É
possível identificar e estudar a dinâmica de uma determinada célula e ao mesmo
tempo fenotipar esta célula in vivo durante um determinado evento imunológico?
Um
estudo publicado a pouco tempo na Immunity demonstrou que sim. Um grupo da França liderado pelo Dr. Philippe
Bousso desenvolveram um método chamado de DISC (Dynamic In Situ Cytometry) que
é capaz de caracterizar simultâneamente a dinâmica de linfócitos T e monitorar
o fenótipo imunológico celular in vivo, durante o reconhecimento de antígenos
por linfócitos T.
O
método consiste na obtenção de imagens por microscopia 2-fótons intravital,
onde os filmes time-lapse contendo
informações de cada célula individualmente, são processados e convertidos em arquivos lidos pelo citômetro (FCS),
permitindo portanto, a sua análise nos programas de citometria convencionais
como o Flowjo por exemplo.
Príncipio da metodologia de DISC |
Esta
estratégia possibilita análises multiparamétricas de motilidade celular e
parâmetros fenotípicos durante um determinado período de tempo, e ao mesmo
tempo permite que o pesquisador se beneficie do uso dos gates e do grande repertório de marcações e da quantificação que um
citometro de fluxo pode oferecer.
O método de DISC traz uma grande vantagem para nós
imunologistas, que é poder conectar o comportamento de uma determinada célula
ao seu fenótipo e sua função in vivo, em um dado período de tempo.
Referência:
Moreau et
al., Dynamic In Situ Cytometry Uncovers T Cell Receptor Signaling during
Immunological Synapses and Kinapses In Vivo, Immunity (2012).
doi:10.1016/j.immuni.2012.05.014
Muito bacana mesmo Kelly! Essa técnica ampliará bastante o tipo de análise que podemos fazer!
ResponderExcluirAbração
Fernando
Olá Fernando! Obrigada! Certamente é uma ferramenta bem interessante e pode ser extrapolada em diferentes contextos!
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Kelly
Salve Dra Kelly,
ResponderExcluirEsse trabalho realmente ficou bem interessante e mostra que Bioinformatas estão chegando à área de Imunologia, visto que DISC consiste de um software (desenvolvido pelo grupo) e capaz de "desmontar" o arquivo do confocal, transforma-lo em uma tabela (tipo MS-Excel) e "remonta-lo" na forma de arquivo FCS, analisavel em FlowJo.
Trabalho igualmente interessante com avanços na area de confocal, tambem publicado na Immunity, posteriormente, é do grupo do Dr Ronald Germain (palestrante no Congresso da SBI 2011, Foz do Iguaçu):
Histo-Cytometry: A Method for Highly Multiplex Quantitative Tissue Imaging Analysis Applied to Dendritic Cell Subset Microanatomy in Lymph Nodes. Michael Y. Gerner, Wolfgang Kastenmuller, Ina Ifrim, Juraj Kabat, and Ronald N. Germain. 10.1016/j.immuni.2012.07.011
Obrigada pelos comentários Walter! Eu acho que é por aí mesmo, quanto mais as diversas áreas da ciência se relacionarem e trabalharem juntas, melhores são os resultados que somos capazes de obter. A bioinformática aliada a Imunologia, só trará mais benefícios, abrindo nossos campos de investigação. Este artigo que vc citou, mostrando os avanços na área do confocal, é bem interessante também!!!
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Kelly