O estresse causado no retículo
endoplasmático (RE) implica em uma série de doenças inflamatórias, tais como
Alzheimer’s e diabetes. Entretanto, este mecanismo não é totalmente elucidado e
novos caminhos vem sendo demonstrados. Bronner e colaboradores (clique),
demonstraram através do modelo de infecção por Brucella abortus (cepa RB51) que o sensor IRE1 (IRE1), o qual é responsável pela
reposta ao stress no RE, atua na regulação da disfunção mitocondrial via TXNIP
(Thioredoxin-interacting protein) induzindo
a produção de IL-1β. Porém, este estresse causado na mitocôndria leva a
ativação de um "atalho" independente de ASC.
Sabe-se que o inflamassoma de Nlrp3 é ativado por meio do efluxo de
potássio, da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e da acidificação
lisossomal. Todos esses mecanismos que ocorrem após a modificação mitocondrial.
Durante a infecção pela RB51, a ativação dos sensores de proteínas do RE leva a
uma maior liberação de ROS e
conseqüentemente o Nlrp3 associa-se à mitocôndria. Os autores também demonstraram
que este receptor Nod-like, além de
ser recrutado para a mitocôndria durante
o estresse do RE, nesse local ele não está classicamente desencadeando a
ativação de caspase-1, mas sim de caspase-2, que, por sua vez, através de
fatores pró-apoptóticos, tais como Bid, direciona a liberação do conteúdo
mitocondrial (mtDAMPs) e modula, dessa forma, a ativação do inflamassoma e secreção
de IL-1β.
Estes dados evidenciam que em vez de sua forma clássica de ativação,
baseada no reconhecimento de DAMPs liberados pela mitocôndria, Nlrp3, juntamente
com a caspase-2, age como um sensor primário mitocondrial frente ao estresse do
RE.
Post de Camila de Oliveira
Silva e Souza (mestranda IBA-FMRP/USP)
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