Modelo de sepse após infecção viral de células
mieloides (células dendríticas e macrófagos). Células mieloides deficientes em
sinalização via IFN tipo I (devido à deleção viral, bloqueio farmacológico com
anticorpos monoclonais anti-receptor de IFN ou com antagonismo promovido por
vírus) são mais susceptíveis à infecção viral. Numa infecção pelo vírus
oeste do Nilo, a replicação viral aumentada resulta em elevação da geração de Padrões Moleculares associados à Patógeno (PAMPs), o que ativa a molécula adaptadora MAVS.
Ocorre ativação de IRF-3, NF-kB e do inflamassoma. O acionamento
dessa cascata de sinalização promove ativação do complemento, secreção de
citocinas pró-inflamatórias, sepse e dano tecidual. Fonte: Pinto et al., 2014,
Plos Pathogens.
Embora esteja bem estabelecido que as vias de
sinalização dos interferons do tipo I apresentam uma função antiviral crítica,
os tipos celulares in vivo que
contribuem para esse processo ainda não foram completamente caracterizados.
Nesse contexto, o grupo liderado pelo Dr. Michael S. Diamond do Molecular
Microbiology, Washington University School of Medicine, St. Louis, Missouri nos
Estados Unidos publicou recentemente um estudo utilizando a infecção murina
pelo vírus oeste do Nilo como um modelo para abordar essa questão.
Eles infectaram camundongos com o vírus e esses
animais eram deficientes no gene do receptor de IFN tipo I (ifnar) em suas
células mieloides, incluindo células dendríticas e macrófagos. Os camundongos
rapidamente desenvolveram uma síndrome semelhante à sepse que foi caracterizada
pelo aumento da infecção viral e dano em órgãos causado pela produção maciça de
citocinas pró-inflamatórias e ativação do complemento.
Além disso, o estudo
mostrou que a infecção pelo vírus oeste do Nilo induzia sinalização por meio
da molécula adaptadora MAVS e provocava ativação do complemento, sepse e
dano tecidual. O dano hepático era minimizado se os animais não apresentavam
constituintes específicos do complemento como C3 e fator B ou eram tratados com
anticorpos neutralizantes anti-complemento e anti-TNF-alfa. Os resultados
estabeleceram o papel importante da sinalização induzida por IFN do tipo I em
células mieloides em restringir a infecção viral e controlar a inflamação e
injúria tecidual desencadeada pela infecção.
Referência
- Pinto AK,
Ramos HJ, Wu X, Aggarwal S, Shrestha B, Gorman M, Kim KY, Suthar MS, Atkinson
JP, Gale M Jr, Diamond MS. Deficient IFN signaling by myeloid cell leads
to MAVS-dependent virus-induced sepsis. PLoS Pathog. 2014 Apr 17;10(4):e1004086. doi:
10.1371/journal.ppat.1004086. eCollection 2014 Apr.
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