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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Quando temos que dizer adeus.


Um co-orientador nem sempre é alguém oficialmente escolhido. As vezes a co-orientação apenas acontece, sem acordo nem nada. O que absorvi das horas que passei no laboratório do meu co-orientador foi tão importante para a minha independência durante o pós-doutorado quanto toda a experiência da minha tese.


Assim eu agradeço de forma muito especial ao meu co-orientador, por quem sempre guardarei grande respeito e admiração.



Marcos Antonio Rossi

Graduado em Medicina, 1968, Universidade de São Paulo.
Residência em Patologia, 1969-1970, Universidade de São Paulo.
Doutoramento, 1970, Universidade de São Paulo.
Pós-Doutorado, 1971-1973, Mount Sinai School of Medicine.
Livre-Docência, 1977, Universidade de São Paulo.
Professor Adjunto, 1981 Universidade de São Paulo.
Professor Titular, 1986 Universidade de São Paulo.

"Dr. Marcos A. Rossi fez importantes contribuições nos campos da Patologia Cardiovascular e Patologia Tropical. Publicou mais de 250 trabalhos científicos e orientou 50 teses de mestrado e doutorado. O seu trabalho permitiu a consolidação da Patologia Experimental e Patologia Cardiovascular, influenciando cientista por todo o Brasil.

De acordo com o Institute for Scientific Information (ISI) é um dos cientistas brasileiros mais citados na literatura mundial na área de Patologia e de Cardiologia.
Professor Rossi foi Pesquisador 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) desde 1979."


E foi assim que em tarde qualquer durante meu doutorado, tive o privilegio de assistir a uma das mais inspiradoras e inesquecíveis palestras na qual ele resumiria as suas descobertas sobre cardiopatia na doença de chagas.  

Grazie di tutto



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5 comentários:

  1. Parabéns Aninha pela lembrança.
    Sou testemunha do trabalho importante desenvolvido pelo Professor Marcos. Ele orientou diversos patologistas e co-orientou extra oficialmente mais de 100 estudantes. Foi um patologista excelente, perspicaz, ativo, honesto, um excelente orientador e amigo. Como ele tinha muitas atividades costumava deixar para olhar as lâminas dos estudantes de fora (como os meus) aos sábados e domingos (ou durante a noite). A conversa sempre era longa, com muitos comentários, hipóteses e sempre resultava na necessidade de outros experimentos. Ele era capaz de ver aquilo que sequer suspeitávamos.
    Com sua despedida, como disse o Professor Fernando Cunha, muitos estudantes ficaram órfãos. Ficaram seus ex-alunos, muitos trabalhos publicados e o exemplo de cientista a quem devemos sempre nos orgulhar.
    Ele faleceu no trabalho, aos 68 anos, chefe de departamento, coordenador de vários projetos de pesquisa e com muitos planos.
    Estou orgulhoso de poder ter compartilhado muitas tardes de discussão com o Professor Marcos e de ter sido seu amigo.
    Que ele descanse em paz.

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  2. Essa sem dúvida foi uma perda enorme... O Dr. Marcos era um apaixonado pela pesquisa, e estava sempre entusiasmado a discutir resultados, hipóteses e futuros experimentos. Na sua sala, enquanto ele ligava seu super-microscópio, era bom estar preparado para a quantidade de informações que ele fazia questão de explicar e mostrar na tela compartilhada. Tais conhecimentos eram sempre bem vindos e 100% aproveitados. E no final das discussões científicas, o Dr. Marcos nos presenteava com uma bela conversa informal, ou criticando o sistema político e burocrático, ou dando dicas e preciosas informações das suas viagens pela Europa, em especial da sua amada Itália. Ficará na saudade... Descanse em paz!

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  3. Que lindo Fa. Era exatamente assim. Eu queria poder ter me despedido. Vou sentir muitas saudades.

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  4. Olá Aninha, Fabrine e Prof. João. É muito bonito ver o carinho de vocês. Enquanto lia o depoimento de vocês, cheguei a pensar que tudo não passava de um pesadelo.... que ele não morreu, que está num congresso e logo retornará! Mas logo caí na real e percebi a realidade cruel: que ele não vai voltar e que deixou um vazio enorme em nossos corações!!!

    Sempre quando o Dr. Marcos falava de seu orientador, o Prof. Köberle, ele se orgulhava muito. Eu também estou muito orgulhosa de poder falar do Dr. Marcos, falar que o “Dr. Marcos Rossi foi meu mestre”!!!. Vou dividir com vocês um pouco dos meus 12 anos de convívio diários com ele. Que ele é um cientísta super renomado, com excelente produção científica, que é reconhecido internacionalmente (como ele mesmo dizia, sou mais reconhecido “lá fora” do que no meu país), orientou oficialmente dezenas de alunos e co-orientou centenas, todos já sabem. Quero aqui, brevemente, relatar o lado humano do Dr. Marcos.....

    Ele, sempre muito exigente, nos cobrava muito. Assim que chegávamos no laboratório, corria os olhos no relógio para ver que horas eram. E sempre vinha a famosa pergunta: E dái????.... E, ao final da tarde, quando começávamos a arrumar as coisas para partir, repetia o mesmo ritual. Em contra-partida, nunca saí da sala dele sem uma resposta para meus questionamentos. Ele tinha uma explicação para tudo.... qualquer problema que tínhamos nos experimentos, sempre nos norteava para uma solução. Sempre com idéias brilhantes. Eu costumava dizer para os mais novos no laboratório: segunda-feira é um péssimo dia para conversar com ele.... mas os finais de tarde, ahh...esses são os que rendem mais! Assim que partiu, logo me perguntei: com quem vou trocar idéias sobre experimentos nos finais de tarde?? Quem me ajudará a responder meus questionamentos? Nossa Dr. Marcos, que falta o senhor nos faz!!! Outra característica era ajudar as pessoas com quem ele tinha mais intimidade, sempre se desdobrando. Ele adorava comprar uma briga para nos proteger!!! E os jantares “maravilhosossss” na casa dele.... que saudades...

    Semana passada, resolvi colocar o nome dele no Google e buscar imagens. De repente, achei um filme de um congresso que ele foi no Canadá.... quero dividir com vocês o link.... Parece tão real... que ele está realmente conversando com a gente (http://www.cardiologyonline.com/journal_articles/2012%20Video%20Presentations/Rossi.htm).

    Bom, a única coisa que sei é que ele nos fará muita falta, pois não há Patologista com tamanho entusiasmo como ele. Sei que somos centenas de órfãos. Eu agradeço a Deus todos os dias por ter a oportunidade de conviver com ele.
    Um grande abraço a todos,
    Cibele Prado

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