Post por Phileno Pinge Filho
Estou em Poços de Caldas (MG). É a
minha primeira vez aqui, estou gostando muito da cidade, a comida é ótima e o
povo acolhedor. Na noite passada, a temperatura caiu um pouco e para me livrar
do friozinho utilizei um cobertor que encontrei no armário do quarto do hotel. Algumas
horas depois, acordei com o sol forte e o quarto aquecido; livrei-me
rapidamente do cobertor que agora era motivo de incômodo. Depois do café, fui
correndo assistir a duas palestras.
Diante de notáveis, aprendemos sobre
a nossa insignificância, contudo somos todos iguais no prazer eterno da descoberta.
A vontade de aprender é um bom motivo para comemorarmos o ano que se inicia.
No meu primeiro texto em 2012,
comento o artigo de Monisha Dhiman e Nisha Jain Garg, publicado no J.
Pathology. A motivação para comentar esse artigo surgiu por conta do texto
apresentado neste Blog no dia 14 de dezembro pelo Dr. Barral (Leishmania intracelular: uma vida
radical). Dhiman e Nish a Garg mostram, de maneira elegante, o papel da NADPH
oxidase (NOX) na doença de Chagas murina.
A isoforma Nox 2 é uma das sete
isoformas da NOX e constitui um complexo enzimático responsável pela produção
de espécies reativas de oxigênio (ROS) pelos fagócitos ativados. No artigo, os
autores demonstraram que a NOX é a principal fonte de ROS em camundongos
C3H/HeN infectados com a cepa SilvioX10/4 do T. cruzi. O tratamento de camundongos infectados com apocinina (Apo,
inibidor da Nox2) diminuiu a produção de citocinas (IL-6, IFN-γ e IL-4) produzidas por células esplênicas durante a fase
aguda da infecção. Esse tratamento também provocou uma diminuição importante no
infiltrado inflamatório, normalmente observado no coração dos camundongos
infectados durante a fase aguda. Por outro lado, como em uma noite fria e um
cobertor curto, a inibição da Nox2 com Apo aumentou a carga parasitária tanto
no sangue como no coração dos camundongos infectados em relação aos animais
controles e diminuiu o estresse oxidativo no coração.
A pergunta que fica é esta: será
possível controlarmos a resposta inflamatória durante a infecção por T. cruzi sem provocar um desequilíbrio
no controle da carga parasitária?
Referência:
Dhiman M,
Garg NJ. NADPH oxidase inhibition ameliorates Trypanosoma cruzi-induced
myocarditis during Chagas disease. J. Pathol. 2011 Dec; 225(4):583-96. doi: 10.1002/path.2975.
Olá Phileno
ResponderExcluirótimo post! Algo parecido ocorre em algumas infecções virais onde uma super-produção de IFN tipo I parece ser a causa da doença, mesmo reduzindo a viremia. Neste caso também fica evidente a dificuldade em se encontrar o equilíbrio entre resposta protetora e deletéria induzida pelo IFN I !!!
Abraço
Juliano Bordignon
Oí Phileno,
ResponderExcluirMuito interessante.
Na verdade o post citado e' de Johan, eu apenas postei no SBlogI.
Boa pergunta porém de difícil resposta… Eu não acredito em controle na resposta inflamatória sem afetar a carga parasitária, porém na pesquisa pode ser mostrado que sim.
ResponderExcluirFui olhar o paper em seguida e sentir falta do uso dos KOs… Fizeram somente com os inibidores??? Eu particularmente não me contento em utilizar somente os inibidores, gosto sempre de usar o Ko…. As duas coisas se complementam porque muitas vezes a toxidade dessas drogas afetam um pouco a resposta imune, e acho legal comparar… Eu já vi resultados em alguns congressos com essas drogas e com alguns ko que se antagonizam muitas vezes...
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