Phileno Pinge-Filho –
Universidade Estadual de Londrina
A emissão de luz fria e de baixo
consumo de energia é uma das mais promissoras áreas da nanotecnologia, podendo
ter aplicações em um grande número de áreas do conhecimento, tais como telecomunicações,
chips óticos, iluminação em geral e nanomedicina.
Os pontos quânticos ("quantum
dots") são definidos como minúsculos buracos em nanocristais semicondutores
emissores de luz branca de estado sólido, quando estimulados por fótons ou elétrons.
QD-LED é a abreviação de “Quantum Dots - Light Emitting Diodes”. Eu prefiro o termo “quantum dots” (QDs), parece mais próximo
do nosso universo imunológico (citometria de fluxo, fenotipagem, laser, etc e
tal).
O entendimento da física da
luminescência em nanoescala e a aplicação desse conhecimento para o
desenvolvimento de fontes de luz baseadas nos QDs é o foco de muitas pesquisas de laboratórios
espalhados pelo mundo. Com base em ensaios que permitiram o encapsulamento de QDs e no polimento eficiente
de suas superfícies, eles passaram a emitir luz visível quando excitados por
radiação emitida por LEDs que operam na faixa próxima do infravermelho.
É assim, os QDs absorvem a luz na faixa
do infravermelho, reemitindo luz visível. A cor da luz emitida varia em função
da dimensão dos QDs e da composição química de sua superfície. Este novo dispositivo à base de
materiais luminescentes é radicalmente diferente daqueles fabricados a partir de
elementos emissores de luz azul, verde e vermelha. Esses componentes híbridos
requerem uma mistura cuidadosa das cores primárias para se produzir luz branca,
o que dificulta e encarece sobremaneira sua produção. Extrair de forma
eficiente todas as três cores de um dispositivo único requer um design mais
caro do chip, o que poderá não torná-lo competitivo com a iluminação
fluorescente convencional, mas poderá ser atrativo para aplicações mais
especializadas.
Devido a suas características físico-químicas
inovadoras, os QDs fornecem uma perspectiva vantajosa para inúmeras aplicações médicas. A
mais notável aplicação dos QDs é a sua utilização como ferramenta de
diagnóstico e terapêutica em nanomedicina. Apesar dos muitos benefícios
decorrentes da tecnologia dos QDs, a exposição intencional de seres humanos aos
QDs tem levantado preocupações no sentido de seu impacto sobre a saúde humana.
Estas preocupações baseiam-se predominantemente com a composição heterogênea de
QDs, que geralmente é composta por cádmio e sulfato de zinco. Portanto, é
imperativo que realizar ensaios que tragam uma melhor compreensão da atuação
dos QDs em sistemas biológicos, entre eles, o sistema imunológico e o desenvolvimento
de tumores. Felizmente, materiais luminescentes de pontos quânticos podem ser
construídos de outros tipos de material, incluindo silício ou germânio nanoparticulados,
semicondutores não tóxicos, utilizando íons de manganês como emissores de luz. O
silício, que é abundante, barato e não tóxico, deverá ser o material ideal para
a construção de QDs com aplicação em sistemas biológicos. Vamos esperar para
ver!
Referências bibliográficas
1-
Martin
J. D. Clift, Vicki Stone. Quantum Dots: An Insight and Perspective of Their
Biological Interaction and How This Relates to Their Relevance for Clinical
Use. Theranostics 2012; 2(7):668-680. doi:10.7150/thno.4545.
2- Drummen,
G.P.C. Quantum
Dots—From Synthesis to Applications in Biomedicine and Life SciencesInt. J.
Mol. Sci. 2010, 11(1), 154-163; doi:10.3390/ijms11010154
ResponderExcluirRealmente, a primeira vez que li sobre QDots foi um Nature Medicine em 2006 (Quantum dot semiconductor nanocrystals for immunophenotyping by polychromatic flow cytometry Nature Medicine - 12, 972 - 977 (2006)) e na época achei a proposta fascinante, como a excitação de inúmeros Qdots distintos com um unico laser e o fato de serem fotoestaveis. Mas desde então eles avançaram muito, gerando fluorescencia "no avesso", visto que absorvem em infravermelho e emitem no visivel, ou seja, absorvem em maior comprimento de onda (menor energia) e emitem em menor comprimento de onda (maior energia). Fisicamente é dificil de imaginar isso. Até hoje eu só tinha visto isso em confocal dois fotons e na geração de segundo harmonico (esse ultimo não é realmente fluorescencia, mas deixa pra lá). Em resumo, 6 anos depois de conhece-los, os quantum dots continuam fascinantes.
Oi Walter, obrigado por comentar meu post. No avesso, é isso mesmo, não vai demorar muito e estaremos assintindo uma partida de futebol em uma Tv quântica; os engenheiros físicos já conseguiram gerar imagens utilizando os QDs. Quero compartilhar uma coisa com você: Tenho a compreensão que você e o Professor João tem momentos fantásticos quando fazem as dezenas de marcações para linfócitos Tregs ou visualizam uma imagem no confocal, emocionante não? Agora tente imaginar a ansiedade que nos cerca aqui na UEL a espera da liberação da FINEP para a aquisição do PRIMEIRO citômetro para ser utilizado em pesquisa básica, estaremos dando os primeiros passos na fenotipagem, determinação de citocinas etc e tal, emocionante, não? Com a chegada do citômetro, as coisas aqui, de certa forma virarão do avesso também. Vamos esperar para ver!
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