Direto de Bethesda, logo após uma reunião sobre: parar de gastar!!
O National Institutes of Health (NIH), que é o maior recebedor de financiamento público para a pesquisa biomédica nos Estados Unidos, acabou de receber um corte orçamentário de aproximadamente 1,6 bilhões de dólares para 2012. Se levarmos em conta a inflação anual do setor econômico relacionado à pesquisa biomédica, que gira em torno de 3,5%, o anuncio deste corte significa praticamente congelamento dos gastos do NIH. As estimativas apontam para um cenário em que o poder de compra real do NIH será mais ou menos o que era em 2000, um considerável retrocesso. O NIH é considerado um centro de excelência em pesquisa porque concentra muitos profissionais de ponta, além de uma relativa proteção orçamentária se comparado mesmo às universidades americanas de primeiro escalão. E essa concentração de bons profissionais se dá justamente pelo menor aperto orçamentário. Vamos ver o que vai acontecer depois da implementação do considerável corte.
O NIH é constituído por 27 institutos diferentes, cada um com seu programa de gastos. Tem muito instituto. E estudos muito caros. Mesmo dentro do NIH, somente 16% das propostas de investigação avançada ganham financiamento apropriado, de acordo com o próprio NIH. A consequência disto é que os resultados chegam em ritmo mais lento e os benefícios das investigações demoram muito para serem percebidos pela comunidade. O Human Genome Initiative é uma exemplo de estudo caríssimo e que trouxe uma série de resultados promissores... para médio e longo prazo.
No final, o que temos por aqui é uma ameaça de fechamento de diversos institutos menores, como os National Eye Institute, e de considerável redução de grandes institutos, como o National Institute of Allergy and Infectious Diseases. Até agora, o que se vê é somente ameaça, com muita ansiedade por parte de vários pesquisadores com medo de perder o emprego.
Aqui em Bethesda, o inverno já está se esvaindo, e o calor do verão parece se adiantar. E vai ser quente.
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