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BRASILEIRA DE IMUNOLOGIA
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Organelas celulares na reposta antiviral



Fonte: Viral Defense: It Takes Two MAVS to Tango.

A imunidade à vírus é um assunto extremamente interessante que, devido à importância dos surtos de infecções virais, vem ganhando muito espaço ultimamente nos “high impact journals”.

Esse ano a Cell publicou um trabalho belíssimo que descreve a importância dos peroxisomas na sinalização para uma resposta viral.

Já sabíamos que o reconhecimento intracelular de vírus de RNA ocorre por meio de receptores RIG-I-like (RLRs), que são helicases solúveis que detectam material genético viral. Entre os RLRs bem caracterizados, estão as proteínas RIG-I e MDA-5, que reconhecem RNA de fita dupla e sinalizam via uma molécula adaptadora chamada MAVS (ou IPS-1), para a produção de interferon do tipo I.

Interessante que MAVS tem um domínio transmembrana, fica ancorada na mitocôndria celular e recruta os RLRs que foram ativados por RNA viral. Isso por sí já é fantástico, visto que ilustra que as organelas celulares podem participar de vias de transdução de sinal. Geralmente os esquemas simplistas contidos nas revisões nos levam a pensar que as vias de transdução de sinal ocorrem isoladas e em um grande “buraco negro”chamado citoplasma.

Além do papel da Mitocôndria, o trabalho do John mostra que os Peroxisomos tem função importante na sinalização por RLRs durante uma resposta anti-viral. MAVS fica ancorada nos peroxisomas e induz uma primeira ativação rápida a partir dessa organela. Posteriormente, uma resposta mais duradoura ocorre a partir do MAVS ancorados nas mitocôndrias. Assim, o trabalho ilustra não somente que organelas celulares participam das vias de sinalização, mas também que essas organelas não são somente “metabólicas”, mas participam efetivamente da resposta imune contra patógenos.
Belo, não? Baseado nesse artigo e no nosso congresso de 2010, alguém se anima a estudar imunidade a vírus? Sem dúvida é uma área super importante e que pouca gente estuda no Brasil.

Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe 2010


Pela quinta vez consecutiva, a ABC reúne alguns dos principais pesquisadores da região para relatarem os avanços do conhecimento em suas áreas de atuação.
Neste evento, a Academia procura também evidenciar o trabalho dos jovens e promissores talentos reconhecidos: os membros afiliados da ABC e os jovens cientistas da TWAS.
Atinge-se, desta forma, o ideal de reunir em um mesmo encontro os pesquisadores mais jovens e os mais experientes. Desta interação nasce um novo diálogo, que oxigena e alimenta o avanço da Ciência no Brasil e na região.
Os objetivos da Conferência incluem:
· divulgar, tendo sempre em vista os benefícios para a sociedade, o avanço das diversas áreas da ciência e a integração multidisciplinar;

· promover o diálogo entre a comunidade científica e as principais agências de C&T nacionais e estaduais;

· estimular jovens talentos da Ciência, de todas as regiões do Brasil e dos demais países da América Latina;

· apresentar uma visão geral da Ciência no Brasil e demais países da ALC, visando estreitar a cooperação científica na região;

· apresentar os resultados dos Grupos de Estudos da Academia.
O evento anual será realizado na sede da ABC, entre os dias 29/11 e 3/12/2010, sendo gratuito e aberto ao público. Os participantes receberão certificados referentes às palestras a que comparecerem.

Veja a programação abaixo e em formato de pdf no site da ABC (aqui).





domingo, 28 de novembro de 2010

Concurso História da SBI


A foto faz parte do acervo do novo colaborador do SBlogI, o Prof. Nelson Vaz.

Quem colocar nos comentários o nome correto da personagem da foto deste post poderá solicitar um certificado à SBI.
Não poderão participar: o fotografado nem o dono da foto, pois já têm direito ao certificado.
O documento a ser emitido afirmará que o portador está ficando velho (o que é excelente opção, considerada a alternativa disponível).
Quem lembrar do local da foto, terá direito a certificado especial, atestando a boa memória, apesar da idade.



ImmunoFoz 2011


sábado, 27 de novembro de 2010

Bolsa de Recém Doutor em Toxinologia

Seleção pública de recém-doutor para preenchimento de vaga do Programa de Apoio a Projetos Institucionais com a Participação de Recém-Doutores – PRODOC/CAPES

EDITAL MEC/CAPES Nº 029/2010


ÁREA DE AVALIAÇÃO: Ciências Biológicas I
INSTITUIÇÃO: Instituto Butantan
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO: Toxinologia
COORDENADORA DO PROGRAMA: Norma Yamanouye
PROJETO DE PESQUISA: ANTICORPOS MONOCLONAIS E RECOMBINANTES: ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA E FUNÇÃO DE TOXINAS E AVALIAÇÃO DO USO EM SOROTERAPIA.
ÁREA DE ATUAÇÃO: Imunologia
UNIDADE: Laboratório de Imunopatologia
SUPERVISÃO: Dra Eliana Faquim de Lima Mauro

RECURSOS FINANCEIROS: bolsa de pós-doutorado pago diretamente pela CAPES no valor mensal de R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais) durante 24 meses (período de execução do projeto) e repasse de recurso de custeio, no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) anuais, ao Coordenador do Projeto, para ser aplicado nas atividades do bolsista.
PERFIL DO CANDIDATO: Ter título de doutor em Imunologia, obtido em Instituição classificada com conceito 5 a 7 pela CAPES. É esperado que o candidato tenha motivação e habilidade para organizar tarefas de pesquisa com independência e apresente desenvoltura na redação de relatórios e artigos científicos, bom relacionamento interpessoal, além de experiência didática. O candidato selecionado deverá dedicar-se integralmente às atividades do projeto e ao programa de pós-graduação, conduzir experimentos, co-orientar alunos, envolver-se em colaborações internacionais e interagir fortemente com outros grupos de pesquisa.
INSCRIÇÃO: Os interessados na Bolsa de Pós-Doutorado devem enviar os seguintes documentos enumerados abaixo, para a secretaria do programa de pós-graduação em Toxinologia pelo e-mail cpgibu@butantan.gov.br, telefone de contato: 3726-7222 ramal 2064 falar com a Kimie Simokomaki, até o dia 03 de dezembro de 2010.
1. Curriculum Vitae completo e atualizado modelo lattes-CNPq;
2.  Carta de apresentação indicando a razão do interesse na bolsa e com um breve relato de sua experiência;
3.       Duas cartas de recomendação.
DATA DO PROCESSO SELETIVO: A seleção será realizada entre 6 a 10 de dezembro de 2010, para início imediato.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO: Análise do curricullum vitae e entrevista.

Bolsas de Pós-Doc no ICB USP (Relação Patógeno-Hospedeiro e em Imunologia)

ABERTURA DE INSCRIÇÕES PARA CANDIDATOS A BOLSA DO PROGRAMA NACIONAL DE PÓS-DOUTORADO - PNPD/2010 (EDITAL MEC/CAPES)

As Coordenações dos Programas de Pós-Graduação em Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro e em Imunologia informam que estão abertas as inscrições para o preenchimento de 3 (três) bolsas do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) da CAPES.

O PNPD abrange duas modalidades de apoio para o projeto aprovado:
a) Concessão de bolsa de pós-doutorado, no valor de R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais) por mês, depositada diretamente na conta do bolsista;
b) Repasse de recurso de custeio, no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), para o Coordenador do projeto.

Nos termos do Edital da CAPES:
Duas vagas foram disponibilizadas pela CAPES e cada um dos candidatos será responsável pela execução de um subprojeto do projeto principal intitulado “Utilizando o conhecimento gerado pelo estudo dos mecanismos imunopatológicos na malária gestacional para o desenvolvimento de vacinas que direcionam antígenos para células dendríticas”.
O projeto principal está dividido em 3 subprojetos:
Subprojeto I: “Estudo dos mecanismos imunopatológicos envolvidos na malária associada à gravidez”, sob a coordenação direta do Prof. Dr. Claudio R.F. Marinho;
Subprojeto II: “Direcionamento de antígenos recombinantes para células dendríticas in vivo: uma nova estratégia para o desenvolvimento de vacinas”, sob a coordenação direta da Profa. Dra. Silvia B. Boscardin; Subprojeto III: “Desenvolvimento de vacina para malária gestacional através do direcionamento de antígenos para células dendríticas”, sob a coordenação direta dos Profs. Dr. Claudio R. F. Marinho e Dra. Silvia B. Boscardin.
Os candidatos serão selecionados para a execução dos subprojetos I ou II e posteriormente trabalharão em conjunto no desenvolvimento do subprojeto III.

Uma vaga foi disponibilizada pela CAPES e o candidato será responsável pela execução de projeto intitulado “MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE INATA PELA HEME-OXIGENASE 1 EM PROCESSOS INFLAMATÓRIOS RENAIS”.

Requisitos para o candidato à bolsa: O candidato a ser incluído no projeto aprovado deverá atender aos seguintes requisitos:
a) Ser brasileiro ou possuir visto permanente no País;
b) Estar em dia com as obrigações eleitorais;
c) Possuir currículo que demonstre capacitação para atuar no desenvolvimento do projeto;
d) Dedicar-se integralmente e exclusivamente às atividades do projeto;
e) Não ter vínculo empregatício ou estatutário;
f) Não ser aposentado;
g) Ter obtido o título de doutor há, no máximo, 5 (cinco) anos;
h) Estar de posse do seu diploma de doutorado. Em caso de diploma obtido em instituição estrangeira, este deverá possuir o reconhecimento de validação, conforme dispositivo legal;
i) Ter seu currículo atualizado e disponível na Plataforma Lattes;
j) Estar apto a iniciar as atividades relativas ao projeto tão logo seja aprovada a sua candidatura pela Capes.

Período de inscrição: de 18 de novembro até 18 de dezembro.

Local de Inscrição: As inscrições deverão ser encaminhadas para o e-mail: marinho@usp.br ou sbboscardin@usp.br (para as bolsas do Programas de Pós-Graduação em Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro) e para niels@icb.usp.br (Programas de Pós-Graduação em Imunologia), ou entregues diretamente nas Secretarias dos Programas de Pós-Graduação em Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro(Instituto de Ciências Biomédicas II  Departamento de Parasitologia  Universidade de São Paulo, São Paulo) ou de Imunologia (Instituto de Ciências Biomédicas IV  Departamento de Imunologia  Universidade de São Paulo, São Paulo).

Documentos necessários:
a) Carta de interesse do candidato.
b) Xerox do RG, CPF e Título de Eleitor;
c) Cópia do Diploma e Histórico Escolar do Doutorado;
d) Currículo Lattes atualizado;

Critérios de seleção:
a) Análise do Currículo do candidato, com ênfase na produtividade em pesquisa na área em que se insere o projeto a ser executado;
b) Análise da carta de interesse do candidato;
c) Entrevista;
Terão preferência candidatos que demonstrarem experiência pregressa em pesquisa nas áreas de Imunologia (análise da resposta imune humoral e celular), Biologia Molecular (clonagem, expressão e purificação de proteínas recombinantes), Bioquímica e/ou Parasitologia. O perfil desejado será o de candidatos que executem o trabalho experimental de forma plena e com grande habilidade de trabalhar em equipe

Data da seleção: será divulgada posteriormente.

Prof. Dr. Niels Olsen Saraiva Câmara
Laboratory of Transplantation Immunobiology Department of Immunology Institute of Biomedical Sciences IV University of São Paulo Rua Prof. Dr. Lineu Prestes 1730, Cidade Universitária, 05508-900, São Paulo
Phone: +5511 30917388
Fax: + 551130917388

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Epidemia de obesidade atinge animais de laboratório

Como se já não bastassem os dados alarmantes da epidemia de obesidade em humanos – nos Estados Unidos essa é a primeira geração em que os filhos provavelmente viverão menos que seus pais por doenças associadas a obesidade – agora são os animais de laboratório que estão engordando.

Foi o que mostrou um estudo publicado na última quarta-feira na revista Proceedings of the Royal Society B, liderado por David B. Allison, da Universidade do Alabama. O grupo avaliou 24 populações distintas (machos e fêmeas), representando oito espécies, num total de 20 mil animais: primatas e roedores usados em pesquisa, gatos e cachorros domésticos e ratos de centros urbanos. No caso de camundongos de laboratório, os pesquisadores basearam suas análises em estudos do National Toxicology Programme, comparando o peso dos animais em 1982 e 2005. Observaram que os camundongos aumentaram 10% do seu peso por década.

Como os autores observaram uma tendência de ganhar peso em animais de diferentes espécies, vivendo em condições distintas, eles argumentaram que dieta e exercício físico não conseguem explicar a epidemia de obesidade. Para eles, é preciso entender melhor a influência de patógenos virais, fatores epigenéticos, no ganho de peso observado mundo afora.

Mas cuidado. Jaap Seidell, pesquisador da University Medical Center em Amsterdam, disse à Nature que Allison e colaboradores, por receberem financiamento de indústrias farmacêuticas envolvidas com obesidade, podem estar querendo desviar a atenção da importância dos exercícios físicos e dieta. "A pílula da obesidade".

Fragilidades e conflitos de interesse à parte, o trabalho levantou uma discussão interessante. Leia o paper (aqui) e a reportagem da Nature (aqui) e avalie se o debate é relevante.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

IRIS em evidência

Acabou de sair um press release do National Institutes of Allergy and Infectious Diseases, NIH, sobre os recentes trabalhos do nosso grupo publicados na revista Blood. A Lis Antonelli, que retornou ao Brasil (CPqRR/FIOCRUZ-BH) em 2009 e contribui regularmente para o Blog, é a primeira autora de um dos trabalhos.

Segue abaixo o texto na íntegra. Nos proximos dias eu postarei textos extras sobre os dois trabalhos.

NIAID MEDIA AVAILABILITY

NIH Scientists Unveil Mechanisms of Immune Reconstitution Inflammatory Syndrome

WHAT:
Newly published research by scientists at the National Institute of Allergy and Infectious Diseases, part of the National Institutes of Health, sheds light on a poorly understood, acute illness called Immune Reconstitution Inflammatory Syndrome (IRIS) that develops in some HIV-infected individuals soon after they begin antiretroviral therapy.

IRIS affects certain HIV-infected individuals whose immune systems are heavily damaged by the virus and who have a treated or undiagnosed AIDS-associated infection. When these individuals start antiretroviral therapy and their immune cells begin to regenerate, the immune system unexpectedly produces an exaggerated response that unmasks or worsens the symptoms of the co-infection. IRIS has become a notable challenge in treating HIV disease, particularly in resource-limited settings. The scientists hope that better understanding how and why the syndrome occurs will lead to targeted prevention or therapy.

To find immunologic patterns that distinguish individuals who develop IRIS from those who do not, the researchers analyzed blood samples from HIV-infected individuals, focusing their analysis on a group of immune cells called T lymphocytes. Most of the studied patients had an AIDS-associated fungal, viral or bacterial infection before they started antiretroviral therapy.

The analysis showed that the individuals who developed IRIS had a higher proportion of activated T cells before starting antiretroviral therapy compared with those who did not develop IRIS. These activated T cells had the propensity to make a key infection-fighting molecule called interferon gamma both before therapy began and during IRIS episodes, suggesting that the cells may participate in the exaggerated immune response seen during IRIS. In addition, the surface markers expressed by the T cells—some with a stimulatory effect and some restraining in nature—suggested they were highly activated as a result of an encounter with the microbes co-infecting the HIV-infected individuals.

A companion study describes a new animal model that can be used to directly analyze the immunologic mechanisms that cause IRIS. This model employs mice infected with Mycobacterium avium, a pathogen frequently seen in HIV-infected individuals who develop IRIS. To mimic the immunologic condition of IRIS-susceptible HIV-infected individuals, the researchers began with mycobacterium-infected mice that had extremely low numbers of T cells. The scientists found that rebuilding the population of T cells in these mice, as usually occurs during antiretroviral therapy in humans, triggered an IRIS-like disease. In addition, the researchers observed that interferon-gamma production by the repopulating T cells in the mice clearly facilitated the development of experimentally induced IRIS. The study also implicated a type of immune cell known as a macrophage in sparking IRIS in the mice.

ARTICLES:


LRV Antonelli et al. Elevated frequencies of highly activated CD4+ T cells in HIV+ patients developing immune reconstitution inflammatory syndrome. Blood DOI: 10.1182/blood-2010-05-285080 (2010).

DL Barber et al. Th1-driven immune reconstitution disease in Mycobacterium avium-infected mice. Blood DOI: 10.1182/blood-2010-05-286336 (2010).

WHO:
Irini Sereti, M.D., M.H.S., a clinical investigator in the NIAID Laboratory of Immunoregulation, and Daniel Barber, Ph.D., a postdoctoral fellow in the NIAID Laboratory of Parasitic Diseases, are available to discuss the research.

CONTACT:
To schedule interviews, please contact Laura Sivitz Leifman, 301-402-1663, sivitzl@niaid.nih.gov.

SBI na Rede no. 95


Saiu o SBI na Rede No. 95, confira aqui.
Tópicos:
Bye bye Imunotchê;
Prêmios Congresso SBI;
XXXVI Brazilian Congress of Immunology;
Confira as Oportunidades que o SBI na rede de outubro trás pra você.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quais os requisitos para que células T reguladoras possam suprimir?

Apesar de células T reguladoras CD4+, e em especial as foxp3+, serem intensamente estudadas nos últimos anos, ainda há muitas dúvidas a cerca do seu desenvolvimento e do modo como operam. Uma das questões em debate é: do que necessitam as células Treg para que possam exercer supressão? São restritas pelo MHC como as outras células T CD4+? Necessitam de sinalização via TCR? Em maio de 2009 o grupo liderado por Dario Vignali publicou um artigo cujo título é "regulatory T cells do not require stimulation through their TCR to supress". Os autores fizeram uso de células T provenientes de duas linhagens transgênicas de camundongos que expressam TCR específicos para diferentes antígenos e que são restritos por MHC distintos. Isso permitiu que pudessem ativar as supostas Treg e as T convencionais, alvos da supressão pelas Treg, de maneira independente. Curiosamente, como o próprio título do artigo deixa claro, os autores concluem que as células T reguladoras CD4+ CD25+ não necessitam de sinalização via TCR para que sejam capazes de suprimir. Outros experimentos dão suporte à argumentação de que essa atividade supressora independente de sinalização via TCR não se deveu à reatividade cruzada ou alorreatividade.
Fazendo o contraponto, outros estudos também buscaram responder se células T reguladoras necessitam de sinalização via TCR para que sejam capazes de suprimir. O artigo publicado por Kim e colaboradores em agosto de 2009 utiliza, no entanto, uma abordagem diferente. Eles utilizaram células T CD4+ CD25+ cujo gene que codifica p56(Lck) foi deletado, bloqueando, portanto, a sinalização via TCR. As conclusões foram completamente diferentes. A falta de sinalização via TCR em células T reguladoras teve um impacto negativo na homeostasia e na função das células. As células T CD4+ CD25+ em que o gene para p56(Lck) foi inativado perderam completamente a capacidade de suprimir a resposta de células T CD4+ convencionais.
E você caro blogueiro? Acha ou não que células T reguladoras necessitam de sinalização via TCR para suprimir?

Referências:

Szymczak-Workman AL, Workman CJ, Vignali DA. Cutting edge: regulatory
T cells do not require stimulation through their TCR to suppress.
J Immunol. 2009 May 1;182(9):5188-92.

Kim JK, Klinger M, Benjamin J, Xiao Y, Erle DJ, Littman DR, Killeen N. Impact of the
TCR signal on regulatory T cell homeostasis, function, and trafficking.
PLoS One. 2009 Aug 11;4(8):e6580.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

SBlogI Entrevista


Shizuo Akira





Uberlândia - Caros, segue abaixo a entrevista que realizei com o Dr. Shizuo Akira na semana passada, por e-mail. Para aqueles que não o conhecem, Dr. Akira é uma das referências mundiais em estudos sobre imunidade inata. Espero que aproveitem...


SBlogI - As far as I could count, you have published over 50-60 paper/year regularly... how can you manage this? Is your lab crowded with post-docs or is your collaborative network very active?
Dr. Akira - Although my lab is active, the numbers of published papers are a sum of our original papers and other collaborative works.

SBlogI - From the late 1990’s until today, the Immunology field has lived in a ‘Pattern Recognition Receptor era’. Toll-like receptors was, and still is, the main focus of research in innate immunity. Then, Nod-like receptors and the Inflammasome complex were described and shed new light into PAMP recognition in the cytosolic compartment. Now RIG-like receptors, C-type lectin receptors and intracellular kinases are in the spotlight... in your opinion, what comes next?
Dr. Akira - This is a very difficult question. Identification of cytoplasmic DNA receptor inducing type I interferon will clarify the mechanism how DNA viruses and some intracellular bacteria are recognized by innate immunity. Further, the mechanism how inflammatory responses are controlled in innate immune cells is not well understood. These topics are important to be solved. There may be unexpected findings coming out in the future like innate immunity. I cannot predict it.

SBlogI - Your group, along with other researchers, have recently investigated macrophage polarization between M1 and M2 phenotypes. In addition, the scientific literature in the last years presented to us the description of a great number of different TCD4+ subsets. Do you believe that those cell subsets are really stable in vivo or does the presence of the different phenotypes depend uniquely on the inflammatory environment? In a general manner, how plastic (or stable) are immune cells?
Dr. Akira - Now many T cell researchers believe T cells are plastic to some extent depending on the conditions. Although T cell subsets are extensively studied, the polarization and plasticity of macrophages are less understood. Now macrophages are roughly divided into M1 and M2 macrophages, these M1 and M2 cells include various different cell subsets and needs to be worked to clarify macrophage subsets before discussing its plasticity.

SBlogI - Anyone that reads your work quickly apprehends that the use of genetically modified animals, along with cutting-edge equipments and reagents, is fundamental for the description of new immunological mechanisms. How far can an immunologist go without those tools?
Dr. Akira - It is no doubt that appropriate animal models and new technologies help accelerate the research. However, a totally new finding could come out without such techniques if you are lucky.

SBlogI - I know that you have already been to Brazil and also have some Brazilian collaborators. Give us your critical view of the Immunology research that is performed here.
Dr. Akira - The immunology research and infectious disease research, though fell apart long time ago, are recently getting closer due to development of innate immunity research. Brazil is good to learn parasite infectious diseases, and I know Brazilian prestigious immunologists working on anti-parasite immunity. I think Brazilian immunology is now emerging, and will become one of important society in the immunology research fields.

SBlogI - What about the country itself... have you had the opportunity to visit Brazil around? Did any of your previous hosts take you to a nice sunny beach?
Dr. Akira - I visited Salvador to attend a Toll meeting. That is a very interesting city with mixed culture, and I enjoyed staying in Brazil very much.

SBlogI - Please, leave a final message to the young Brazilian scientists that wish
to pursue research in Immunology.
Dr. Akira - Immunology is one of most rapidly progressing research fields. However, we still cannot eradicate various infectious diseases such as malaria, tuberculosis AIDS and so on, in part because difficulty in developing vaccines. I think novel ideas are required for understanding the immune system by incorporating knowledge in different immunological fields. And I encourage young immunologists to be interdisciplinary and international.

Abraços, Tiago.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Protocolos online

O que fazer quando precisamos utilizar uma técnica que não é comumente utilizada em nossos laboratórios? ou quando precisamos de ajuda para resolver problemas técnicos? Uma opção é recorrer aos amigos ao redor. Outra opção é recorrer a protocolos disponíveis na rede. Um excelente website para protocolos é o famoso current protocols (http://www.currentprotocols.com/), uma das mais completas fontes de protocolos desenvolvidos por experts no assunto. Mas, infelizmente, nem todas as instituições tem acesso livre ao current protocols. Já nesse website http://www.protocol-online.org/ você encontra protocolos para todas as técnicas de todas as áreas, incluindo Imunologia e Biologia Molecular, de graça. Você digita a técnica e o site lhe oferece várias opções de protocolos postados por diferentes instituições. Além disso, no protocols online você também pode participar de fóruns de discussão sobre diferentes temas (http://www.protocol-online.org/forums/index.php). Nesses fóruns você pode trocar idéias com quem tem experiência naquele protocolo, e resolver problemas, aprimorar e/ou acelerar seus protocolos. Boa sorte!

sábado, 20 de novembro de 2010

Oportunidades de Financiamento

Oportunidades Vigentes


JDRF Regular Grants: Priority Research Grants (formerly Regular Research Grants)
Founded by parents of children with type 1 juvenile diabetes, the Juvenile Diabetes Research Foundation International (JDRF), has always focused on a single goal - accelerating research progress to cure diabetes and its complications.

The purpose of the Priority Research Grant mechanism is to provide investigators with support to explore the feasibility and development of proposals that are considered to be on the leading edge of diabetes research

Data Limite: 21 de março de 2011
Baixe arquivo em pdf.


WHO/NIDA/CPDD International Traveling Fellowship Awards

The International Program National Institute on Drug Abuse (NIDA) International Program fosters international cooperative research and the exchange of scientific information by drug abuse researchers around the globe. NIDA's international objectives include: Promoting international research activities, Supporting research training and exchange opportunities globally, Communicating and disseminating science-based information on drug abuse and Supporting international research collaboration

Data Limite: 15 de dezembro de 2010. 

Baxter BioScience Grants: Clinical and Non-Clinical Research Grant

The Baxter Healthcare Corporation is committed to improving the lives of patients with kidney disease. Renal Discoveries, the Baxter Extramural Grant Program (EGP), awards grants for innovation, exploration and application of research to advance the knowledge of renal insufficiency and its treatment.
Data Limite: 30 de dezembro de 2010.


Chamada Pública de Apoio a Eventos Científicos em Saúde 2011

O Ministério da Saúde, por intermédio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit/SCTIE/MS), convoca os interessados em apresentar propostas para o apoio a eventos científicos em saúde. Serão apoiados eventos técnico-científicos da área da saúde, a serem realizados no período de janeiro a dezembro de 2011.

O apoio irá viabilizar e facilitar a disseminação de novos conhecimentos e tecnologias que apresentem alto impacto nas soluções de saúde, garantir um maior intercâmbio científico entre pesquisadores e gestores na área da saúde e aumentar a visibilidade do Ministério da Saúde junto à comunidade científica e tecnológica e à sociedade.

Data Limite: 06 de dezembro de 2010.

Elaborado pelo Setor de Fomento e Infraestrutura em P&D
Coordenação de Pesquisas -Vice-Diretoria de Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico
Fiocruz Bahia
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