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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma breve análise da pesquisa (e do seu financiamento) no Brasil. E a Imunologia?


A área médica no Brasil já tem o maior número de publicações internacionalmente indexadas há algum tempo. Supera a física, tradicionalmente a nossa área de liderança, e é seguida de várias áreas das ciências biomédicas, com destaque para a biologia molecular e bioquímica.
A figura acima do post mostra uma comparação das diferentes áreas da ciência no Brasil. O gráfico do Scimago utiliza a base da dados Scopus, se baseia nos dados de 2007 e 2008, e mostra que as ciências médicas têm um fator H mais alto que todas as outras áreas, e também que têm maior volume de publicações (indicado pela área do círculo). Com um fator H pouco acima de 80 e com quase 4 citações por documento, aparece a área de Imunologia e Microbiologia. Estas informações não se referem à área de Imunologia médica e alergia. Estas áreas podem ser vistas quando se observam as sub-áreas dentro da Medicina. Neste mesmo período,a imunologia clínica e alergia têm um fator H de quase 40 com 5 citações por documento.
A imunologia brasileira tem uma produção científica acima da coreana ou da indiana (gráfico acima à direita), o que não é pouco. 
Contudo, a nossa imunologia ocupa o 13o lugar mundial. e sua situação é melhor que a microbiologia, por isto quando da análise em conjunto o resultado não aparece tão bom. Veja abaixo a tabela do Scimago. Os dados do Scimago não coincidem, necessariamente, com aqueles encontrados no ISI (a Scopus acompanha um número bastante maior de publicações).

Um dado importante, para o qual precisamos ficar atentos é o financiamento á pesquisa. Os dados do CNPq mostram que após um período de estagnação, os investimentos voltaram a crescer a partir de 2003. À esquerda o gráfico com dados do investimento em bolsas e fomento à pesquisa.

É também válido notar que a partir de 2003, passaram a desempenhar um papel importante duas outras fontes de financiamento na área da saúde. Abaixo vemos os investimentos realizados pela DECIT do Ministério da Saúde (em verde) e pelo CT-Saúde (Fundo Setorial da Saúde - em azul) de 2002 a 2009. 



Conclusão geral. Estamos em evolução, mas precisamos melhorar. Para isto necessitamos de investimentos regulares e menos burocracia. É necessário ficar atento ao próximo governo. Não deixe de ver o documento da Academia Brasileira de Ciências e da SBPC divulgado mais cedo no SBlogI (aqui).

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2 comentários:

  1. Dados muito interessantes!E muito importante pensar sobre o momento de sucessão que acontecerá muito em breve. É importante que nos mobilizemos e que mobilizemos amigos e familiares para que sejam eleitos aqueles com aptidão e capacitação mínimas para entender as necessidades jurídicas e financeiras das áreas de ciências e tecnologia; que nos articulemos para elegê-los e também para cobrá-los posteriormente.

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