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domingo, 19 de agosto de 2012

Perturbações na membrana como novo sinal de perigo (DAMP)



O sistema imune inato possui receptores (PRRs) especializados em reconhecer padrões conservados de agentes infecciosos, os PAMPS. No caso de infecções virais, os principais PAMPS são os ácidos nucleicos dos vírus, reconhecidos predominantemente por receptores intracelulares, como os do tipo Toll e RIG. No trabalho de Holm ecolaboradores, foi demonstrada a existência de um mecanismo de detecção e ativação do sistema imune inato independente da mobilização dos PRRs e induzida apenas pela fusão entre envelopes virais e células-alvo. O trabalho mostra que a fusão vírus-célula estimula uma resposta de interferon tipo I, com expressão de genes estimulados por interferon (ISGs), recrutamento in vivo de leucócitos e potencialização da sinalização via TLR7 e TLR9. A resposta imune dependente de fusão é dependente da molécula adaptadora STING, mas independente do reconhecimento de ácidos nucléicos ou componentes do capsídeo viral. Os pesquisadores sugerem que a fusão de membrana é sentida como um sinal de perigo, com implicação potencial para defesa contra vírus envelopados e para formação de sincícios e células gigantes.

No trabalho de Noyce et al., publicado em 2011, a perturbação de membrana como gatilho para a atividade antiviral já havia sido proposta, no entanto, a resposta observada era independente da produção de interferons do tipo 1. Em ambos os estudos foi demonstrada a dependência da molécula adaptadora STING nesse processo, que assim como em outras vias de ativação intracelulares ativa a kinase TBK1 a fosforilar o Fator Regulador de Interferon3 (IRF3), que por sua vez, exerce seu papel no núcleo, transcrevendo genes de interesse.


Holm et al. quebram alguns paradigmas e acabam deixando mais perguntas do que respostas. Entretanto, trata-se de um ótimo trabalho, que suscita interessantes elucubrações! Recomendamos a leitura!!

Post de Rafael de Queiroz Prado e Eduardo Crosara Roncolato.

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Um comentário:

  1. Muito interessante! Realmente é de se esperar que as células tenham mecanismos inatos além da ativação PAMP-PRR, e como já dito, esses trabalhos levantam mais perguntas.
    Por exemplo, várias bactérias e fungos realizam endocitose ativa dependente de adesinas, que geralmente não são ligantes de PRRs, mas são capazes de induzir protusões da membrana. Não poderíamos pensar que este primeiro contato já seja capaz de ativar esta célula infectada?
    Bom domingo a todos!

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