A abertura
do “Experimental Biology 2013 (EB)” em Boston ocorreu cinco dias após o
atentado a bomba que atingiu centenas de pessoas que participavam da Maratona
de Boston e tirou a vida de três inocentes. Eu cheguei lá no sábado (dia 20 de
abril), decidi ir algumas horas antes de pegar o avião. Fui ouvindo meu coração
e não a razão. Valeu a pena! Encontrei uma cidade em choque, mas muito
acolhedora e forte o suficiente para manter a normalidade na vida dos seus cidadãos
e dos estrangeiros como eu, visitando pela primeira vez Boston. Da loucura que envolve a tragédia não vou
comentar, pois eu certamente teria que fazer o mesmo sobre a dentista indefesa,
brutalmente assassinada aqui no Brasil e da atuação do governo brasileiro nestes
tempos diabólicos.
O EB
ocorre anualmente e este ano reuniu seis sociedades: Associação Americana de
Anatomistas (AAA), Sociedade Americana de Fisiologia (APS), Sociedade Americana
de Bioquímica e Biologia Molecular (ASBMB), Sociedade Americana para Patologia
Investigativa (ASIP), Sociedade Americana de Nutrição (ASN) e Sociedade
Americana para Farmacologia e
Terapêutica Experimental (ASPET). È impossível participar de todas as sessões e
você precisa ter fôlego extra para correr de uma sala para outra em uma
tentativa de saciar sua curiosidade sobre os mais diversos temas que sustentam
os simpósios. Em um dos simpósios pude ver a apresentação da Dra. Matzinger
(NIAID-NIH) falando sobre “Danger, tissue injury and immunity”. Foi duro ouvir dela que a
supressão imunológica na gestação é uma mentira! Eu tinha na cabeça os
resultados de colegas imunologistas que falaram no Simpósio Sul de Imunologia
(10-12 abril, Curitiba) e os resultados apresentados por eles não deixaram
dúvidas sobre a importância da imunossupressão para o sucesso da gestação. No
fim, fiquei com a sensação que o “Danger” foi apresentado como um modelo
tautológico, mas me falta conhecimento para ratificar essa opinião.
Outro
fato que me chamou atenção foi o interesse dos fisiologistas em querer saber
mais sobre o sistema imunológico: a APS apresentou um simpósio com o tema
“Refresher course: immunology for the physiologist”. Eu penso que nós
imunologistas dispomos de ferramentas e técnicas que interessam muito a eles e
em tempos difíceis para os jovens imunologistas conseguirem o primeiro emprego,
isso pode ser uma boa oportunidade de interação e sucesso profissional.
Quero
terminar o post de hoje dizendo que não podemos mais permanecer no silêncio
diante dos atentados à sociedade brasileira, precisamos terminar a corrida como
ocorreu em Boston, corremos por uma sociedade mais justa e que tenha um governo
comprometido com os anseios dos brasileiros que pensam em um Brasil Forte!
Pinge-Filho - Universidade Estadual de Londrina
Concordo com a interação com fisiologistas (e outras áreas que tocam, de alguma forma, a imunologia).
ResponderExcluirEssa inter-relação é muito importante para o nosso crescimento como profissionais e sempre aprender mais nos âmbitos sistêmicos do organismo.
Where has your article on the San Francisco Declaration on Research Assessment disappeared to? I couldn't find it any more.
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