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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Leishmania_Imunologia_WorldLeish 2013




Fonte: RITTIG & BOGDAN, 2000

Nas décadas de 80 e 90 o modelo murinho da leishmaniose foi muito importante para entendimento da polarização das respostas TH1 e TH2. Os trabalhos de Coffman e outros importantes autores mostravam que a infecção e a presença do parasita vivo por L. major  era importante para induzir a produção de IL4 e susceptibilidade para a doença em camundongos BALB/c, contudo em camundongos C3H, o mesmo parasita induzia uma resposta TH1 com produção de IFN-g. O bloqueio destas citocinas induzia resistência e susceptibilidade à infecção, respectivamente. Vários conhecimentos foram gerados e também foi uma importante  contribuição para  o entendimento da patogênese de diversas doenças infeciosas ou não. Estes conhecimentos foram também transpostos para o entendimento da doença no ser humano.  No espectro da leishmaniose tegumentar podemos encontrar estes 2 polos da doença, a leishmaniose cutânea e mucosa, como exemplos de modulação TH1 e a leishmaniose difusa como TH2, assim com uma mistura dos 2 polos, encontrados nos pacientes com leishmaniose disseminada. Na leishmaniose visceral, também existe as 2 polaridades, tendo o calazar como exemplo clássico  de TH2 e os pacientes subclínicos que não evoluem para a doença, como respondedores TH1. IL-10 ainda é o grande vilão das formas clínicas graves de leishmaniose.

A situação ficou mais complexa com as descobertas do envolvimento de novas citocinas (Th17, IL-22, etc) e de diversos mediadores da resposta imune inata (quimiocinas, receptores Toll like, células dendríticas, neutrófilos, radicais derivados de nitrogênio e oxigênio, hemooxigenase, mieloperoxidase), etc.  

Diante da importância desta doença e do parasita, foi criado o congresso mundial de leishmaniose e neste ano tivemos o privilégio da realização do 5o WorldLeish no Brasil, em Porto de Galinhas, Pernambuco. O congresso foi um sucesso com 1200 participantes, 1426 resumos, 43 sessões orais e 962 pôsteres. O congresso também tem um diferente formato, pois é centrado em apresentações orais de vários pesquisadores de várias idades e procedências e poucas conferências e sem mesas redondos. Foi bastante produtivo.


Gostaria de parabenizar a todos os organizadores pelo excelente congresso e, novamente, houve a confirmação da importante contribuição da Leishmania para o entendimento de vários aspectos da resposta imune.

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