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BRASILEIRA DE IMUNOLOGIA
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sexta-feira, 30 de abril de 2010


Apesar do grande avanço observado em diversas áreas biomédicas, a região Sul do país apresenta apenas pouquíssimos grupos consolidados em imunologia. Nesta área, estamos muito longe do eixo SP-MG-RJ-BA. Reagentes fundamentais não chegam, equipamentos deixam de receber manutenção apropriada, FAPs literalmente não funcionam. Em vários locais, o imunologista, quando existe, é o docente que sabe dosar citocinas por ELISA.

Nesta realidade, em 2007, nasceu o Simpósio Sul de Imunologia (SSI), com os objetivos de i) estimular o despertar para a pesquisa básica e aplicada em imunologia e ii) fomentar ativamente as interações entre pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação das Universidades e Centros de pesquisas na região Sul do País.

No I SSI, em Florianópolis, organizado pelos Drs. Aguinaldo Pinto e André Báfica da UFSC, estiveram presentes mais de 150 estudantes e 14 palestrantes (http://www.ssi.ufsc.br/issi.html). Lembro que naquela ocasião realizamos o evento com alguns míseros reais no bolso (repassados a muito custo pela FAP local). Foi difícil, mas foi um passo importante e não desistimos. Mais de um ano se passou até a realização do II SSI, novamente na bela capital catarinense, em maio de 2009, e com ótima participação discente (próximo a 200 inscritos) e 16 conferencistas (http://www.ssi.ufsc.br/iissi.html), sendo 3 deles estudantes de pós-graduação. Este evento foi organizado com cerca de 20 mil reais (muito melhor quando comparado com o #1). Nos dois eventos, promovemos de maneira decisiva a interação discente-docente, pedra angular incentivada quando criamos o SSI. Ainda, diversas empresas parceiras como B&D, Ambriex, LGC, etc tiveram um bom volume de negócios através da venda de equipamentos, reagentes (da ordem de milhões - nada mal!).

Durante o II SSI, se juntaram a bordo outros colegas muito otimistas: Drs. Moisés Bauer e Cristina Bonorino da PUC/RS e Drs. Juliano Bordignon/ICC-Fiocruz-PR e Phileno P. Filho/UEL-PR. Ficou acordado então com os colegas paranaenses e gaúchos que o SSI teria periodicidade anual e ocorreria de forma itinerante entre os estados da região Sul, juntando-se ao já tradicional Encontro Gaúcho de imunologia realizado há mais de 10 anos no RS por Bauer e Bonorino.

Em 2010, o III SSI, será realizado na cidade de Curitiba, conhecida por seus inúmeros parques e feiras de artesanato. O evento está sendo organizado por Bordignon, Filho e Báfica, conta com 23 palestrantes, apoio da CAPES, CNPq, BD, Ambriex, Lonza, Interprise, Induslab e BioAmerica e terá 3 dias de duração (26-28 de maio de 2010, www.ssi.ufsc.br). O programa do dia 26/05 conta com mini-cursos, que abordarão temas de interesse para os estudantes como imunossenecência, imunobiologia do óxido nítrico, desenvolvimento de vacinas e diagnóstico de doenças auto-imunes, seguido da conferência de abertura proferida pelo Prof. Manoel Barral-Netto/CPqGM-Fiocruz-BA. Nos dias 27 e 28, serão abordados vários assuntos em mesas-redondas e conferências, como vacinas anti-HIV, imunologia de infecções fúngicas, imunologia do câncer, inflamação, migração de linfócitos, entre outros de relevância na área. A palestra de encerramento do III SSI será realizada pelo Dr. Marcello Barcinski/USP-SP. Mais uma vez, com o intuito de incentivar o interesse pela imunologia teremos uma mesa de short talks de estudantes de pós-graduação. Até este momento, já se inscreveram mais que 100 pessoas, provenientes de 4 estados do Brasil, e 14 cidades diferentes.

Com este clima de serenidade, os pesquisadores da área de imunologia da região Sul do país, vivem um momento especial com a organização do III SSI e ImunoTchê (http://www.imuno2010.com.br/), e esperamos atender as expectativas dos colegas dos demais estados e estrangeiros, e ainda contribuir para reduzir as assimetrias intra- e inter-regionais da área.


Grande abraço,

André Báfica e Juliano Bordginon


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6 comentários:

  1. Grande André. Acredito que para encarar tentar montar um grupo de imunologia no Sul do Brasil tem que realmente combinar muito otimismo e persistëncia. Sem dinheiro, sem apoio, e sem quem conheça um mínimo do que somos capazes de fazer, sem valorização das FAPs... Porque mesmo eu resolvi voltar pra casa? ah, lembrei, porque a imunologia do Brasil estava começando a explodir há 10 anos atrás. E se meus colegas conseguiam, achei que ia conseguir tambem... Estamos realmente vivendo um período especial aqui no Sul, quando depois de muitos anos sozinhos, eu e Moisés conhecemos o André, o Aguinaldo, Juliano e Phileno. O Simpósio Sul se transformou num momento muito aguardado de confraternização e colaboração entre a gente. Venham visitar o Simpósio e não percam o Imunotchê! Abraços, Cris Bonorino

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  2. Phileno Pinge-Filho1 de maio de 2010 às 10:11

    Caro André, tem sido um prazer e um grande aprendizado a interação com você, Juliano e Cris. Digo que em alguns laboratórios das Universidades do Sul não há se quer uma leitora ou mesmo uma centrífuga refrigerada que permita baixar as células de cultura para coletar o sobrenadante e dosar as citocinas. O Imunologista é o tradutor do Abbas e do Janeway que leciona Imunologia Geral. O Simpósio Sul de Imunologia pode atrair os Imunologistas para uma reflexão sobre as barreiras ainda existentes que impedem o desenvolvimento pleno da Imunologia nos Estados do Sul. Entre as barreiras destaco: a classificação equivocada do CNPq que coloca os Estados do Sul como similares aos da Região Sudeste; e, portanto diferente da realidade encontrada nos Estados da Região Nordeste. É difícil aceitar essa classificação depois de todo o investimento feito em Ciência aos Estados do Nordeste nos últimos oito anos. Esta classificação é excludente e fica explicita principalmente durante as avaliações e emissão dos pareceres de projetos de pesquisa coordenados por Imunologistas do Sul do Brasil.

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  3. Caro Phileno, confesso que fiquei impressionado com algumas coisas que temos enfretado por essas bandas. Independente, acho que devemos olhar para frente, e como a Cris falou, propor alterações e articular mudanças junto aos órgãos de fomento. Tenho visto que nas FAPs, isso realmente será um grande desafio. O importante é que temos massa crítica, ao contrário do que imaginam, e podemos estimular o conhecimento neste área. O que vocês acham da criação de um PPG multi-instituicional em Imunobiologia abrigado pela SBI?

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  4. Phileno Pinge Filho1 de maio de 2010 às 20:50

    Boa noite André, essa é uma excelente idéia, estou apaixonado pelo PPG multicentrico em Ciências Fisiológicas que tem a UEL como parceira. Os estudantes podem fazer disciplinas em diferentes programas da Rede e naturalmente são estabelecidas parcerias para a realização de experimentos que seriam impossíveis na UEL e em algumas situações o inverso também é verdade. Boa ideia Andre, eu reclamo mas além de dar um duro danado para conseguir as parcerias eu sou um otimista nato. Conte comigo nessa empreitada.

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  5. Wander Rogério Pavanelli17 de maio de 2010 às 16:24

    Caros organizadores do III SSI, inicialmente eu (Wander R. Pavanelli) gostaria de PARABANIZÁ-LOS pelo evento e principalmente pela motivação que vejo em vcs. È deste entusiasmo e atitude que estamos precisando por aqui (SUL). Percebo que os eventos de Imunologia,realizados aqui no SUL, vem mostrando a verdadeira força que nossa região possui. Agora, é necessario que as autoridades, responsáveis por aprovarem os respectivos projetos de pesquisas enviados as entidades de fomento nacional (CNPq e CAPES), começem a olhar com outros olhos para essa nova realidade, e nos deêm credibilidade para que mostremos nossos valores e a nossa capacidade de trabalho. Contem comigo para esta empreitada, pois serei mais um nesta caminhada.......

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  6. Onde eu baixo o livro Imunobiologia de Janeway?
    Não em lugar nenhum ='[

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