Um dos imunologistas favoritos de todo o imunologista (e meu também) é o Marc Jenkins, professor da Universidade de Minnesota. Marc é conhecido, entre outras coisas, pelo seu senso de humor. Mas o paper dele que todo mundo lembra é um artigo publicado na Nature em 2001 em que ele literalmente fatia um camundongo inteiro em busca de células CD4 respondedoras (ver foto acima).
Mais recentemente, Marc tem focado em estudar o repertório naive de células T CD4 em animais wild-type, usando tetrâmeros de peptídeo-MHCII para, literalmente, encontrar uma agulha num palheiro: ele tem mostrado que é possível detectar os pouquíssmos (~200) precursores que respondem a um determinado peptideo em um animal não imunizado.
Agora o Marc resolveu atacar de imunologista de células B, em um paper publicado semana passada na Science. Usando um sistema parecido com o que eles usaram para detectar os linfócitos T CD4 acima, a turma (como diria o Juan) do Jenkins lab conseguiu isolar os linfócitos B que respondem a PE em um animal naive. Surpreendentemente, um grande número de células B do repertório naive do animal (c. 50 mil) é capaz de responder ao PE. Essas células expandem após a imunização, dando origem a duas populações de “memória”: a tradicional, IgG+, que segundo eles é de vida mais curta, e uma nova população IgM+, que aparentemente é responsável pela memória mais prolongada.
Mais uma vez, o Marc nos mostra que vale a pena investir em detectar o repertório naive, e que o uso de animais com BCR e TCR transgênicos, embora inevitável em algumas situações, pode ocultar aspectos importantes da resposta imune fisiológica.
concordo com vc, Gabriel - o Jenkins é genial. tive o privilegio de fazer um sabatico no lab dele- fatiei vários camundongos - e me impressionei com a reproducibilidade de tudo o que ele publica. e a "turma" é excelente tambem, certamente esse estudo dos linfócitos B já é outro clássico.
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