Sempre aparecem as avaliações de final de ano, em todos os campos. Para não fugir à regra, vamos mostrar uma pequena avaliação da imunologia brasileira em 2010.
Fizemos uma busca do Web of Science usando na busca os artigos que possuam pelo menos um endereço no Brasil. Nesta listagem solicitamos a classificação por área.
Como estamos? Em 2010 (registrados até 12 de dezembro), foram publicados 28.198 artigos com endereço do Brasil, dos quais 492 na área de imunologia (ver quadro abaixo).
Dos 29.116 artigos com endereço no Brasil em 2009, 429 estavam na área de imunologia. De 2009 para 2010, saímos do 30o para o 24o posto. Em 2008, com 433 dos 27.543 artigos do Brasil ficamos em 32o lugar.
Ou seja, avançamos em comparação com outras áreas, mas o número de artigos apresenta crescimento lento. Não tenho informações sobre os fatores de impacto das revistas nas quais a imunologia brasileira tem publicado.
O UNESCO Science Report 2010 mostra que a área biomédica no Brasil tem um desempenho acima da média mundial. O que não é pouco, considerando que a distribuição de produção científica não tem uma distribuição normal. Por ser concentrada em poucos países, a maioria dos países está abaixo da média.
Se o Brasil tem sido classificado em 13o ou 14o lugar em produção científica em todas as áreas, como interpretar estas posições da imunologia? Não sei fazer análise comparativa de áreas de conhecimento comparativamente entre diferentes países na Web of Sciences, mas é fácil de fazer na Scimago. Em 2008, ocupavamos o 13o posto mundial entre as produções de imunologia, com 737 documentos (notem que a busca no WoS foi feita somente para artigos).
É de observar que as nossas citações, e Fator H, são baixos. Temos muito que trabalhar para representar uma força científica.
Além dos esforço de cada um, será necessário resolver algumas questões limitantes para a ciência no Brasil, às quais têm sido bastante tratadas neste blog:
Este último aspecto foi destacado no UNESCO Science Report 2010:
Ou seja, em 2011 mãos à obra e torcer para que o novo governo inicie a cumprir a promessa de chegar a investir 1,8% do PIB em ciência e tecnologia até 2014 (aqui).
Ótimo Professor Barral. Eu acho que de fato estamos melhorando. Um aspecto a ser apontado é que muitas de nossas publicações são computadas em microbiologia, parasitologia e biotecnologia. Somos o segundo produtor mundial de artigos em parasitologia e quarto em imunoparasitologia. Eu creio que per capita estamos empatando com USA, Inglaterra e França. Mais ainda precisamos melhorar, como apontado na post do Professor Barral.
ResponderExcluirVamos em frente.