Muitos aspectos relacionados ao desenvolvimento de memória imunológica ainda não estão totalmente elucidados. Masopust e colaboradores (2010) demonstraram recentemente dois fenômenos interessantes na geração da resposta imunológica: (i) a ativação de células T no baço confere capacidade de migração para a mucosa intestinal; (ii) células T de memória do epitélio do intestino delgado não recirculam a outros órgãos, como fazem normalmente outras células de memória.
Temos como conceito geral, que o fato das células T migrarem para o sítio da infecção depende do local em que estas reconhecem antígenos para os quais são específicas. Assim, por exemplo, as células primadas no linfonodo inguinal migram para a pele. Esta observação não explica portanto como vias alternativas de imunização conseguem induzir respostas de células T no intestino. No entanto, diferentemente de células que são primadas nos linfonodos inguinais ou mesmo as que são primadas nos linfonodos mesentéricos, as células primadas no baço, um órgão linfóide central, apresentam um programa de migração “promiscuo” que inclui em sua rota o epitélio intestinal. Mais interessante é que estas células, quando assumindo um fenótipo de memória, perdem a capacidade de re-circular a procura de outros focos de infecção, e permanecem no intestino onde desempenham papel citotóxico. O que faz muito sentido, posto que lá, as células de memória estarão estrategicamente posicionadas para responder imediatamente caso ocorra uma nova infecção.
As abordagens utilizadas pelos autores são interessantes e bastante convincentes. Recomendo a leitura: doi: 10.1084/jem.20090858
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