De 21 a 26 de
Janeiro estive em um Keystone sobre Metabolic
Control of Inflammation and Immunity. O congresso foi em Breckenridge, CO,
uma bela cidade do faroeste americano fundada na época da corrida pelo ouro e
da “conquista” do oeste americano.
O
evento foi organizado cientificamente por Vishva Dixit, Maya Saleh e Doug Green
e foi muito bom (depoimento do Dixit pré-evento aqui).
Eu (e alguns colegas) achei que faltaram patógenos e sobrou obesidade e “high
fat diet”. De qualquer forma, o tema está em evidência e as palestras, de maneira geral, reforçaram a importância do
metabolismo na imunidade e no desenvolvimento de processos inflamatórios, um
tema de grande relevância visto a importância clinica de doenças como diabetes
tipo II, arteriosclerose, obesidade, entre outras. Outro tema que também esteve
muito em evidência durante o congresso foi a importância da microbiota para o
metabolismo, ai fecha-se o ciclo: Microbiota è Metabolismo è Ativação de
plataformas moleculares que levam a inflamação e imunidade, que por sua vez vai regular a microbiota.
Entre os palestrantes estavam: Richard
Flavell, Thiru Kanneganti, Jenny Ting, Eicke Latz, Luke O’Neill, Tiffany Horng,
Kate Fitzgerald, Stephen Giardin, Skip Virgin, Gabriel Nunes, Janelle Ayres,
Michael Karin, e claro, os organizadores científicos. O Flavell, a Kanneganti, e
o Doug Green (que foram palestrantes no ultimo congresso da SBI) apresentaram
palestras semelhantes às apresentadas aqui no Brasil. Eu particularmente gostei
muito da palestra do Skip (Herbert) Virgin, que falou da microbiota viral (um
assunto que não compreendemos quase nada) e enfatizou outros temas, entre eles um
extremamente importante: “Quando se está interpretando a função de um gene, não se pode inferir sobre o genótipo sem levar em consideração e a
metagenômica dos organismos que fazem parte da microbiota...” Isso é
particularmente muito importante na pesquisa utilizando animais
transgênicos.
Outra palestra muito boa -como de costume- foi a do Vishva Dixit, que enfatizou os achados recentemente
publicados no artigo da Nature (aqui)
que reportam que o receptor Nod-like NLRC4 (antigo Ipaf) é ativado por uma
proteína kinase delta, que fosforila um resíduo S533 permitindo a ativação do
receptor. Foram apresentados dados recentes que não faziam parte do artigo, entre eles dador importantes nos quais ele mobiliza o inflamassoma composto por NLRC4 e "pull-donw" a proteína
kinase delta. Ou seja, no modelo Sensor-Adaptor-Effector tem outros parceiros
que promovem modificações pós-translacionais que facilitam a montagem dessas
respostas. Entre os colegas Brasileiros estavam Marcelo Bozza, da UFRJ e Jaqueline Costa da Fiocruz-BA, sem dúvida foi divertido e cientificamente muito rico.
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