Modelos de infecção utilizando macrófagos
CAB demonstraram que Leishmania major
e Leishmania amazonensis induzem
diferentes níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs). Determinantes
genéticos dos parasitos podem estar modulando essa produção?
O sucesso da infecção por leishmania é
determinado durante os primeiros eventos da resposta imune inata. Radicais
livres, tais como superóxidos (O2-) e Óxido Nítrico (NO)
são moléculas decisivas na defesa contra esses parasitos.
Durante o processo de fagocitose, ainda
nas etapas de reconhecimento e internalização dos parasitos, os macrófagos são
induzidos a produzir EROS (O2- , H2O2)
na tentativa de controlar a infecção . Essa produção de EROs é dependente do
recrutamento das subunidades do complexo proteico NADPH oxidase (NOX) para a
membrana do fagossoma.
Para lidar com esse estresse oxidativo algumas leishmania ssp adotam mecanismos de inibição
da produção de O2-, bloqueio da montagem da NADPH oxidase
e expressão de moléculas de
antioxidantes. Em termos imunológicos, a baixa produção do O2-
e H2O2 por macrófagos infectados ainda não está
esclarecida, entretanto há uma relação entre níveis elevados de O2-
e a capacidade leishmanicida da célula hospedeira.
Trabalho de
2012, Almeida e seus colaboradores demonstram pela primeira vez que macrófagos
CBA (linhagem resistente à infecção por leishmania), infectados por L. major produziram níveis mais elevados
de EROS quando comparados aos níveis produzidos na infecção de com L. amazonensis.
Na tentativa de esclarecer mecanismos que expliquem
essa diferença na produção de EROs envolvendo espécies diferentes de
leishmania, ensaios de infecção utilizando Apocinina, um inibidor parcial da
NADPH oxidase, que atua bloqueando a fosforilação das subunidades P47phox
e P67phox impedindo a formação do complexo proteico na membrana do
fagossoma. Surpreendentemente, os níveis de EROs variaram de acordo com a
leishmania. Os macrófagos infectados por L.
amazonensis não apresentaram redução nos níveis de EROs, provando que esta
síntese, neste caso, não é dependente das subunidades NOX2 e NOX4 do complexo
proteico NADPH, em contra partida, os macrófagos infectados com L. major apresentaram uma redução de 50%
nos níveis de EROs na presença do inibidor.
Assim, deve haver alguma estratégia envolvendo moléculas
da superfície do parasito, variáveis de espécie para espécie, capazes de
interagir com receptores na membrana dos macrófagos necessários para produção
de EROs.
Bibliografia:
ALMEIDA
T.F. et al. Leishmania amazonensis fails to induce the release of
reactive oxygen intermediates by CBA macrophages. Parasite Immunology, 2012
ASSCHE, T.V.et al. Leishmania–macrophage interactions: Insights into
the redox biology.Elsevier.2011
HORTA, M.A et al. Reactive species oxygen and nitric oxide in cutaneous
Leishmanisis.2011
Sueli Carvalho e Luana Seraphim Cunha, doutorandas
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