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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Memória no osso!

Uma das minhas aulas preferidas no congresso de Milão foi a do Dr. Andreas Radbruch, do Deutsches Rheuma-Forschungszentrum – Berlin.  Ele iniciou lembrando de casos de sobreviventes de epidemias de gripe na Europa que mesmo após 90 anos mantinham a produção de anticorpos específicos contra a cepa de influenza da exposição inicial. Curiosamente, esta memória de longa duração não era acompanhada da detecção de células T específicas na periferia.  Em seguida, Radbruch apresentou uma série de dados obtidos em humanos e camundongos que sugerem que enquanto células T CD4+ de memória gradualmente desaparecem na periferia, elas permanecem estáveis na medula óssea. Este pool de linfócitos de memória seria mantido próximo aos plasmócitos, mas por um tipo diferente de células estromais que proveria um nicho de sobrevivência. Desafiando o paradigma de recall de uma resposta secundária comum, estas células residentes na medula não proliferam.  Elas também expressam níveis altos de CD69, o que as torna irresponsivas ao gradiente de esfingosina-1 fosfato que normalmente promove a recirculação.  Curiosamente, células T CD8+ de memória residentes expressando altos níveis de CD69 também foram encontradas na medula óssea. Resta esclarecer se (e como) estas células de memória sozinhas seriam capazes de conferir proteção.

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