Quando pensamos em STAT3 logo imaginamos a diferenciação de células T CD4+ em células Th17. E é correto fazer essa associação uma vez que sabemos que diferentes ativadores transcricionais (STATs) são responsáveis por distintos subtipos de células T CD4+. STAT3 é tão Th17 que é o ponto de divergência entre as células T reguladoras (Treg) e Th17. Esses dois subtipos dependem de IL-2 e TGF-β, mas na presença de IL-6, STAT3 é ativado e determina o padrão Th17 sobre as Tregs. Esse papel de STAT3 é bem caracterizado pelos autores Durant, L., et al 2010 que mostram em um modelo de colite que na ausência de STAT3 nas células T CD4+ há um prejuízo no desenvolvimento das células Th17, favorecimento das células Tregs e prevenção da doença.
No entanto, apesar da clara relação entre STAT3 e Th17, função importante para nós imunologistas, o papel desse fator de transcrição vai muito além dessa função. Outras funções como proliferação, sobrevivência e diferenciação de distintos subtipos celulares foram descritas no universo de STAT3. Tendo em mente essas outras funções não é estranho imaginar que elas também possam ser controladas por STAT3 nas células do sistema imune e novamente os autores Durant, et al (2010) mostram que STAT3 influencia a proliferação de células T CD4+, apesar de não ser o único fator envolvido.
Com tamanha importância, não é difícil imaginar STAT3 envolvido em outros padrões das células T CD4+ e foi justamente essa função de STAT3 que os autores Stritesky, G.L., et al (2011) mostraram. Esse grupo demonstrou ativação de STAT3 durante a diferenciação de Th2 e a participação essencial de citocinas como IL-2, IL-6 e IL-21 (clássicas de Th17) nesse processo. Não bastando, foi demonstrado de forma clara que STAT3 ativa fatores de transcrição como GATA3, Maf e Batf na diferenciação de Th2, os dois últimos também envolvidos no padrão Th17. O trabalho não descarta a indiscutível importância de STAT6, mas propõe uma interação entre esses fatores para determinar o fenótipo da célula Th2. Por fim, para demonstrar a importância do STAT3 na diferenciação da resposta Th2, foi utilizado um modelo de inflamação alérgica, no qual animais contendo células TCD4+ Stat3-/- são protegidos contra esse tipo de doença.
No entanto, apesar da clara relação entre STAT3 e Th17, função importante para nós imunologistas, o papel desse fator de transcrição vai muito além dessa função. Outras funções como proliferação, sobrevivência e diferenciação de distintos subtipos celulares foram descritas no universo de STAT3. Tendo em mente essas outras funções não é estranho imaginar que elas também possam ser controladas por STAT3 nas células do sistema imune e novamente os autores Durant, et al (2010) mostram que STAT3 influencia a proliferação de células T CD4+, apesar de não ser o único fator envolvido.
Com tamanha importância, não é difícil imaginar STAT3 envolvido em outros padrões das células T CD4+ e foi justamente essa função de STAT3 que os autores Stritesky, G.L., et al (2011) mostraram. Esse grupo demonstrou ativação de STAT3 durante a diferenciação de Th2 e a participação essencial de citocinas como IL-2, IL-6 e IL-21 (clássicas de Th17) nesse processo. Não bastando, foi demonstrado de forma clara que STAT3 ativa fatores de transcrição como GATA3, Maf e Batf na diferenciação de Th2, os dois últimos também envolvidos no padrão Th17. O trabalho não descarta a indiscutível importância de STAT6, mas propõe uma interação entre esses fatores para determinar o fenótipo da célula Th2. Por fim, para demonstrar a importância do STAT3 na diferenciação da resposta Th2, foi utilizado um modelo de inflamação alérgica, no qual animais contendo células TCD4+ Stat3-/- são protegidos contra esse tipo de doença.
Esse é o novo “STATus”para o STAT3. Provavelmente, para muitos, por trás desse novo “STATus” está algo extremamente intrigante na diferenciação das células T CD4+. Uma linha tênue entre Th17 e Th2, subtipos ora tão distintos, parece ter sido traçada, o que não deixa de trazer à tona a idéia de que os padrões de diferenciação de células T CD4+ possam ter muito mais plasticidade e não serem tão distintas quanto o nosso conhecimento atual nos permite concluir.
Wendy Martin Rios, Helder Henrique Paiva, Elyara maria Soares, FMRP/IBA.
Referências:
Lydia Durant - Immunity 32: 605–615, 2010.
Gretta L. Stritesky - Immunity 34: 39–49, 2011.
Fantástico esse post. Curto e grosso. Parabenizo os estudantes que o escreveram.
ResponderExcluirAgora temos que entender como certos parasitas interferem nessas vias de diferenciação. Bom trabalho a todos.