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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Resposta efetora de células T CD8 contra o Plasmódio é dependente de prolongada apresentação antigênica


Em 1967, a Dra. Ruth Nussenzweig demonstrou que a imunização de camundongos com esporozoitos irradiados conferiam proteção contra um subseqüente desafio com Plasmodium berghei. Oito anos depois, um outro grupo confirmou que o mesmo acontecia com humanos desafiados com Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum. Parte desta proteção é sabidamente devida às células T CD8+.

Nesta semana, na XII Reunião Nacional de Pesquisa em Malária, o Dr. Fidel Zavala apresentou dados do seu grupo de pesquisa que mostram que o sucesso do estabelecimento da memória imunológica contra o Plasmódio ocorre em função de uma apresentação antigênica persistente. Para chegarem a esta conclusão, os pesquisadores utilizaram camundongos transgênicos possuindo células T expressando o TCR Thy1.1 específico para a proteína CS do P. yoelii. Os pesquisadores transferiram adotivamente estas células a camundongos que haviam sido imunizados com esporozoitos irradiados e observaram forte proliferação dos linfócitos. Além disto, os dados sugerem que os antígenos utilizados na imunização são mantidos principalmente nos órgãos linfóides que drenam a via de entrada do antígeno, mas também no baço e fígado, onde são apresentados às células T naive. Esta apresentação foi dependente tanto de fagócitos (depletados pela utilização de liposomas contendo clodronato) quanto de células CD11c+ (depletadas pelo tratamento de camundongos CD11c-DTR com a toxina diftérica). E também foi demonstrado que transgênicos quanto maior o tempo de apresentação antigênica, maior o tamanho da população de células T CD8+ efetoras e mais expressiva é a proliferação da subpopulação de células T CD8+ de memória. Outro ponto interessante foi que células recém saídas do timo, são primadas por antígenos remanescentes e passam a expressar fenótipo de ativação. Finalmente, os pesquisadores demonstraram que estas células são capazes de se diferenciar em populações efetoras e de memória. E, apesar das células transgênicas transferidas 42 e 60 dias após imunização com esporozoitos irradiados não sofrerem o mesmo índice de proliferação que as células que foram transferidas de 14 a 28 dias após imunização, alguma apresentação antigênica ainda é detectada. Além disto, as células transferidas até 28 dias após a imunização mantém na integra a sua polifuncionalidade, medida pela produção de IFN-gama, TNF-alfa e IL-2; e aquelas transferidas até 14 dias após a imunização foram capazes de inibir a proliferação parasitária por 40 horas.

Aqueles que se interessam pelo tema, o trabalho apresentado pelo Dr. Zavala já encontra-se disponível (doi:10.1371/journal.ppat.1000877.g008).

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