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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Patentes vs open-source na pesquisa em saúde

No Brasil, falamos somente da necessidade de proteger a propriedade intelectual. O registro de patentes é quase um fetiche nacional.
Fora daqui o modelo de geração do conhecimento está sob desafio. O modelo tão fechado decorrente do patenteamento e do segredo tem sido discutido como um entrave à velocidade de obtenção de soluções para problemas importantes, com ênfase na área da saúde.
O video abaixo, do TED, ilustra um caso emblemático nesta temática. Não se assustem, o video não é sobre aspectos legais e sim sobre ciência.



No ano passado, publiquei no blog do laboratório um post (aqui) sobre a questão das patentes no tema da Doença de Alzheimer:

"Em 2003, iniciou-se um esforço de colaboração multi-institucional para identificar biomarcadores da progressão da doença de Alzheimer. Esta iniciativa envolve cientistas e administradores dos Institutos Nacionais de Saúde dos EEUU (NIH), da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), da indústria farmacêutica, da indústria de equipamentos de imagem, de universidades e de organizações não lucrativas. 
O que é inovador nisto? nenhum dos grupos é proprietário dos dados. Ninguém pode fazer pedido de patentes, embora as companhias privadas possam ter lucro se desenvolverem drogas ou testes a partir dos resultados desta iniciativa.
New York Times publicou o artigo Sharing of Data Leads to Progress on Alzheimer’s a respeito disto, onde aparece uma afirmativa muito esclarecedora da vantagem de trabalhar em conjunto e sem as peias da propriedade intelectual:
It was unbelievable,” said Dr. John Q. Trojanowski, an Alzheimer’s researcher at the University of Pennsylvania. “… But we all realized that we would never get biomarkers unless all of us parked our egos and intellectual-property noses outside the door and agreed that all of our data would be public immediately.
Cinco anos após seu início a iniciativa já mostrava um número importante de publicações em revistas de peso e “Companies as well as academic researchers are using the data. There have been more than 3,200 downloads of the entire massive data set and almost a million downloads of the data sets containing images from brain scans.”
Porque as companhias participam de um esforço deste tipo? Simples. O desafio é muito grande para ter o número de pacientes e controles necessários, assim como é muito grande o dispêndio. Ademais, seria quase impossível para uma companhia reunir os cientistas necessários para este empreendimento."

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