Uso de aptâmeros como Biosensores
Biosensores protéicos fluorescentes são usados
para rastrear expressão gênica, localização protéica e mudanças
conformacionais. O desafio é que esse tipo de biosensor é difícil de desenhar e nem sempre é capaz de
contemplar uma diversidade maior de moléculas a serem testadas.
Pesquisadores da Universidade de Cornell nos
EUA descobriram uma estratégia interessante para construir biosensores de RNA,
também denominados aptâmeros. Liderados pelo professor de farmacologia Samie
Jaffrey, os pesquisadores descreveram um tipo de sequência de RNA que se liga e
ativa a fluorescência de moléculas pequenas alvo-específicas marcadas com
fluorescência verde. Esse aptâmero foi denominado “Espinafre” e mostrou ser
eficiente para identificação de transcritos e metabólitos. Em estudo publicado
em março pela revista Science, os pesquisadores utilizaram o “Espinafre” para
ligação a metabólitos específicos como adenosina, guanina e S-adenosilmetionina.
A estratégia, segundo os pesquisadores, oferece
duas vantagens principais sobre os biosensores de proteínas: Ao contrário das
proteínas, aptâmeros podem ser facilmente gerados para praticamente qualquer
molécula em poucas semanas; a outra vantagem é a força do sinal obtida. No
estudo atual, os autores detectaram in
vitro mudanças de sinal que chegavam a 32 vezes mais altas do que os métodos
tradicionais; in vivo, eles
detectaram mudanças de até 20 vezes.
Com esta abordagem, o grupo do Dr. Jaffrey
planeja estudar perfis metabólicos associados com doenças neurodegenerativas e
câncer, identificando compostos capazes de normalizar perfis que estejam
alterados. Segundo o pesquisador, usando essa tecnologia será potencialmente
possível acompanhar como metabólitos diferentes sofrem alterações numa mesma célula
simultaneamente.
Referências:
1. Paige, J. S., K. Y. Wu, and S. R. Jaffrey. 2011. RNA
mimics of green fluorescent protein. Science 333:642-646.
2. J.S. Paige et al. 2012. Fluorescence imaging of cellular
metabolites with RNA. Science 335:1194.
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