Fonte: : DIESNER, S. C. et al. Use of lectin-functionalized particles for oral immunotherapy. Ther Deliv, v. 3, n. 2, p. 277-90, Feb 2012. ISSN 2041-5990 (Print) 2041-5990 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22834202 >.
Lectinas
são proteínas que possuem pelo menos um domínio não catalítico capaz de se
ligar de modo reversível a mono ou oligossacarídeos (Peumans et al. 1998). Essas moléculas aparecem cada vez mais no
vocabulário de pesquisadores e professores da área de Imunologia. Antes, olhávamos
essas biomoléculas como ferramentas de reconhecimento de micro-organismos na
imunidade inata. Essa característica perpassa estudos de ontogenia do sistema
imune até a demonstração clínica da importância
de moléculas como a MBL (mannose biding lectin) em pacientes
imunodeficientes (Parikh P, Kooragayalu S, Jariwala S, 2013). Além disso
estudamos a via de ativação do complemento por lectinas (MASP-1 e 2) e muitas
outras moléculas como citocinas, integrinas, selectinas, etc, que são também, a
rigor, lectinas.
Se
observarmos as publicações que testam lectinas vegetais em modelos in vitro e in vivo entenderemos como essas moléculas possuem muitas características
importantes que vão desde de a indução de linfoproliferação, descrita inicialmente
por Nowell em 1960 para a PHA, até
atividades biológicas como indução da produção de Óxido Nítrico e interferon gamma por
macrófagos, liberação de histamina por mastócitos, indução de apoptose (Cavada et al., 2001)
até estudos de imunomodulação (Reis et al., 2008).
Nos
últimos anos, alguns artigos vem abordando a possibilidade do uso de lectinas,
por sua especificidade fina por carboidratos, como uma ferramenta para Drug
Delivery. De fato, os carboidratos têm se revelado como chaves moleculares
importantes nas interações células-célula e um artigo recente, publicado na
revista Therapeutic Delivery
intitulado “Use of lectin-functionalized
particles for oral immunotherapy” demostra o potencial das lectinas como agentes pró-imunoterapia, tornando
funcionais partículas poliméricas (MPs ou NPs) via indução da ligação destas a
células epiteliais intestinais, Células M, macrófagos dentre outras. WGA,
lectina de trigo específica por N-acetilglicosamina (GlcNAc) faz o endereçamento
para enterócitos, enquanto ConA, lectina mais estudada no mundo específica por
glicose/manose além de interagir com epitélio é capaz de se ligar a células do
sistema imunológico ativando macrófagos, elevando a expressão de TLRs e
citocinas. Outras lectinas específicas por fucose, como as isoladas de Ulex europeaus e Lotus tetragonolobus estão sendo testadas com sucesso na indução de
imunidade mucosa para antígenos do vírus da hepatite B.
Vale
a pena dar uma olhada no artigo Clique aqui
Referências:
Van
Damme EJM, Peumans WJ, Barral A, Rougè P. Plant lectins: a composite
of
several distinct families of structurally and evolutionary related proteins
with
diverse biological roles. Critical Review in Plant Sciences 1998;17:
575–692.
1389-2037 (Linking). Disponível
em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12370020 >.
0001-706X (Linking). Disponível
em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18579103 >.
Edson Teixeira, autor do texto acima, é Professor da Universidade Federal do Ceará e novo colaborador aqui do blog. Bem-vindo!
ResponderExcluir