O
fator de transcrição AIRE, regula a tolerância imunológica, induzindo em
células epiteliais tímicas medulares (mTEC) a expressão de antígenos
tecido-específicos que direcionam a seleção do repertório de células T. A
mutação no gene que codifica essa proteína está associada com a manifestação de
uma síndrome autoimune poliglandular rara, denominada como APECED (autoimmune
polyendocrinopathy-candidiasis-ectodermal dystrophy), a qual é
caracterizada pela redução de células T reguladoras (TReg) (1). Então, será que a
ausência de AIRE tem impacto na geração de células TReg ao longo do
tempo? Essa foi a pergunta que motivou o grupo de Diane Mathis a desvendar mais
essa função, ainda desconhecida, desse fator de transcrição. No artigo
publicado na Science, Yang e colaboradores
(2015) demonstraram que a expressão de AIRE, durante o período neonatal, é
importante para a geração de células TReg, as quais mantêm a
tolerância imunológica e evitam o desenvolvimento de doenças autoimunes. Primeiramente,
os autores mostraram que tanto a porcentagem como o número de células TReg
estavam reduzidos em camundongos Aire-/-
logo após o nascimento e que quando essas células eram depletadas
condicionalmente durante os dez primeiros dias, os animais desenvolviam uma
doença autoimune descontrolada em vários órgãos, fenótipo típico de animais
deficientes para AIRE. Além disso, a transferência de células TReg WT, mas não daquelas provenientes de animais Aire-/- foi capaz de prevenir
o desenvolvimento da doença em camundongos desprovidos de TReg
neonatais. Portanto, essas achados indicam que AIRE promove a geração de
células TReg as quais são responsáveis por prevenir um ataque
autoimune nos órgãos periféricos.
Comentário: Leavy,
Olive. Young AIREs go on to rule. Nature Reviews
Immunology, v.15. 2015.
Post Annie
Rocío Piñeros Alvarez e Natália Ketelut Carneiro (doutorandas FMRP/USP -
IBA)
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