domingo, 6 de dezembro de 2015

Novo atalho para o estresse induzido pela morte celular



O estresse causado no retículo endoplasmático (RE) implica em uma série de doenças inflamatórias, tais como Alzheimer’s e diabetes. Entretanto, este mecanismo não é totalmente elucidado e novos caminhos vem sendo demonstrados. Bronner e colaboradores (clique), demonstraram através do modelo de infecção por Brucella abortus (cepa RB51) que o  sensor IRE1 (IRE1), o qual é responsável pela reposta ao stress no RE, atua na regulação da disfunção mitocondrial via TXNIP (Thioredoxin-interacting protein) induzindo a produção de IL-1β. Porém, este estresse causado na mitocôndria leva a ativação de um "atalho" independente de ASC.
Sabe-se que o inflamassoma de Nlrp3 é ativado por meio do efluxo de potássio, da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e da acidificação lisossomal. Todos esses mecanismos que ocorrem após a modificação mitocondrial. Durante a infecção pela RB51, a ativação dos sensores de proteínas do RE leva a uma maior  liberação de ROS e conseqüentemente o Nlrp3 associa-se à mitocôndria. Os autores também demonstraram que este receptor Nod-like, além de ser recrutado para a mitocôndria  durante o estresse do RE, nesse local ele não está classicamente desencadeando a ativação de caspase-1, mas sim de caspase-2, que, por sua vez, através de fatores pró-apoptóticos, tais como Bid, direciona a liberação do conteúdo mitocondrial (mtDAMPs) e modula, dessa forma, a ativação do inflamassoma e secreção de IL-1β.
Estes dados evidenciam que em vez de sua forma clássica de ativação, baseada no reconhecimento de DAMPs liberados pela mitocôndria, Nlrp3, juntamente com a caspase-2, age como um sensor primário mitocondrial frente ao estresse do RE.

Post de Camila de Oliveira Silva e Souza (mestranda IBA-FMRP/USP)



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