No inicio desse mês, foi publicado na revista Nature (aqui) um artigo que deve se tornar um dos seminais na área do inflamassoma.
Pesquisadores da Genentech, liderados por Vishva Dixit (que por sinal é um grande admirador do Brasil) demonstraram que a caspase-11 de camundongos (caspase-4 de humanos) participa da ativação de um novo inflamassoma.
Esse inflamassoma é ativado por bactérias patogênicas entéricas como E. coli e Vibrio cholerae ou por toxinas produzidas por essas bactérias. Entre elas a toxina colérica. Vale ressaltar que a toxina colérica é extremamente importante para a patogênese de cólera: a administração da toxina sozinha para indivíduos saudáveis pode recapitular os sintomas da doença, mesmo em ausência da bactéria.
Esse novo inflamassoma é independente de caspase-1 e das proteínas adaptadoras conhecidas: ASC e NLRC4. Uma vez ativado esse inflamassoma de caspase-11 induz a célula a um processo de morte celular inflamatória denominado piroptose (nesse caso, ocorre sem a secreção de IL-1b, cuja clivagem é dependente de ASC/Caspase-1), mas com a produção de IL-1a.
O inflamassoma de caspase-11 pode também ativar caspase-1, ativando o inflamassoma canônico composto por NLRP3/ASC/Caspase-1. Isso seria importante para garantir uma resposta mais robusta, provavelmente necessária diante da infecção por patógenos entéricos produtores de toxinas potentes como a colérica, shiga, etc...
A pergunta que fica é: quem é o Nod-like receptor responsável pela ativação esse inflamassoma?
Ainda não se sabe, mas garanto que tem um monte de gente correndo atrás disso.
Tem mais por vir...
Abraços,
Dario.
Realmente, essa descoberta foi fantástica! Estou ansioso para saber qual NLR é responsável pela ativação de caspase-11.
ResponderExcluirVários aspectos terão que ser revistos, já que os camundongos casp1-/- também são casp11-/-.
Muito bom o post!