Enquanto as células T reguladoras
naturais possuem marcadores considerados relativamente estáveis como o FOXP3 e
alta expressão de CD25, as células T reguladoras induzidas são um pouco mais difíceis
de serem identificadas, já que existem dúvidas sobre a estabilidade dos seus
marcadores. Uma atenção especial deve ser dada para as células conhecidas como
Tr1, pois elas são tidas como carentes de um bom marcador. O principal marcador
da Tr1 é a capacidade de produzir IL-10. Isto não quer dizer muita coisa, já
encontrar um linfócito produzindo IL-10 parece ser tão fácil quanto encontrar parlamentar
corrupto. Ou seja, pode até parecer que este ou aquele não faz nada, mas se procurar
direito e esperar um tempinho, a coisa aparece. Em maio deste ano, uma das mães
da TR1 finalmente encontrou uma forma de identificar o filho sem rosto. O grupo
da Dra Roncarolo mostrou que células CD4+ reguladoras de camundongos ou humanos
podem ser separadas pela a combinação dos marcadores LAG3 e CD49. Esta
combinação foi capaz de selecionar uma população celular que produz grande
quantidade de IL-10 e que possui uma grande capacidade de inibir células
efetoras. Estas características estavam presentes em células obtidas de sangue
periférico de doadores sadios, células obtidas de animais com colite e células de
animais infectados com Nippostrongylus brasiliensis.
Além disto, em cultura de células humanas polarizadas para Treg (com IL-10) foi
demonstrado que a combinação destes marcadores selecionou uma pequena população
daquelas com um maior potencial regulador. Assim, embora a combinação destes
marcadores não selecione todas as iTregs (e provavelmente nem todas as Tr1),
estes serviram para selecionar Tr1 com alta eficiência.
Gagliani
N, Magnani CF, Huber S, Gianolini ME, Pala M, Licona-Limon P, Guo B, Herbert
DR, Bulfone A, Trentini F, Di Serio C, Bacchetta R, Andreani M, Brockmann L,
Gregori S, Flavell RA, and Roncarolo MG 2013. Coexpression of CD49b and
LAG-3 identifies human and mouse T regulatory type 1 cells. Nat Med 19: 739-746
Parabéns pelo post. Curto, direto, e educativo.
ResponderExcluirGrato pelo comentári,
ExcluirMilton
Estou fazendo sanduíche no grupo da Roncarolo, e esse é um inicio promissor para se entender melhor o perfil da Tr1, mas o caminho ainda é um pouco longo, passando por entender melhor a DC-10. Belo post.
ResponderExcluirJá tem um tempo que eu também venho acompanho alguns trabalhos do grupo. Embora as Tr1 sejam células complicadas de se entender, o grupo tem uma proposta para uso de Treg derivada in vitro para auxiliar em transplantes. Um dos grandes problemas é a heterogeneidade das células obtidas. Com estes marcadores eu acho que eles têm uma boa chance para interferir em alguns transplantes. Vamos esperar para ver se dará certo. Eu também acho que a DC-10 é uma boa parte da estória para entender melhor a geração de Tr1 in vivo e in vitro.
ExcluirGrato pelo comentário.
Milton