As novas tecnologias de sequenciamento em larga escala
(coletivamente denominadas Next-generation sequencing – NGS) desenvolvidas em
diferentes plataformas, e.g., Roche, Illumina, SOLID, Helicos e PacBio, têm
catalisado a maneira de se obter informações a partir das sequências de DNA e/ou
RNA (cDNA) de qualquer organismo, nas mais diversas condições biológicas. Essas
tecnologias NGS apresentam grande vantagem no tempo de aquisição dos dados e no
custo-benefício. Na Imunologia, elas têm possibilitado novas perspectivas para
o estudo da imunidade adaptativa.
Recentemente, Calis e Rosemberg (http://www.cell.com/trends/immunology/abstract/S1471-4906(14)00155-0) revisaram como essas tecnologias tem revolucionado a maneira
de se obter informações sobre o repertório de receptores de antígenos de
linfócitos, através do sequenciamento das cadeias de BCR e TCR. Com o advento
das tecnologias NGS, aliado à uma metodologia particular na preparação de
bibliotecas de DNA genômico e de transcritos, foi possível identificar em um
único indivíduo, dezenas de milhares de cadeias pesadas de BCR e até 2 milhões de
cadeias de TCRβ. Elas têm sido empregadas para avaliar a história imunológica
de um indivíduo por meio da análise do repertório de TCR e BCR, o que
possibilita comparações entre o repertório de receptores na idade jovem e durante
o envelhecimento, por exemplo. Além disso, têm sido úteis para rastrear
linfócitos responsivos a determinado desafio antigênico, e.g., após a vacinação
contra vírus influenza ou infecção viral (HIV ou dengue). Em disfunções do
sistema imune, também têm sido utilizadas para identificação e monitoramento de
clones de linfócitos causadores de neoplasias linfóides e de doenças
autoimunes. Uma outra aplicação é no estudo sobre o desenvolvimento de
linfócitos e comprometimento de linhagem celular. O sequenciamento de TCR e BCR
ainda enfrenta alguns desafios metodológicos, mas acredita-se que a sua
aplicação clínica se popularizará em breve.
Referência:
1. Calis, J. J. A. & Rosenberg, B. R.
Characterizing immune repertoires by high throughput sequencing: strategies and
applications. Trends Immunol. 35, 581–590 (2014).
Post de Sandra
Regina C. Maruyama, Pós-doc, FMRP/USP
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