As células
Th17, descritas inicialmente como essencialmente patogênicas, ganharam espaço
como importantes componentes da resposta imune contra alguns patógenos extra ou
intracelular. Porém, elas não perderam posição de destaque como participantes
ativas de doenças autoimunes. Dentre as células TCD4+ produtoras de IL-17, a
subpopulação que produz uma quantidade significativa IFNg (além de IL-17)
parece ser mais patogênica que as demais células Th17. Esta população
patogênica (ou Th17.1) já foi citada algumas vezes neste blog (aqui por exemplo).
Além de produzirem IFNg, alguns genes de quimiocinas e citocinas que pode estar
relacionados ao aumento de inflamação também são expressos em maior quantidade
nas células Th17.1 quando comparadas às células não patogênica (esta última
produz mais IL-10 que a patogênica). Parece existir algumas formas de se diferenciar
as duas (ou mais) subpopulações produtoras de IL-17 em camundongos e/ou humanos.
Como exemplo tem a diferença da expressão de IL-10 x IFNg, expressão de CXCR4 X
CXCR3, entre outras. No artigo de Ramesh publicado no JEM em Jan 2014 (aqui)
foi demonstrado que além dos marcadores já descritos, as células Th17.1
expressam um transportador multidrogas conhecido com MDR1. As células T de
memória MDR1pos expressam mais IFNg, IL23R e quimiocinas proinflamatórias que
as demais populações de células T. Além disto, células Th17 de memória MDR1neg
expressam mais IL-10, IL-9, FOXP3, SOCS3, entre outros. Embora em alguns
experimentos o número limitado de amostras (2 pacientes) deixa dúvidas sobre as
conclusões que podem ser feitas, é interessante a associação entre a MDR1 e
corticoides. Células Th17 MDR1pos são resistentes ao tratamento com glucocorticoides
e mantêm o perfil proinflamatório após o tratamento. Isto sugere que estas
células estejam associadas à resistência ao tratamento com medicamentos a base
de esteroides em doenças autoimunes. Embora MDR1 seja um transportador de
glucocorticoides, não está claro o mecanismo de resistência nas células Th17.1
MDR1pos, porém esta relação Th17 patogênica resistente a glucocorticoides pode
ser realmente importante.
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