Cara! Enfim consegui uma IC?! Isso é bom demais! Há
um ano era apenas uma vestibulanda desesperada de ensino médio, e hoje já sou
uma IC. Essa é a primeira sensação ao se conseguir uma Iniciação Cientifica
(IC). Saí contando para o pai, vó, mãe, namorado, cachorro e vizinho, um
segundo passo para uma realização finalmente materializada.
Quando
se inicia as atividades você descobre quem realmente é essa tal de IC que tanto
ouviu falar. Claro, como todo início nada é fácil. Não se sabe onde ficam os
tubos, estantes, pipetas, ponteiras (mas o que são ponteiras?) e todos os
outros objetos e instrumentos. Os equipamentos e tipos de análises são diversos
e totalmente desconhecidos. De uma cidadã que entrou em uma faculdade pública a
um completo ignorante. É assim que a gente se sente e como funcionam as coisas.
Com
uma dose de sorte (no meu caso, uma grande dose) sempre há alguém disposto a explicar
e ensinar do que se trata qualquer tipo de análises, nomes estranhos,
substâncias, procedimentos e outras infinitas metodologias, independente do
projeto e atuação de mestrandos, doutorandos ou pós-doutorandos e até o pessoal
da limpeza.
O tempo passa e, de um completo ignorante,
você passa a ser nove décimos de ignorante. Isso já é bom. Isso é o que incentiva
a ficar, a acordar cedo quando você dorme tarde, persistir com horas de
transporte público, faz você trocar o aconchego do seu lar por um laboratório
gelado. Tudo para tornar o grego em um português coloquial. Não sei se é certo
ou adequado, mas uma suposição minha é que é necessário essa passagem pelo
estranho, desconhecido, que não tem como alguém te dar mapas, nem fazer esse
caminho por você, uma única bússola tem que servir para te dar o norte da vida
e você sobreviver na eterna selva pela caça ao tesouro.
Post de Bruna Massarioli (graduanda em
Farmácia Bioquímica-USP– IC FMRP/IBA).
Muito bom carísima Bruna, muito bom!!!
ResponderExcluirPrecisamos de gente assim como você. Mas vá em frente, o tesouro esta por parte. Só temos que descobrí-lo. Pode continuar contando com a nossa ajuda,mesmos sem bússolas, mapas, mas com muita força de vontade.
Joao
Achei ótima a descrição do seu sentimento e posso te garantir que cada vez que mudanças acontecem, por exemplo, pós-doc no exterior, a sensação é a mesma! Mas é isso mesmo! Em frente!
ResponderExcluirMe vi perfeitamente neste texto.
ResponderExcluirÉ realmente assim a sensação de entrar na vida científica.