). Ainda assim, Washington percebeu que está perdendo o fôlego. Em 2003, os americanos publicavam 26% de todos os trabalhos elaborados no mundo; cinco anos depois, este índice caiu para 21%. Recentemente, o Congresso daquele país pediu à Academia Nacional para investigar qual é a competitividade de suas unidades de pesquisa, em relação à de outras nações.
A preocupação também é visível do outro lado do Atlântico. No ano passado, a Royal Society alertou o governo britânico que "a liderança científica (do Reino Unido), que demorou décadas para ser construída, pode ser perdida rapidamente". O país hoje é o terceiro no ranking mundial.
Crise econômica ajudou emergentes
A classificação científica representa muito mais do que mero prestígio. Trata-se de um indicador sobre a capacidade que um país tem para competir na economia global, gerando tecnologia, produtos de alto valor e independência em áreas estratégicas.
- O relatório da Royal Society é interessante, mas sua análise vai até 2008. Depois, houve a crise econômica mundial, e a balança pode ter pendido ainda mais para as nações emergentes, que foram menos afetadas pela recessão, ressalta Brito.
O crescimento científico brasileiro foi tão intenso que, pela primeira vez, uma cidade sul-americana entrou no mapa das 20 mais produtivas cientificamente. São Paulo é citada como um centro de pesquisa de grandeza semelhante a Nova York, Paris, Londres, Pequim e Tóquio. Vem da capital paulista uma em cada cinco pesquisas científicas do país. A liderança é resultado de décadas de investimentos.
- O estado aplica praticamente 13% de sua receita em ensino superior e pesquisa. É apenas um ponto percentual a menos que a Califórnia, destaca Brito. - Só a USP forma 2.200 doutores por ano. O desafio é fazer com que a experiência bem-sucedida aqui seja aplicada em outras regiões brasileiras.
Há, porém, outras pedras no caminho. Uma é a que a produção científica nacional, embora continue crescendo, aos poucos tem pisado no freio. Entre 1994 e 1998, este índice cresceu a uma velocidade de 17% ao ano. De 2003 a 2008, a 5,3% anuais.
- Temos um potencial muito grande para tirar o atraso, desde que haja investimentos em educação, na formação adequada de técnicos e pesquisadores e mais recursos para a pós-graduação, que é um sucesso nacional, enumera Paulo Sérgio Beirão, diretor de Ciências Agrárias, Biológicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). - A Unesco, em 2009, já nos colocava como o 13º do mundo em produção científica. Podemos ultrapassar outros países, como a França.
Segundo a Royal Society, o ranking das dez nações de maior produção científica têm, além de EUA, China e Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Canadá, Itália, Espanha e Índia. Tuvalu está em último lugar: o país insular produziu apenas um dos 1,5 milhão de trabalhos científicos de 2008.
No Brasil, cortes orçamentários
O Brasil investe, atualmente, 1,6% do PIB em ciência e tecnologia. A meta é elevar este percentual para 2,5% até 2022. Este ano, no entanto, o País deu um passo para trás. O ministério responsável pela área terá um corte de R$ 1,7 bilhão em seu orçamento - sobrarão R$ 6,4 bilhões de receita.
Para Paulo Sérgio Beirão, do CNPq, a tesourada deveria ser revista: - Os 31 países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico investem, em média, 2,2% do PIB em ciência e tecnologia. Não devemos ficar abaixo deste índice. O corte no Orçamento terá impacto na produção científica e diminui nossa competitividade.
O Brasil, recomenda Beirão, deveria seguir os passos da Coreia do Sul. No fim da década de 90, o país asiático viu-se diante de uma grave crise cambial. Em vez de promover cortes em pesquisa, decidiu incentivá-las.
- O investimento em ciência e tecnologia cresceu 10%. Decidiu-se que esses recursos,
a médio e longo prazo, dariam maior retorno, conta.
terça-feira, 29 de março de 2011
Um ano do SBlogI
segunda-feira, 28 de março de 2011
Microbiota perde complexidade na senescência
Important information - Frontiers in Immunology
Caros, vejam a carta que recebi da IUIS.
Helsinki, New York, March 24th, 2011
As you know, the IUIS has recently signed an agreement with the new open access journal Frontiers in Immunology, making it now our official journal!. This is something that the immunological community has been waiting for a long time. There are many good journals around, but there is a clear need for a new type, coherent and strong journal that everybody can feel comfortable with. And not just one journal but many that cover the whole immunology field. If you feel something is missing, we (or you) can add it! Many immunologists feel that there are biases and barriers in the current publishing systems restricting the appearance of full spectrum of activities. IUIS has made the agreement with Frontiers under the conditions that the publishing process will be fair, unbiased, yet it would not compromise with quality. In addition to publishing, Frontiers will develop other activities on its pages: news forum, handling of meeting proceedings and networking among immunologists. It can provide a platform for societal activities of the many immunological societies at various levels. We hope to generate a world map of immunology on its pages.
What can the IUIS members do to take full advantage of this new agreement between the IUIS and Frontiers in Immunology?
REGISTRATION
Frontiers in Immunology is an open access online journal that is run by Frontiers. Readers have free access to the entire content published, but a registration with Frontiers is necessary to submit articles. Unless you have already done so, please go to http://www.frontiersin.org/Registration/Register.aspx to complete your registration, which is very rapid and completely for free. This is a necessary step for any researcher wishing to profile himself, but also extremely important to increase your visibility as well as that of our society's. It seems obvious that the more complete a profile is, the more chances there are that it will be looked at, but ‐ believe it or not – apparently one of the most efficient ways to reach popularity is to post a picture, so do not hesitate to do so!
PRIVACY
Your privacy is important to us, and we make it a top priority. Once you have created your profile, you can choose your privacy settings on just about everything so that you are always in control of how much you want to be disclosed,.
EDITORIAL BOARDS
Frontiers in Immunology is a young journal. In fact it went online in November 2010, and it is now in the position to greatly and quickly benefit from the IUIS community. The growth of the editorial board from the current 600 editors to the target 2,000 is very important to achieve its full potential. If you want to submit your application, or want to suggest someone else, to become Associate or Review editor, please contact immunology.editorial.office@frontiersin.org_
SUBMIT YOUR MANUSCRIPT
Frontiers in Immunology has now started to take in manuscripts, both Original Research articles and Reviews. The myriad of advantages for authors publishing with Frontiers is still unmatched in the context of academic publishing, in both phases preceding and following publication. Fairness of review, speed of publication and widespread visibility are just a few of the multitude of benefits reserved to Frontiers authors. More information can be found here http://www.frontiersin.org/immunology/whypublish
COMMUNITY
Now that Frontiers in Immunology is the official journal of the IUIS, it is also part of an exciting community led by researchers driven by the desire to offer the best to the academic world. You can already see some community services and tools on the bottom of the home page. Browse, search and post job offers for free! Buy and download ebooks! Search the scholar community with our Who’s who…MORE TO COME... and there are so many more exciting and useful tools coming soon. In future versions of Frontiers that will be released this year, it will be possible to initiate discussions, blogs, collaborations, share data, images, videos, and much more. It is not a one‐off affair. The site can become a hotbed of continued discussion and networking and regularly updated with new articles to keep the topic alive ‐ like repeated annual conferences. So keep visiting us!
Welcome to the new world of immunology
Seppo Meri Kendall Smith
Secretary General of IUIS Field Chief Editor, Frontiers in Immunology
University of Helsinki, Finland Cornell University, New York, USA
Caros colegas,
este espaço completará amanhã um ano de existência. Para comemorar tal fato, planejamos algumas mudanças que serão implementadas ao longo desta semana.
Independentemente, gostaríamos de receber opiniões, críticas e sugestões de vocês... afinal de contas, este espaço é nosso!
domingo, 27 de março de 2011
Oportunidades de Fomento
Esse programa tem por objetivo a capacitação técnica de profissionais brasileiros e franceses, ligados a instituições governamentais e não-governamentais que atuam no combate às epidemias de DST/HIV/aids e Hepatites Virais, além do desenvolvimento de projetos e o intercâmbio de conhecimento entre as principais instituições ou serviços em aids de ambos os países. É um facilitador de cooperação técnica internacional entre os países envolvidos, por meio da oferta de estágios na França e no Brasil.
O processo seletivo simplificado destina-se ao preenchimento de até seis vagas distribuídas nas seguintes áreas: Prevenção; Controle Social Promoção dos Direitos Humanos; Epidemiologia; Tratamento e Assistência; Hepatites Virais.
Data Limite: Até o dia 2 de abril de 2011 (data de postagem por correio).
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Edital nº 23/2006 CGCI/Capes - Chamada Pública de Projetos para a Escola de Altos Estudos: Cooperação Acadêmica Internacional em Nível de Pós-Graduação Stricto Sensu
A Escola de Altos Estudos utilizar-se-á da infraestrutura dos programas de pós-graduação stricto sensu e deverá contribuir para o fortalecimento e a ampliação de programas de pós-graduação stricto sensu nacionais, envolvendo a participação articulada de diferentes programas de mestrado e doutorado interessados em uma programação.
Data Limite:
Seleção - Primeira fase: em até 60 dias;
Manifestação dos programas interessados: em até 60 dias;
Seleção final - Segunda fase: em até 30 dias.
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Bolsas de Estudo para o 43º International Summer Science Institute
O 43º International Summer Science Institute do Instituto Weizmann acontecerá de 4 a 29 de julho de 2011. Os participantes têm a oportunidade de adquirir experiência direta em pesquisa de ponta trabalhando em laboratórios de pesquisa desenvolvendo projetos de investigação ao lado de profissionais.
Data Limite:21 de março de 2011.
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Programa ALFA III - Programa de Cooperação Acadêmica entre a União Europeia e a América Latina (3º Chamada)
O Programa já lançou duas Chamadas para seleção de propostas em 2008 e 2010. Na Terceira Chamada de Propostas destacam-se os seguintes tópicos: a cooperação para o desenvolvimento e o fortalecimento institucional; o reforço do papel do ensino superior no desenvolvimento global, equilibrado e equitativo da sociedade latinoamericana e a promoção de uma área comum EU-AL de ensino superior.
A presente Chamada inclui dois lotes que serão desenvolvidos em paralelo. Cada lote corresponde a setores ou temas prioritários específicos e será executado por meio das diversas ações ou projetos executados pelas redes selecionadas:
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The Rubicon Programme is directed at promising young postdoctoral researchers who are still at the start of their scientific careers but whose scientific qualities give them the potential to become established figures in Dutch scientific research. The programme offers researchers who have completed their PhDs in the past 12 months the opportunity to gain knowledge, skills and experience by spending up to two years at a top research institute outside the Netherlands or one year at an excellent Dutch research institute.
The aim of the Rubicon Programme is to encourage talented researchers at Dutch universities and research institutes run by KNAW and NWO to dedicate themselves to a career in postdoctoral research. Rubicon offers researchers who have completed their doctorates in the past year the chance to gain experience at a top research institution outside the Netherlands (maximum of two years).
The Rubicon programme also offers talented researchers from abroad the opportunity to obtain grants to spend a maximum of two years in the Netherlands to conduct research. Rubicon grants are to be used to acquire knowledge and experience via postdoctoral research. Rubicon is open for research proposals from all disciplines except for stem cell research where new human embryos are harvested and used.
Data Limite: Deadline for submitting applications via the Iris system: 31 March 2011 at 23h:59min.
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The Science Education Prize will be awarded every three years by TWAS ROLAC to a scientist who has made significant and innovative contributions to scientific educational material.
Data Limite:The registration deadline is April, 4th 2011.
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The TWAS Prizes will be awarded to individual scientists in developing countries in recognition of outstanding contributions to knowledge in eight fields of science. Every year, one prize is awarded in each of the following fields: Biology, Chemistry, Mathematics, Physics, Agricultural Sciences, Earth Sciences, Engineering Sciences, and Medical Sciences. Prizes are usually presented on a special occasion, often coinciding with the General Meeting of TWAS.
The TWAS Prizes evolved from two pre-existing award schemes: TWAS Awards in Basic Sciences, instituted in 1985, to recognize and support outstanding achievements made by scientists from developing countries, and TWNSO Prizes in Applied Sciences, awarded since 1990 by the Third World Network of Scientific Organizations, in the fields of agriculture and technology.
Data Limite:
Nominations for the 2011 prizes must be submitted by 31 March 2011.
Nominations arriving later will be considered in the following year.
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For the purposes of this Program, it will be only considered the investigation of biomarkers for which there is a clear hypothesis that measurement or detection of the specific biomarker is linked to the presence of TB. It will not be considered unbiased biomarker discovery efforts.
Data Limite:A letter of inquiry should be submitted no later than March 31, 2011. The Bill & Melinda Gates Foundation will evaluate the LOIs and applicants who have projects of further interest to the Gates Foundation will be invited in May 2011 to submit a full proposal in June 2011.
Journal Club – IBA: Foxo 1 e 3 regulando as reguladoras
No trabalho da Nature, foram mostrados os papéis redundantes de foxo1 e foxo3 em camundongos deficientes (KO) de tais fatores de transcrição em células TCD4. Estes camundongos desenvolvem lesões graves, título aumentado de autoanticorpos e intenso infiltrado de células mononucleares em órgãos vitais, o que acarretam no falecimento precoce. A intensa inflamação observada deve-se ao aumento e ativação de linfócitos TCD4 no baço e linfonodos, com elevada produção de IFN-g e IL-17, comparado com os selvagens (WT). Os camundongos deficientes de foxo1 e foxo 3 tem a mesma quantidade de células Treg, mas com deficiência funcional, incapazes de inibir a atividade de linfócitos TCD4 ativados. Tal deficiência é a responsável pela doença autoimune, pois os animais que recebem transferência adotiva de células Treg de animais WT, não desenvolvem a doença. Assim, foxo1 e foxo 3 são fundamentais para a diferenciação e função de Tregs. Ainda, na ausência de tais fatores de transcrição, as Tregs produzem IFN-g e IL-17.
O outro artigo, o da Immunity, avaliou a ativação das células CD4 de camundongos Cd4Cre foxo1f/f, deficientes de foxo1 apenas em células TCD4. Verificou-se que foxo1 é essencial na prevenção da ativação sistêmica de linfócitos T. Ainda, que a autoimunidade na ausência de foxo1 depende da ativação de linfócitos B, pois houve um aumento de tais células no centro germinativo dos órgãos linfóides periféricos, do título de anticorpos circulantes e do número de células Tfh (células t helper foliculares).
Surpreendentemente, a ativação de B foi devido à menor quantidade Treg naturais provenientes do timo. As células Treg de animais foxo1 KOs apresentavam menor expressão de CTLA-4, CD-25 e CD62L. Dessa forma, além de foxo1 controlar o desenvolvimento das Tregs no timo, ele também controla a funcionalidade destas células na periferia. Finalmente os autores observaram que Foxo3 colabora com Foxo1 nos fenótipos de autoimunidade, pois apesar de os animais nocautes de foxo3 não apresentarem deficiência de células Treg, o duplo KO (foxo1foxo3) apresenta um quadro de ativação e autoimudade mais grave do que apenas o foxo1KO. Dessa forma, os fatores de transcrição foxo são importantíssimos para o desenvolvimento e funcionalidade das células Treg, pois além de regularem a expressão de CTLA-4 e a funcionalidade das células, atuam no locus do Foxp3 permitindo ou não a sua transcrição.
Alguém teria camundongos KOs de tais fatores de transcrição para nos ceder???
Post de Djalma S L Júnior; Jaqueline R Silva; e Jonilson B Lima.
sábado, 26 de março de 2011
Jürg Tschopp
sexta-feira, 25 de março de 2011
Isso sim é imagem!
Pois é pessoal, essa belíssima imagem da superfície de uma célula HeLa foi gerada por uma nova técnica de microscopia - a 'Bessel Beam Plane Illumination Microscopy'. A técnica acaba de ser descrita pelo grupo do Dr. Betzig, do Howard Hugues Medical Institute. Os vídeos abaixo mostram um esquema de como funciona e como o tal do 'Bessel Beam' é visto por uma lente:
O grupo também fornece outros exemplos de como tal técnica pode ser utilizada, analisando a divisão de cromossomos e na distribuição de mitocondrias no citoplasma:
Para quem tiver interesse, recomendo a leitura do artigo do grupo neste mês na Nature Methods, ou a visulaização de outros exemplos no site do HHMI.
Para os imunologistas, deixo a seguinte pergunta: imaginem só estas imagens sendo aplicadas para demonstrar interações entre patógenos e macrófagos, durante a apresentação antigênica, ou no momento em que uma TCD8+ extermina seu alvo?
Será que os editores e revisores perguntariam pelo mecanismo se os resultados de nossos papers fossem recheados com tais imagens, Prof. Sérgio Lira???
Abraços a todos e bom fim de semana!
quinta-feira, 24 de março de 2011
O tal mecanismo
quarta-feira, 23 de março de 2011
Apresentação de antígenos lipídicos por moléculas CD1: novas perspectivas sobre o reconhecimento do próprio e não-próprio
Por Kelly Grace Magalhães
A descoberta da apresentação de antígenos por moléculas CD1 mudou a visão geral dos imunologistas sobre o papel dos linfócitos T, através da demonstração de que linfócitos T reconhecem não apenas peptídeos, mas também antígenos lipídicos. O primeiro registro desse achado foi feito em 1994 pelo grupo do Dr. Michael Brenner (Brigham and Women’s Hospital - Harvard Medical School), que demonstrou que lipídeos micobacterianos poderiam ser reconhecidos por linfócitos T αβ. Desde então diversos trabalhos vem documentando a apresentação e o reconhecimento de diferentes lipídeos, glicolipídios ou mesmo lipopeptídeos aos linfócitos T.
Surpreendentemente, uma fração significativa do nosso repertório normal de linfócitos T provenientes de sangue periférico humano são autoreativos ao grupo 1 da família de proteínas CD1. Esse foi o interessante achado do grupo do Dr. David Branch Moody (Brigham and Women’s Hospital - Harvard Medical School), publicado na Nature Immunology (Dec 2010, vol. 11, n. 12, pag.1102-1109), que demonstrou que linfócitos T respondem à CD1a, uma molécula apresentadora de antígenos lipídicos expressa na superfície de células de Langehans na pele humana, entre outras células. Esses resultados mostraram pela primeira vez que moléculas CD1 são capazes de apresentar lipídeos endógenos aos linfócitos T αβ e induzir secreção de IL-22, uma citocina capaz de estimular a liberação de peptídeos antimicrobianos bem como a sobrevivência e proliferação de queratinócitos. Estes autores desenvolveram um interessante ensaio que dispensava o uso de tetrâmeros CD1-lipídeos. Eles desafiaram linfócitos T com uma linhagem celular (K562) transfectada com genes que codificam CD1a, CD1b e CD1c. As células K562 não são apresentadoras de antígeno profissionais, não expressam o complexo maior de histocompatibilidade (MHC) classe II, mas apenas baixos níveis de MHC classe I. Isso permitiu a estimulação de linfócitos T de maneira independente de MHC sem a indução de linfócitos T aloreativos. Com esse ensaio, eles descobriram que todos os doadores testados possuíam, inesperadamente, uma alta freqüência de linfócitos T que responderam às células K562 transfectadas com o gene que codifica CD1a, mas em contraste, poucos doadores tinham linfócitos T restritos à CD1b ou CD1c.
Em outro interessante estudo, o grupo da Dra. Giulia Casorati (San Raffaele Scientific Institute) publicado na European Journal of Immunology (Mar 2011, vol. 41, pag. 602-610), comparou clones de linfócitos T provenientes de cordão umbilical e de sangue periférico de adultos. Estes autores estimaram que de cada 10 a 300 linfócitos T circulantes, 1 era autoreativo ao grupo 1 da família de proteínas CD1, uma freqüência comparável ao de linfócitos T aloreativos ao MHC. Além disso, o grupo da Dra. Casorati observou que linfócitos T autoreativos ao CD1 estão presentes em freqüências comparáveis, tanto em adultos quanto no cordão umbilical.
Portanto, tem se tornado cada vez mais claro que linfócitos T autoreativos, restritos à CD1, constituem uma porção muito mais significativa do que se pensava anteriormente, e devem desempenhar um papel distinto e não-convencional no sistema imunológico. Além disso, o estudo de linfócitos T que reconhecem lipídeos endógenos apresentados por moléculas CD1a é de especial importância no melhor entendimento dos mecanismos de doenças autoimunes da pele, como dermatite atópica e psoríases, e pode auxiliar na identificação de potenciais alvos de intervenção terapêutica.
Para quem quiser se aprofundar no assunto segue uma lista com alguns ótimos artigos da área:
de jong, A., Pena-Cruz, V., Cheng, T.-Y., Clark, R. A., Van Rhijn, I. and Moody, D. B., CD1a-autoreactive T cells are normal component of the human αβ T cell repertoire. Nat. Immunol. 2010. 12: 1102–1109.
Colonna M. Skin function for human CD1a-reactive T cells. Nat Immunol. 2010. 12:1079-80.
Young MH & Gapin L. Group 1 CD1-restricted T cells take center stage. Eur. J. Immunol. 2011. 41: 602–610
de Lalla, C., Lepore, M., Piccolo, F. M., Rinaldi, A., Scelfo, A., Garavaglia, C., Mori, L. et al., High frequency and adaptative-like dynamics of human CD1 self-reactive T cells. Eur. J. Immunol. 2011. 41: 602–610.
Barral, D. C. and Brenner, M. B., CD1 antigen presentation: how it works. Nat. Rev. Immunol. 2007. 7: 929–941.
De Libero, G. and Mori, L., Recognition of lipid antigens by T cells. Nat. Rev. Immunol. 2005. 5: 485–496.
Beckman, E. M., Porcelli, S. A., Morita, C. T., Behar, S. M., Furlong, S. T. and Brenner, M. B., Recognition of a lipid antigen by CD1-restricted ab T cells. Nature 1994. 372: 691–694.
terça-feira, 22 de março de 2011
Anthony Atala: imprimindo um rim humano
Surgeon Anthony Atala demonstrates an early-stage experiment that could someday solve the organ-donor problem: a 3D printer that uses living cells to output a transplantable kidney. Using similar technology, Dr. Atala's young patient Luke Massella received an engineered bladder 10 years ago; we meet him onstage.