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domingo, 26 de janeiro de 2014

Conhecimento: um poço sem fundo



Cara! Enfim consegui uma IC?! Isso é bom demais! Há um ano era apenas uma vestibulanda desesperada de ensino médio, e hoje já sou uma IC. Essa é a primeira sensação ao se conseguir uma Iniciação Cientifica (IC). Saí contando para o pai, vó, mãe, namorado, cachorro e vizinho, um segundo passo para uma realização finalmente materializada.
 Quando se inicia as atividades você descobre quem realmente é essa tal de IC que tanto ouviu falar. Claro, como todo início nada é fácil. Não se sabe onde ficam os tubos, estantes, pipetas, ponteiras (mas o que são ponteiras?) e todos os outros objetos e instrumentos. Os equipamentos e tipos de análises são diversos e totalmente desconhecidos. De uma cidadã que entrou em uma faculdade pública a um completo ignorante. É assim que a gente se sente e como funcionam as coisas.
           Com uma dose de sorte (no meu caso, uma grande dose) sempre há alguém disposto a explicar e ensinar do que se trata qualquer tipo de análises, nomes estranhos, substâncias, procedimentos e outras infinitas metodologias, independente do projeto e atuação de mestrandos, doutorandos ou pós-doutorandos e até o pessoal da limpeza.
         O tempo passa e, de um completo ignorante, você passa a ser nove décimos de ignorante. Isso já é bom. Isso é o que incentiva a ficar, a acordar cedo quando você dorme tarde, persistir com horas de transporte público, faz você trocar o aconchego do seu lar por um laboratório gelado. Tudo para tornar o grego em um português coloquial. Não sei se é certo ou adequado, mas uma suposição minha é que é necessário essa passagem pelo estranho, desconhecido, que não tem como alguém te dar mapas, nem fazer esse caminho por você, uma única bússola tem que servir para te dar o norte da vida e você sobreviver na eterna selva pela caça ao tesouro.
 
Post de Bruna Massarioli (graduanda em Farmácia Bioquímica-USP– IC FMRP/IBA).

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3 comentários:

  1. Muito bom carísima Bruna, muito bom!!!
    Precisamos de gente assim como você. Mas vá em frente, o tesouro esta por parte. Só temos que descobrí-lo. Pode continuar contando com a nossa ajuda,mesmos sem bússolas, mapas, mas com muita força de vontade.
    Joao

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  2. Achei ótima a descrição do seu sentimento e posso te garantir que cada vez que mudanças acontecem, por exemplo, pós-doc no exterior, a sensação é a mesma! Mas é isso mesmo! Em frente!

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  3. Me vi perfeitamente neste texto.
    É realmente assim a sensação de entrar na vida científica.

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