A
ação da microbiota em nossa vida está além da capacidade de alterar nosso humor
entre “enfezados” e bem-humorados. Um estudo recente demonstrou que uma tribo
da Tanzania, chamada Hadza, que ainda possui hábitos de caça e por consequência
sua alimentação é bem diversa da nossa, não possui uma bactéria que normalmente
é considerada fundamental na composição dos famosos probióticos (Bifidobacterium). Com o
crescimento da “indústria dos hábitos saudáveis” os probióticos foram
adicionados a vários produtos como iogurtes, bebidas e até alimentos para o
bebê. No entanto, o perigo está exatamente onde menos se espera. Os
pesquisadores relataram que a população de Hadza, assim como os indivíduos
residentes em áreas rurais que se alimentam de menos produtos processados,
possuem um microbioma mais diverso. Isso mesmo, mais diverso do que a população
que consome produtos industrializados, especificamente da Itália. Eles descreveram
ainda uma associação entre menor diversidade no microbioma e doenças do cólon,
como a doença de Crohn. Para estimularmos a caça ou agricultura, o que
preferirem, na população de Hadza, foi observada ainda a inexistência de outras
desordens relacionadas com desequilíbrio de diferentes tipos de bactérias
intestinais como doenças autoimunes, obesidade e diabetes. Segundo a autora do
estudo Alyssa Crittenden, devemos
redefinir nossa noção do que é considerado saudável e prejudicial na nossa
dieta. Não sei vocês mas a partir de agora já cortei alguns produtos
industrializados da lista de compras daqui de casa.
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Post por Luara Isabela dos Santos, pós-doutoranda, Laboratório de Imunopatologia, Fiocruz-MG
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