Muitos
estudos já foram realizados analisando o papel isolado de cada uma dessas
citocinas nas infecções virais, caracterizando os IFNs do Tipo I como
principais moléculas antivirais produzida pelo hospedeiro. Contudo, apesar de
apresentar proteção in vitro, o uso
terapêutico destas moléculas isoladamente in
vivo nem sempre são promissores. Estudos anteriores, já haviam demonstrado
que o estímulo de uma única citocina pode apresentar uma resposta muito
diferente de estímulos combinados de citocinas in vitro. Atualmente, terapia de combinação de citocinas, onde dois
ou mais medicamentos à base de citocinas são simultaneamente administrados para
tratar uma única doença, se mostrou promissora em várias condições clínicas,
como câncer, infarto do miocárdio e osteoporose.
Recentemente, Hartmann
BM et al., compararam a ação do
estímulo por IFN-beta com a infecção viral em células dendríticas (DCs) in vitro. Através de análises de
auto-rendimento e análises multivariadas, o estudo identificou 20
citocinas/quimiocinas associadas a infecção viral. Ao
expor as células dendríticas a combinações das 19 citocinas encontradas (leave-one-out)
junto a experimentos complementares para avaliar a ação antiviral destes
diferentes estímulos, foram identificadas três citocinas (IFN-β, TNF-α e
IL1-β) como os principais contribuintes para o estado
antiviral das células dendríticas.
A ação em conjunto
dessas três citocinas (IFN-β, TNF-α, e IL1-β) induz uma resposta antiviral
muito mais eficiente do que a ação isolada de cada uma delas. A ação combinada
das três citocinas aumentou a expressão de marcadores de ativação (HLADR e
CD86), aumentou a atividade fagocitária, inibiu a apoptose induzida pela
infecção viral, promoveu a ativação de células T autólogas e estimulou a
resistência à infecção viral in vitro
e in vivo.
Tais
resultados sugerem que o microambiente pode atuar por via de um código
combinatório entre diferentes citocinas, promovendo um estado antiviral global.
O melhor entendimento deste código combinatório poderá trazer benefícios para
revolucionar a imunoterapia em doenças autoimunes, neoplasias e infecções
crônicas (Leishmania, HTLV, HIV, etc).
Post de Ricardo Khouri
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