Figura: Expressão de α-gal (vermelho) em esporozoítos de diferentes Plasmodium.
Continuando
a falar de co-infecções, no post anterior (aqui) conversamos sobre a
interferência da IL-10 na progressão da infecção bacteriana. Hoje trago um
paper que relaciona a resposta da microbiota intestinal com a transmissão da
malária. Miguel Soares e colaboradores relacionaram a resposta contra a
proteína α-gal,
que pode ser adquirida por infecção bacteriana, com a incidência de malária em
indivíduos residentes em área endêmica e em infecção experimental com camundongos. Em Mali/África, os autores observaram uma correlação positiva
entre os níveis de IgM anti-α-gal e a incidência de malária. Ou seja,
as pessoas que possuíam níveis elevados de tais anticorpos poderiam ter uma
resistência para a infecção com o Plasmodium.
No entanto, essa ligação estava presente somente na transmissão da doença, no estágio inicial
infectante com os esporozoítos, mas não contra a doença já estabelecida, no
ciclo eritrocítico. Na infecção experimental foi constatado que um dos
mecanismos de proteção estaria relacionado com a via do complemento e que
anticorpos IgG2b e IgG3 também poderiam estar envolvidos. O estudo aponta
alguns fatos relevantes como o entendimento da maior incidência de malária em
crianças quando comparados aos adultos e o uso de esporozoítos atenuados como
ferramenta vacinal relacionando com a resposta anti-α-gal.
Leia mais em:
Yilmaz
B, Portugal S, Tran TM, Gozzelino R, Ramos S, Gomes J, Regalado A, Cowan PJ,
d'Apice AJ, Chong AS, Doumbo OK, Traore B, Crompton PD, Silveira H, Soares MP
(2014) Gut microbiota elicits a protective immune response against malaria
transmission. Cell 159 (6):1277-1289. doi:10.1016/j.cell.2014.10.053
Nenhum comentário:
Postar um comentário