Post por Murilo Vieira Silva
Aluno de Iniciação Científica
Todos nós sabemos da
importância da pele e seus anexos. Dentre as várias funções por ela
desenvolvidas, podemos destacar a barreira imunológica, contra a perda
excessiva de água, além da proteção contra fatores químicos, físicos e biológicos.
A epiderme apresenta em sua constituição os queratinócitos, um tipo celular que
apresenta grande importância para manutenção de uma pele funcional.
Disfunções entre
proliferação e diferenciação destas células podem levar a diferentes desordens,
incluindo: psoríases, dermatites e câncer de pele. Estas desordens em
queratinócitos podem ocorrer frente a diversos estímulos lesivos como insolação
ou processos infecciosos. Estes fatores estressantes podem induzir a produção
de Fator de Necrose Tumoral (TNF) que ao se ligar no receptor TNFR1 induzem a
formação de um multicomplexo de proteínas que levam à inflamação, apoptose ou
necrose. Esta via de sinalização associa-se com RIP1 ou RIP3 e daí direcionam a
célula para a vida ou morte. A morte celular pode ocorrer por apoptose ou necroptose
(necrose programada).
Contudo, alguns autores
descrevem que sinais de danos associados à queratinócitos necróticos podem
ativar células da imunidade e assim levar à inflamação de pele, uma vez que
este tipo de morte celular libera DAMPs. Adicionalmente, foi verificado por
Bonnet et al, 2011 que a proteína adaptadora FADD protege queratinócitos epidermais
de necroptose e previne a inflamação de pele in vivo, uma vez que FADD
participa da maquinaria apoptótica das células.
A importância de FADD foi
verificada em camundongos com uma depleção desta molécula somente em
queratinócitos, os quais apresentaram lesões inflamatórias severas na pele.
Quando células destes animais eram também deletadas de RIP3, ocorreu a prevenção
da morte dos queratinócitos e do desenvolvimento da inflamação da pele. Estas
informações, juntamente as características morfológicas de morte dos
queratinócitos deficientes de FADD, sugeriram que na ausência desta molécula,
queratinócitos morrem por necrose programada e isso trilha uma resposta
inflamatória.
Por fim, fica a sugestão:
Pra quem vai curtir uma praia neste carnaval, proteja seus
queratinócitos contra excessiva isolação, assim suas FADDs trabalharão menos.
Mas para quem for trabalhar, pode ficar despreocupado.... Laboratório é um
lugar seguro, só sombra e ar condicionado!
Referências:
Necroptose??
ResponderExcluirJoão,
ResponderExcluirveja trecho extraído de um texto escrito pela Nívea Luz, publicado no blog Scientia Totum Circumit Orbem (http://limi-lip.blogspot.com/), administrado pelo Barral:
"O termo necroptose é utilizado como sinônimo de necrose regulada, e na literatura denomina um caso específico de necrose que é iniciada pela ligação do TNF ao receptor 1 de TNF (TNFR1), além disso o termo necroptose pode ser usado para indicar necrose dependente de RIPK (receptor-interacting protein kinase )1 e RIPK3. Esse tipo característico de necrose pode ser inibida quimicamente por Necrostatina-1 (inibidor da RIPK1) ou inibição genética da RIPK1/RIPK3 (Galluzzi et al., 2012)."