Figura - Células dendríticas
CD103+ do pulmão direcionam a diferenciação de células T CD8+ efetoras pela
ligação a alarmina HMGB1 via CD24 e posterior apresentação desse complexo às
células T CD8+ RAGE+
Se pensarmos nas etapas que constituem uma
resposta imunológica, o que vem em nossa cabeça é: expansão clonal, diferenciação,
contração e geração de memória. Mas ... como um clone específico escolhe qual
caminho deve seguir? Trabalhos na literatura evidenciam que a força e duração
da sinalização de IL-2, sinais inflamatórios bem como a expressão de alguns
fatores de transcrição norteiam o futuro de células T CD8+. Logo, um
linfócito T CD8+ efetor seria caracterizado pela expressão elevada do
receptor de IL-2 e dos fatores de transcrição T-bet e Blimp-1. No entanto, a
natureza e o tipo de sinal que instruem essa decisão bem como a contribuição de
células apresentadoras de antígeno (APC) são pontos importantes que ainda permanecem
não completamente esclarecidos.
Na edição de março desse ano da Immunity, Kim e colaboradores demonstraram
que a função desempenhada pelos linfócitos T CD8+ no decorrer de uma
infecção viral (vírus Influenza A) é guiado por um subtipo de célula dendrítica
(DC) durante o seu processo de diferenciação. Em outras palavras, células
dentríticas CD103+ geram linfócitos T CD8+ efetores, que
deixam o linfonodo e migram para o sítio da infecção, onde garantem a imunidade
protetora antiviral. Já as células CD11bhi induzem a geração de linfócitos
T CD8+ de memória central, as quais residem por longos períodos nos
órgãos linfóides secundários.
Ao investigar o mecanismo envolvido, os
autores observaram que o nível de expressão da molécula coestimuladora CD24 influencia
a subsequente diferenciação linfocitária. Como CD24 se liga a HMGB1, DAMP (damage-associated molecular pattern), que
pode ser liberado por células infectadas que estão morrendo, foi proposto que
HMGB1 (high mobility group box 1) seria
capturado pelo sensor CD24 presente na superfície das células dendríticas, e
transportado até o linfonodo. Lá, iria interagir com o receptor RAGE (receptor for advanced glycation endproducts)
de linfócitos T CD8+ promovendo, assim, sua diferenciação para o perfil efetor.
Referências
Kalia, V., Sarkar, S., Subramaniam, S., W. Nicholas Haining, W.N.,
Smith, K.A., Ahmed, R.. Prolonged interleukin-2Ra expressionon virus-specific CD8+ T cells favors terminal-effector
differentiation in vivo. Immunity, v.
32, p. 91–103, 2010.
Kim, T.S., Gorski, S.A., Hahn, S., Murphy, K.M., Braciale, T.J. Distinct dendritic cell subsets dictate the fate decision between effector and memory CD8(+) T cell differentiate
on by a CD24-dependent mechanism. Immunity, v.40, n.3, p.400-413. 2014.
Post de Natália Ketelut e Taise Landgraf (doutorandas FMRP/USP – IBA)
Diferentes perfis de DC direcionando diferentes fenótipos de LTCD8...sensacional...
ResponderExcluirO paper é muuuito interessante. Vale a pena leitura
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