O câncer é uma das maiores
causas de morte no mundo. O processo de formação de tumor, chamado de
tumorigênese, é complexo e envolve múltiplos fatores. O papel
do sistema imune favorecendo o crescimento de tumores, tem sido reconhecido e
as novas evidências sugerem que o acúmulo de células mielóides circulantes em sítios
periféricos promove um microambiente favorável ao desenvolvimento de metástase.
Tanto em pacientes com câncer como em modelos murinos, as células mielóides
promovem a progressão do tumor uma vez que alteram a resposta imune, modulam a
produção de citocinas por macrófagos, estimulam a angiogênese e a remodelação
da matriz extracelular (Hanahan
D, Weinberg RA, 2000).
O trabalho publicado esse ano no PNAS
demonstrou que progenitores mielóides se expandem em precursores CD11b+Gr1.
Nesse sentido, as células mielóides presentes na medula óssea são diferenciadas
em neutrófilos na presença de fatores de crescimento liberados pelo tumor, como
por exemplo, G-CSF, CSF e GM-CSF. Além disso, os pesquisadores da Universidade
da Califórnia, com o intuito de entender o mecanismo pelo qual o G-CSF atua
sobre os precursores mielóides da medula óssea em modelo de câncer de mama,
demonstrou que o
G-CSF causa o silenciamento epigenético da proteína Retinoblastoma-1 (Rb1)
nesses progenitores, provocando a diferenciação de células mielóides em
neutrófilos (PMN), causando um quadro de eritropoiese ineficiente, anemia e esplenomegalia. Os
PMN por médio da produção de espécies reativas de oxigênio suprimem a atividade
das células T efetoras. A meu ver, esses dados
aumentam
a nossa compreensão de como os tumores são capazes de fazer uma reprogramação na
medula óssea provocando a geração de neutrófilos com atividade supressora favorecendo
assim, o seu crescimento.
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