Publicado na Folha Online
03/10/2011
O prêmio Nobel de Medicina de 2011 foi atribuído ao americano Bruce Beutler, ao luxemburguês Jules Hoffmann e ao canadense Ralph Steinman por seus trabalhos sobre o sistema imunológico, anunciou nesta segunda-feira em Estocolmo o comitê Nobel.
"Os premiados do Nobel deste ano revolucionaram nossa compreensão do sistema imunológico ao descobrir as principais chaves de sua ativação", afirma um comunicado do comitê.
"Beutler e Hoffmann compartilham metade do prêmio por seus trabalhos sobre o sistema imunológico inato. Steinman é recompensado por seus trabalhos sobre o sistema imunológico de adaptação", explica o comitê.
Leif R. Jansson/Reuters | ||
Trio de vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2011 são anunciados em Estocolmo |
Os dois primeiros dividirão metade do prêmio (10 milhões de coroas, US$ 1,48 milhão) e o canadense receberá a outra metade. Os três receberão o prêmio em uma cerimônia no dia 10 de dezembro em Estocolmo.
Beutler e Hoffmann foram citados por suas descobertas na década de 1990 de proteínas receptoras que reconhecem bactérias e outros microrganismos nocivos ao corpo humano, ativando a primeira linha de defesa do sistema imunológico.
Mike Groll/Associated Press |
Imagem de 2009 mostra o americano Bruce Beutler |
Steinman foi premiado por sua descoberta de duas décadas atrás sobre células dendríticas, que ajudam a regular a imunidade adaptativa, o segundo passo da resposta do sistema de defesa.
PESQUISA
A pesquisa do trio revelou muitos segredos sobre como o sistema imunológico funciona. "O trabalho deles abriu novos caminhos para o desenvolvimento de prevenção e terapia contra infecções, câncer e doenças inflamatórias", disse o comitê.
Segundo o comunicado, o trabalho dos três tem sido fundamental para aprimorar vacinas contra doenças infecciosas e para novas abordagens de combate ao câncer. A pesquisa ajudou a lançar as bases para uma nova onda da chamada de "vacina terapêutica", que estimula o sistema imunológico a atacar os tumores.
France Presse |
Pesquisador Jules Hoffmann, de Luxemburgo |
As descobertas realizados ajudam com pistas sobre o tratamento de doenças inflamatórias nas quais os componentes do sistema de autodefesa acabam atacando os próprios tecidos do corpo.
Beutler é professor de genética e imunologia no The Scripps Research Institute na cidade de La Jolla, Estado da California.
Hoffmann liderou o um laboratório de pesquisas em Strasbourg, na França, entre 1974 e 2009, e foi presidente da Academia Nacional de Ciências Francesa entre 2007 e 2008. Sua descoberta veio em 1996 durante pesquisa sobre como mosquitos de frutas combatem infecções.
Dois anos depois, a pesquisa de Beutler em ratos mostrou que os insetos e os mamíferos tinham similaridades na ativação de sua imunidade.
Mike Groll/Associated Press |
O canadense Ralph Steinman da Rockefeller University |
Steinman é afiliado da Rockefeller University em New York desde 1970, onde preside Center for Immunology and Immune Diseases. Sua descoberta foi em 1973, quando encontrou um novo tipo de célula, a dendrítica, com papel essencial na produção de anticorpos que combatem infecções.
PREMIAÇÃO
O prêmio de Medicina é tradicionalmente a primeira categoria do ano cujos vencedores são anunciados. Os prêmios de ciência, literatura e paz começaram a ser entregues em 1901 pelo inventor da dinamite e empresário Alfred Nobel.
O prêmio da categoria do ano passado foi dado ao britânico Robert Edwards por suas pesquisas sobre a fecundação in vitro, iniciadas nos anos 50, em parceria com Patrick Steptoe, morto em 1988. Ele desenvolveu a técnica em que óvulos são fertilizados fora do corpo humano e implantados no útero.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA Imunologia Inata merecia de fato um NOBEL! Fico muito feliz com o prêmio. No entanto, também me sinto bastante decepcionada pois o trabalho do mais NOBRE cientista que já conheci, RUSLAN MEDZHITOV, não foi reconhecido como merecia...
ResponderExcluirHomenagem póstuma por homenagem póstuma, deveriam ter premiado o Janeway, que foi o grande descobridor deste processo. Concordo porém que o Ruslan está envolvido nisso desde o início e talvez merecesse o prêmio. Contudo, o critério para a escolha dos laureados não é somente o mérito científico - há várias etapas de análise, contando inclusive com a inscrição dos candidatos e entrevistas no Karolinska.
ResponderExcluirParabéns para a imunologia inata. Mas e Ruslan Medzhitov?
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir