Dr. Howard Shapiro durante conferência para celebrar os 25 Anos de
Citometria de Fluxo no Brasil,
Instituto Oswaldo Cruz, RJ, 26/11/2014. Foto: Andréa
Teixeira - Arquivo pessoal.
Em evento realizado durante essa semana e organizado pelo pesquisador
Álvaro Luiz Bertho da Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) reuniu
pesquisadores, estudantes e especialistas de diversas regiões do Brasil, para
celebrar os 25 anos da Citometria de Fluxo no Brasil, relembrando a implantação
do primeiro citômetro de fluxo no país, recebido no IOC em 1989. Durante o evento, a conferência magna foi realizada pelo Dr. Howard
Shapiro com o tema “Growing Up and Growing Old in Cytometry”, onde discorreu
sobre o desenvolvimento, avanços e contribuições da citometria de fluxo para a
pesquisa científica.
O Dr. Shapiro, que é autor do livro “Protocols in Flow Cytometry”,
referência para os estudos na área, é atualmente pesquisador do Beth Israel
Hospital em Boston e diretor do Center for Microbial Cytometry de West Newton
nos EUA. Durante sua conferência o pesquisador destacou a importância de termos
citômetros de fluxos mais simples e baratos para aplicações como contagem de linfócitos T CD4+ no diagnóstico e monitoramento do paciente HIV+, para testes de drogas
para malária e tuberculose com aplicabilidade em países da África, por exemplo, onde a citometria feita com esse conceito poderia ter
um impacto maior em termos de saúde pública global. Seguindo esse propósito, o grupo liderado por ele
vem nos últimos anos se dedicando ao desenvolvimento de novos instrumentos, que possam no futuro facilitar o
diagnóstico de doenças infecciosas, seu tratamento e o desenvolvimento de novas
drogas.
Dr. Shapiro falou ainda sobre sua vasta experiência em Citometria, a aplicabilidade da técnica para o diagnóstico de malária e sobre o
conceito de astronomia celular. Durante sua conferência, ele afirmou que para
encontrar respostas em citometria é preciso começar pelas informações básicas
sobre o tema. Disse ainda que existe uma preocupação muito grande com
equipamentos, mas a essência da citometria está nas células. “Atualmente, é
possível coletar mais dados do que precisamos. Quando se tem tantas informações
pode ser difícil separar o que é importante do que não é”, destacou o
pesquisador. Ele defende a criação de citômetros mais simples e com custo menor.
Com isso, a tecnologia teria um alcance maior e poderia trazer uma contribuição
mais efetiva para populações residentes em países com recursos financeiros escassos.
Referências
- Shapiro HM: “Cellular Astronomy”
– a foreseeable future in cytometry. Cytometry. 2004; 60A:115-124.
- Shapiro HM, Perlmutter NG:
Personal Cytometers: Slow Flow or No Flow? Cytometry. 2006; 69A:620-630.
- Shapiro H, Mandy F: Cytometry in
malaria: Moving beyond Giemsa. Cytometry Part A. 2007; 71A:643-645.
- Janossy G, Shapiro H: Overview:
Simplified cytometry for routine monitoring of infectious diseases. Cytometry B
Clin Cytom. 2008; 74 Suppl 1:S6-S10.
- Shapiro HM, Perlmutter NG: Killer
applications: toward affordable rapid cell-based diagnostics for malaria and
tuberculosis. Cytometry B Clin Cytom. 2008; 74 Suppl 1:S152-S164.
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