Recentemente nosso
grupo demonstrou a existência de isolados de Leishmania chagasi naturalmente resistentes ao óxido nítrico (NO) [http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1089860312000614].
Os experimentos foram realizados com isolados de L. chagasi obtidos de pacientes humanos e de cães e revelaram que 60%
dos isolados circulantes no estado de Sergipe apresentam resistência ao NO. Foi
demonstrado também que isolados resistentes ao NO apresentam maior
sobrevivência em macrófagos murinos, com aumento do percentual de macrófagos
infectados e do número de amastigotas por macrófagos. Sabendo que o NO é um dos
agentes leishmanicidas mais eficientes do macrófago, como se dará a regulação
da infecção por isolados resistentes?! Quais seriam os mecanismos de
resistência?! Proteínas?! NTPDases?! Lipídios?! E as consequências clínicas no
curso da leishmaniose visceral?! São cenas para próximos capítulos!!!
Como chamada destacamos que em 2007, Giudice
e colaboradores [http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1810296/?tool=pmcentrez]
já haviam demonstrado esse perfil de resistência em L. amazonensis e L.
braziliensis com forte correlação com desenvolvimento da forma mucosa da
doença em pacientes portadores desses isolados. Da mesma forma, a resistência
ao óxido NO foi relacionada com a refratariedade ao tratamento. Na leishmaniose
cutânea, isolados de L. braziliensis
obtidos de pacientes refratários ao tratamento foram mais resistentes ao óxido
nítrico do que isolados de pacientes responsivos ao tratamento (Souza et al.,
2010) [http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2915995/?tool=pmcentrez].
É a grandeza dos pequenos que mais nos
surpreende!
Priscila Lima, Doutoranda
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